“Queremos que cada paciente se sinta acompanhado, compreendido e seguro em todas as fases do tratamento”

Com cinco unidades clínicas distribuídas pelo Grande Porto e uma equipa superior a 60 profissionais, a Dra. Margarida Marques criou, em 1995, a ORTO-M, um projeto assente na proximidade e no cuidado com o sorriso. Três décadas depois, o lema “sorriso com arte” continua a definir a identidade da clínica, “sendo agora um conceito que evoluiu da estética para a ética, da técnica para a inovação e do detalhe individual para o compromisso com toda a comunidade”.

Perspetiva Atual: O que motivou a sua decisão de investimento na região Norte? E que lacunas identificou na Medicina Dentária ao escolher esta localização?

Margarida Marques: A decisão de investir na região Norte surgiu de uma conjugação de fatores pessoais e profissionais. Por um lado, existia uma ligação emocional ao Porto, uma região dinâmica, com elevado potencial de crescimento e onde se sente uma relação muito próxima entre a comunidade. Por outro lado, identifiquei uma clara oportunidade de desenvolver um projeto diferenciado, centrado na proximidade e no acompanhamento contínuo do paciente.

PA: Três décadas depois, o lema “sorriso com arte” permanece associado à identidade da ORTO-M. O que significava, para a clínica, a noção de “arte” em 1995? E como esse conceito evoluiu até aos dias de hoje, no modo como a clínica apoia a comunidade?

MM: Quando a ORTO-M nasceu, em 1995, o lema “sorriso com arte” refletia sobre a crença de que a Medicina Dentária era muito mais do que técnica, era também sensibilidade e estética. Na altura, “arte” significava a capacidade de transformar um tratamento num ato quase artesanal, personalizado, cuidado ao pormenor e ligado ao bem-estar emocional do paciente. Trinta anos depois, o lema mantém-se como a identidade da ORTO-M, sendo um conceito que evoluiu da estética para a ética, da técnica para a inovação, e do detalhe individual para o compromisso com toda a comunidade.

PA: A ORTO-M integra serviços clínicos e estéticos, incluindo Branqueamento Dentário, Clínica Geral, Implantologia, Ortodontia, Prostodontia, Periodontologia, Cirurgia Oral e Harmonização Orofacial. Poderia explicar, um pouco, em que consistem estes tratamentos e como se complementam entre si?

MM: A Clínica Geral identifica necessidades e orienta o plano global; a Periodontologia garante que gengivas e osso estão saudáveis antes de qualquer tratamento; a Ortodontia alinha dentes que depois podem receber branqueamentos, próteses ou implantes; a Implantologia e a Prostodontia devolvem função e estética quando há ausência dentária; a Harmonização Orofacial complementa os resultados dentários, melhorando a harmonia global do rosto. Tudo isto permite à ORTO-M oferecer planos personalizados e completos, onde cada especialidade contribui para um sorriso saudável, funcional e naturalmente estético.

“A ORTO-M tem vindo a desenvolver uma abordagem centrada no conforto e na humanização, de forma a transformar a consulta num momento tranquilo e positivo”

PA: A técnica “All-On-Four” tem permitido devolver sorrisos fixos e funcionais, sendo uma solução apontada como rápida e eficaz para a ausência dentária. Quais são os principais benefícios deste procedimento?

MM: A técnica “All-on-Four” veio revolucionar a reabilitação oral ao permitir substituir todos os dentes de um maxilar através de apenas quatro implantes estrategicamente colocados. Trata-se de uma solução rápida, estável e altamente eficaz para pacientes com ausência dentária total ou dentição muito comprometida. Os principais benefícios são, principalmente, o paciente receber uma prótese fixa provisória no próprio dia, após a cirurgia, recuperando assim a sua estética e função de forma quase imediata; as próteses fixas oferecem um resultado natural, melhorando a mastigação, a dicção e a autoconfiança do paciente, e esta técnica utiliza apenas quatro implantes por arcada, tornando assim o procedimento mais simples e menos invasivo.

PA: Ao que tudo indica, a Saúde Oral e a Medicina Geral mantêm uma relação de interdependência, uma vez que alterações numa área podem refletir-se diretamente na outra. Qual a relevância de alertar a comunidade para a saúde oral e o impacto que esta tem para a sua vida?

MM: A relação entre Saúde Oral e Medicina Geral é bastante interdependente, e esse é um facto cada vez mais reconhecido. As alterações na cavidade oral podem ser sinais precoces de doenças, assim como patologias gerais podem manifestar-se ou agravar-se na boca. Por isso, alertar a comunidade para esta ligação é essencial.

PA: Enquanto Diretora Clínica e fundadora deste projeto, certamente realizou várias formações ao longo da sua carreira. Há alguma formação que considere ter sido especialmente marcante ou transformadora para a trajetória das unidades clínicas?

MM: Enquanto Diretora Clínica e fundadora deste projeto, tive sempre como prioridade a formação contínua. Ao longo da minha carreira realizei diversas especializações que contribuíram, cada uma à sua maneira, para a evolução das nossas unidades clínicas. Iniciei o meu percurso com a Licenciatura em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto e, desde então, procurei aprofundar diferentes áreas para garantir uma abordagem multidisciplinar e atualizada. Formações como o Curso de Arco Recto do Centro Europeu de Ortodontia, a Pós-Graduação em Ortodontia pela ACIEPE-SP, o Curso de Ortodontia – Técnica MBT do Centro de Estudos Ortodônticos, bem como o Curso Invisalign by Align Technology, foram fundamentais para consolidar a minha prática em ortodontia.

Também o Master em Prótese Fixa – ITI Certification, o Curso de Técnica Lingual Ortodôntica (Doc XXI Coimbra) e os programas de Implantologia (Straumann) e de Cirurgia Avançada (Dr. Manuel Neves) tiveram um papel determinante na expansão das competências clínicas das nossas unidades. Além disso, formações em áreas complementares, como Periodontologia (Dr.ª Célia Coutinho Alves), Oclusão (Prof. Luís Redinha), Harmonização Orofacial (Dr. Rui Fernandes) e Facetas Cerâmicas (Dr. Raphael Calixto), permitiram-me integrar novas abordagens terapêuticas e oferecer cuidados mais completos e personalizados.

Entre todas, considero que cada formação foi marcante à sua maneira—não apenas pelo conhecimento técnico adquirido, mas pela visão ampla que proporcionaram sobre a importância de uma medicina dentária moderna, integrada e orientada para o paciente. Estas experiências formativas foram decisivas para moldar a filosofia e a trajetória das nossas unidades clínicas, refletindo-se na qualidade dos tratamentos e na excelência dos cuidados prestados.

PA: Por outro lado, em termos de corpo clínico, pode revelar-nos como seleciona os profissionais para integrar a equipa da clínica? O que considera essencial para garantir a qualidade e a excelência dos serviços prestados?

MM: A seleção do corpo clínico na ORTO-M é um processo criterioso, porque acreditamos que a excelência dos cuidados começa sempre nas pessoas que os prestam. Procuramos profissionais que não sejam apenas tecnicamente competentes, mas que também partilhem os valores que definem a clínica: proximidade, ética, rigor e cuidado genuíno com o paciente.

PA: Relativamente à inovação, investigação e acordos com parceiros, quais foram as iniciativas mais importantes e que resultados produziram ao longo deste ano?

MM: Ao longo deste ano, a ORTO-M reforçou a sua aposta na inovação, consolidando um modelo de desenvolvimento contínuo que beneficia diretamente os pacientes e também a sua equipa técnica, sendo que a utilização do scanner intra-oral é uma das ferramentas mais utilizadas nas nossas práticas clínicas e um grande passo na inovação tecnológica.

Temos também acordos com vários seguros de saúde, alguns dos melhores do país, garantindo assim maior acessibilidade e comodidade aos nossos pacientes. Marcas como a Straumann e Ormo são também marcas premium que já nos acompanham há vários anos, pautados sempre pela excelência, inovação e confiança que nos têm vindo a mostrar nos resultados que oferecemos aos nossos pacientes.

PA: Num setor em que muitos pacientes ainda receiam as idas aos consultórios dentários, que estratégias a ORTO-M adota para tornar a experiência mais confortável e humanizada? Prevê estender este modelo a outras regiões do país, após o sucesso da quinta clínica criada em Rio Tinto, em 2021?

MM: O receio de ir ao dentista continua a ser uma realidade para muitos pacientes, por motivos que vão desde experiências negativas passadas até ansiedade com procedimentos clínicos. Por isso, a ORTO-M tem vindo a desenvolver uma abordagem centrada no conforto e na humanização, de forma a transformar a consulta num momento tranquilo e positivo. Quanto à questão de estender a ORTO-M, só posso dizer que haverá novidades para 2026. Estejam atentos!

“A seleção do corpo clínico na ORTO-M é um processo criterioso, porque acreditamos que a excelência dos cuidados começa sempre nas pessoas que os prestam”

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