Évora na vanguarda do Ensino Superior

De forma a assegurar a atualidade e relevância da oferta formativa, a Universidade de Évora aposta na inovação pedagógica, a par da acreditação rigorosa e da criação de parcerias com os setores público e privado. Em entrevista, a Reitora, Hermínia Vasconcelos Vilar, destaca ainda o sólido compromisso com a investigação, que contribui significativamente para o prestígio nacional e internacional da instituição.

Perspetiva Atual: A UÉ oferece mais de 150 programas de formação em todas as áreas de conhecimento, desde a Licenciatura, até ao Mestrado, Mestrado Integrado ou Doutoramento. Como é que a Universidade assegura a qualidade e atualidade da oferta formativa, de forma a atender às necessidades e exigências do mercado de trabalho atual?

Hermínia Vasconcelos Vilar, Reitora da Universidade de Évora

Hermínia Vasconcelos Vilar: A Universidade de Évora tem vindo, ao longo dos anos, a alargar e a consolidar uma oferta formativa em diferentes áreas que vão desde as Ciências Humanas e Sociais às Engenharias, Ciências e Tecnologias, sem esquecer as Artes e mais recentemente a Saúde. Esta oferta compreende 1º, 2º e 3ºciclos, mas também pós-graduações e microcredenciais, as quais visam assegurar a atualização de novos e diversificados públicos. A qualidade da oferta formativa é uma das nossas preocupações. Assim, a Universidade de Évora adota diversas estratégias para garantir que a oferta formativa responda às necessidades e exigências do mercado de trabalho e confira aos estudantes as competências necessárias para a sua integração numa sociedade cada vez mais complexa e exigente. Essas estratégias prendem – se nomeadamente com a atenção dada à inovação pedagógica centrada em tecnologias avançadas e em projetos interdisciplinares que enriquecem o processo de ensino e aprendizagem, com a acreditação dos Cursos pela A3ES, com a implementação de um sistema interno de garantia da qualidade acreditado pela A3ES, o qual assegura uma avaliação contínua das formações, das unidades curriculares e dos docentes através dos inquéritos dos alunos. Sem esquecer a atenção que damos aos dados da empregabilidade das formações, à integração dos estudantes nos projetos de investigação em curso, às parcerias que a instituição estabelece com os setores público e privado. Todas estas estratégias garantem uma oferta formativa de elevada qualidade e que permite aos diplomados darem resposta aos desafios impostos pelo mercado de trabalho.

PA: Qual é a importância da vertente de Investigação para a UÉ? Aliás, de que forma a aposta nesta área tem contribuído para o prestígio e progresso da instituição, tanto a nível nacional quanto internacional?

HVV: A investigação que é desenvolvida na Universidade de Évora é fundamental para a afirmação da nossa instituição a nível nacional e internacional. Temos 19 unidades de investigação & desenvolvimento avaliadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e 11 cátedras que contribuem fortemente para o prestígio e progresso da Universidade de Évora, mas também para o progresso da investigação ao nível mais global.

Os investigadores da Universidade de Évora, integrados em unidades de investigação e em cátedras, têm vindo a ser cada mais bem-sucedidos na captação de financiamento competitivo e no reconhecimento, nacional e internacional, da sua investigação.

A Universidade de Évora dispõe hoje de unidades de investigação bem avaliadas em áreas tão diversas como as ciências e tecnologias agrárias, o ambiente e a biodiversidade, o mar, o património, museologia e história, entre outras. Unidades que são hoje instituições de referência nas suas respetivas áreas, e que se encontram integradas em redes, parcerias e projetos internacionais.

De realçar, ainda, a importância das onze cátedras existentes na Universidade, as quais, em alguns casos, são apoiadas por financiamento privado ao qual se junta a captação de financiamento competitivo.

Os últimos anos bem como os próximos foram e serão ainda marcados pelos projetos integrados e aprovados no âmbito das diferentes linhas do Programa de Recuperação e Resiliência.

A Universidade de Évora integra 9 agendas mobilizadoras, com um financiamento que ultrapassa os 10 milhões de euros e mais recentemente obteve financiamento adicional no âmbito do Programa Impulso+Digital superior a 3 milhões de euros.

A sinergia entre as unidades de I&D e as cátedras facilita a transferência de conhecimento entre diferentes áreas. Algo a que temos vindo a dar crescente importância e que pretendemos ainda desenvolver, seja em colaboração com o Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, seja em articulação direta com o tecido empresarial que pretendemos que esteja, cada vez mais, ligado e atento ao que se faz e ao que se desenvolve e investiga na Universidade de Évora.

Só assim poderemos contribuir de forma ainda mais eficaz para o desenvolvimento do território em que nos integramos, mas também para o desenvolvimento do país.

PA: Atualmente, como é que a UÉ se posiciona no panorama do Ensino Superior em Portugal e internacionalmente? Não obstante, quais são as estratégias em curso para potenciar as valências da instituição além-fronteiras, atrair estudantes estrangeiros e potenciar a mobilidade académica?

HVV: A consolidação da internacionalização da nossa oferta formativa e da investigação desenvolvida na Universidade de Évora é um dos objetivos centrais do plano estratégico da Universidade para os anos de 2022 a 2026.

Para a consolidação desta estratégia de internacionalização a captação de estudantes estrangeiros constitui um elemento central.

Nos últimos anos o número de estudantes estrangeiros tem rondado os cerca de 17% com realce para os estudantes oriundos dos países de expressão portuguesa. A estes juntam-se ainda os estudantes oriundos de diferentes países europeus, nomeadamente integrados em programas de mobilidade.

Com efeito, passados os anos marcados pelo Covid a mobilidade in e out dos estudantes tem vindo a crescer de forma significativa e segura.

O mesmo tem acontecido com professores e investigadores visitantes que procuram as nossas unidades de investigação para estâncias de diferente duração.

É nossa pretensão aumentar a nossa oferta lecionada em inglês e criar condições de enquadramento especificas para os estudantes e investigadores estrangeiros que nos procuram.

Através de protocolos estabelecidos com diferentes Universidades situadas em diferentes continentes esperamos, nos próximos meses, delinear formas de colaboração mais estreitas com diferentes espaços, colaboração que se pretende que integre tanto formações em conjunto como mobilidade de estudantes e professores.

Nesta estratégia de internacionalização cabe ainda destacar a importância da aliança de universidades europeias em que a Universidade de Évora está integrada desde 2022 – a aliança Eu-Green- que compreende 9 universidades de 9 diferentes países e que é apoiada pela Comunidade Europeia.

Esta aliança tem na sustentabilidade o cerne do seu programa de ação.

PA: A UÉ mantém parcerias com empresas e negócios locais para promover o desenvolvimento económico da região? Se sim, poderia destacar alguns casos de sucesso resultantes desse trabalho de estreita colaboração?

HVV: A Universidade de Évora não é apenas uma instituição de formação e produção de conhecimento com qualidade e reconhecimento internacional. É, também, dinamizadora da região em que se insere, sendo na minha opinião um elemento imprescindível à coesão do território. A Universidade de Évora tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento económico da região através de parcerias estratégicas com empresas e negócios locais.

Entre as parcerias estabelecidas cabe destacar para lá do Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia no qual a Universidade é o principal acionista, as parcerias estabelecidas com o NERE – Núcleo de Empresários da Região de Évora, com a Adral e com diferentes empresas sedeadas em diferentes pontos do território nacional.

Esta articulação concretiza-se tanto em prestações de serviço como em projetos em parceria com diferentes instituições e empresas.

De destacar ainda a associação INEGI Alentejo que consagra uma parceria entre a Universidade de Évora e o INEGI, bem como a cátedra apoiada pelo CEIIA.

No caso da parceria com o Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, o qual hoje compreende um conjunto importante de empresas que se sedearam nas suas instalações, a Universidade de Évora procura que este seja, cada vez mais, um interface de ligação entre a investigação que é feita na Universidade e a sociedade.

A investigação aplicada é um objetivo central da nossa estratégia, sem que tal signifique menorizar ou subalternizar a importância da investigação fundamental.

Em síntese o percurso traçado pela Universidade de Évora demonstra a importância, mas também o esforço que uma Universidade situada num território de baixa densidade, com os problemas demográficos e económicos que são bem conhecidos, tem vindo a fazer para ultrapassar esses condicionalismos e impor-se como uma instituição de referência tanto nacional como internacionalmente.

PA: Porque estudar na Universidade de Évora?

HVV: A UÉ apresenta qualidade no seu ensino e investigação em várias áreas do conhecimento. Temos professores e investigadores altamente qualificados. Centros de investigação bem avaliados que incentivam os estudantes à investigação e inovação proporcionando-lhes um excelente desenvolvimento académico e profissional. Somos uma universidade que, através de diversas parecerias, mantemos uma forte ligação com o mercado de trabalho. Temos diversos programas de mobilidade internacional que oferecem experiências enriquecedoras aos estudantes. Somos uma universidade onde existe proximidade entre professores e estudantes, e estamos inseridos numa cidade que não só é rica em história, mas que, pela sua hospitalidade, proporciona um ambiente acolhedor aos estudantes.

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