O ISAVE na linha da frente da formação dos futuros profissionais de saúde
A responsabilidade de formar os futuros profissionais de saúde do nosso país, a importância de uma atividade de investigação de qualidade e a crescente internacionalização das instituições de ensino portuguesas são temas de destaque nesta conversa com o Professor Doutor Fausto Amaro, Presidente do ISAVE – Instituto Superior de Saúde.
Perspetiva Atual: O ISAVE – Instituto Superior de Saúde tem, tal como qualquer escola superior da área, a missão de colaborar na melhoria da saúde e da qualidade de vida da população. Como se encara esta responsabilidade de formar aqueles que serão os futuros profissionais de saúde do nosso país?
Professor Doutor Fausto Amaro: O ISAVE tem por missão a criação, difusão e promoção da cultura, ciência e tecnologia, articulando o estudo e a investigação, de modo a potenciar o desenvolvimento humano como fator estratégico do desenvolvimento sustentável do país. A sua missão é realizada através do ensino, da investigação e da prestação de serviços à comunidade. Assim, o ISAVE, como instituição de ensino superior na área da saúde contribui para a melhoria da saúde e qualidade de vida da população, não só porque forma profissionais de saúde, mas também porque presta serviços à comunidade através de parcerias que estabelece com outras entidades locais, públicas e privadas.
A formação de profissionais de saúde é encarada com grande sentido de responsabilidade por todos os colaboradores do ISAVE, docentes e não docentes.
É um trabalho permanente sempre com a preocupação de melhorar a aprendizagem e o treino dos alunos de modo a que sejam profissionais de excelência.
PA: Relativamente à oferta formativa, quais são as vertentes profissionais que a constituem?
FA: Presentemente, o ISAVE tem três licenciaturas em funcionamento: Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição e Dietética. Tem igualmente cursos técnico superiores profissionais com a duração de dois anos, nas áreas de Proteção Civil e Socorro, Gerontologia, Termalismo e Bem-estar, Estética, Cosmética e Bem-estar, Apoio em Cuidados Continuados Integrados, Serviço Familiar e Comunitário e Bioanálises e Controlo. Adicionalmente ainda tem oferta formativa de pós-graduações como Emergência e Catástrofe, Comunicação em Saúde e Fisioterapia Músculo-Esquelética.
PA: O ISAVE aposta numa articulação do estudo com a investigação como estratégia para o desenvolvimento sustentável do país. Qual é o contributo da comunidade institucional do ISAVE para o desenvolvimento nacional e regional?
FA: Hoje em dia não é possível ter ensino superior de qualidade se não estiver ligado à investigação. Assim, os docentes do ISAVE mantêm atividade de investigação realizada, quer no Centro de Investigação do ISAVE, quer em centros de investigação de outras instituições, pois o processo de investigação beneficia com a cooperação entre investigadores. A preparação dos profissionais e o resultado da investigação científica teórica ou aplicada, que pode ser aproveitada pelas organizações públicas e privadas, constitui o nosso contributo.
PA: A atividade de investigação do ISAVE é desenvolvida através do Centro Interdisciplinar em Ciências Da Saúde (CICS). Explique-nos um pouco como funciona o Centro. Quem são os investigadores? Como surgem os projetos e em que áreas se inserem maioritariamente?
FA: O CICS presta apoio logístico aos investigadores e procura disseminar os resultados das suas investigações através da revista científica do ISAVE. Todos os docentes do ISAVE podem desenvolver os seus projetos no Centro, mas pode haver também investigadores externos ao ISAVE interessados na investigação na área da saúde.
A investigação científica procura ser sempre uma área de inovação. Assim os projetos surgem da criatividade dos investigadores e também do seu conhecimento sobre determinadas temáticas. No ISAVE a investigação é sobretudo orientada para a solução de problemas que interessam à comunidade próxima ou à região.
PA: O Instituto está envolvido em alguns projetos de cooperação nacional e internacional. Que projetos são esses e quais os seus objetivos?
FA: Destaco três projetos: 1) ISAVE4CARE, na área da Enfermagem dirigido pela Prof.ª Doutora Lígia Monterroso. Este projeto está centrado no estudo de indicadores de burnout de cuidadores formais e informais; 2) FISIO&POSTURA, dirigido pelo Professor Doutor Gilvan Pacheco, cuja investigação incide sobre a deteção precoce de alterações posturais da coluna vertebral e das zonas plantares dos pés em crianças e adolescentes; e 3) SAÚDE & ENVELHECIMENTO sob a direção da Professora Doutora Mafalda Duarte, cuja investigação incide sobre indicadores físicos e psicossociais do processo de envelhecimento, tais como género, funcionalidade, fragilidade e qualidade de vida.
A nível internacional estão em curso negociações para o lançamento de projetos de investigação aplicada na área da saúde com parceiros no Brasil, em Itália, na Bélgica e em Cabo Verde.
PA: O ISAVE apresenta-se como uma “escola aberta ao mundo”, onde estudantes de vários países podem obter o seu diploma. Qual é a importância desta aposta na internacionalização das nossas instituições de ensino?
FA: A internacionalização é uma tendência crescente nas instituições de ensino em Portugal. No ano letivo que agora termina, 7% dos estudantes do ISAVE eram provenientes de outros estados da União Europeia e nós prevemos que esta percentagem cresça nos próximos anos. A internacionalização favorece a inovação e aumenta o conhecimento de outras culturas, criando ambientes académicos muito estimulantes para alunos e professores.
PA: Quais são os países de onde são maioritariamente oriundos os vossos alunos estrangeiros? Existe alguma estratégia de integração desses alunos na comunidade estudantil e na cultura regional e nacional?
FA: Até agora, os nossos estudantes estrangeiros têm sido provenientes de países de língua francesa, principalmente a França, mas no próximo ano contamos receber alunos do Reino Unido, os quais são atraídos pelo nosso curso de Enfermagem, uma área de estudos em Portugal reconhecida de grande qualidade naquele país.
No ISAVE, os alunos estrangeiros têm uma unidade curricular de língua e cultura portuguesa, ao longo do curso o que facilita a sua integração na comunidade académica e na sociedade portuguesa.
PA: O plano estratégico desta nova direção iniciou-se em 2021. Que pontos já foram cumpridos e quais as próximas metas a atingir?
FA: Os nossos objetivos mais importantes são aumentar a oferta educativa, incluindo mestrados, e desenvolver a investigação científica. Estes dois objetivos exigem infraestruturas adequadas e elevada qualificação do corpo docente.
Neste primeiro ano aumentámos as instalações em mais um edifício o qual foi devidamente equipado, iniciámos o recrutamento de mais professores qualificados, habilitados com o doutoramento ou com o título de especialista e continuámos o apoio aos docentes, no que respeita a obtenção de graus académicos mais elevados.
As próximas metas estão relacionadas com a criação de mestrados na área da saúde e aumento da oferta ao nível das licenciaturas.