Excelência e Inovação em Ciências da Saúde

A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior destaca-se pelo compromisso com a formação de profissionais qualificados, bem como pela promoção de investigação científica de excelência. À Perspetiva Atual, Miguel Castelo Branco, presidente da Faculdade, ressalva as iniciativas que fortalecem a posição da instituição a nível nacional e internacional, evidenciando aspetos como a acreditação máxima atribuída pela A3ES ao curso de Medicina.

Perspetiva Atual: Desde a sua fundação, tanto a Universidade da Beira Interior (UBI), quanto a Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), têm desempenhado um papel fundamental no panorama do Ensino Superior em Portugal. Ao longo dos anos, várias têm sido as iniciativas levados a cabo especificamente pela FCS, de forma a consolidar a sua posição. Poderia destacar alguns desses projetos, ressalvando de que forma contribuíram para o fortalecimento da instituição não só a nível nacional, mas também internacional?

Miguel Castelo Branco: Desde a sua criação, a FCS tem implementado diversas iniciativas estratégicas que contribuíram para a sua crescente reputação. O balanço que se fez dos 25 anos da criação da Faculdade foi bastante positivo. Um projeto inovador de ensino de Medicina na base de uma Universidade e nas instituições do Serviço Nacional de Saúde no Interior de Portugal. O projeto, desde o ponto de partida, não era apenas para a Medicina, incluía outras áreas de Ciências da Saúde e, por isso, a denominação “Faculdade de Ciências da Saúde”. Do ponto de vista da região, para além do aumento e da formação de profissionais nestas áreas que foram referidas, também tem tido um grande impacto na atração de pessoas e no desenvolvimento do conhecimento científico. Entre os projetos mais notáveis, destaco a criação do Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS), que tem sido um pilar na produção de investigação de qualidade, atraindo financiamento e estabelecendo colaborações com instituições de renome mundial. Recentemente o CICS foi integrado no RISE-Health que é uma rede de centros de investigação.
O Centro Académico Clínico das Beiras (CACB) é um consórcio, atualmente, constituído por quatro Unidades Locais de Saúde – Viseu, Guarda, Cova da Beira e Castelo Branco – e quatro Escolas Superiores de Saúde, nomeadamente, a Universidade da Beira Interior e os Institutos Politécnicos da Guarda, Viseu e Castelo Branco. A principal aposta de pesquisa desses centros são os principais problemas de saúde presentes na região, como as doenças vasculares, as doenças respiratórias obstrutivas, a diabetes, as doenças ligadas ao sistema nervoso, o cancro e a área de habituação de substâncias, como o álcool e o tabaco.

O UBIMedical foi também criado para reforçar a ligação da Universidade ao exterior, à sociedade civil e às empresas, bem como alavancar a área das ciências da vida na região, fixando pessoas e empresas. Adicionalmente, a implementação de programas Erasmus tem permitido a mobilidade de estudantes e docentes, fortalecendo as nossas ligações internacionais e aumentando a visibilidade da FCS no panorama global do ensino superior. A acreditação de qualidade dos nossos cursos, como a atribuída ao curso de Medicina pela A3ES pelo período de 6 anos, demonstra o nosso compromisso com a excelência académica e contribui para a consolidação da nossa posição tanto a nível nacional como internacional.

Miguel Castelo Branco, Presidente da Faculdade

PA: Explicando a missão, a visão e os valores que orientam a FCS, como considera que esses princípios influenciam as atividades de ensino e, de forma geral, impactam a comunidade académica?

MCB: A nossa missão é formar profissionais de saúde altamente qualificados, promover a investigação científica de excelência e contribuir para o bem-estar da sociedade. A visão da FCS é ser uma referência nacional e internacional no ensino e investigação em ciências da saúde. Os valores que nos orientam incluem a excelência, a ética, a inovação, a responsabilidade social e a colaboração. Estes princípios norteiam todas as nossas atividades de ensino, através de uma metodologia inovadora, com uma abordagem pedagógica centrada no aluno, com ênfase no pensamento crítico e na aprendizagem prática. O impacto na comunidade académica é evidente no elevado nível de competência e preparação dos nossos alunos, na produção de conhecimento científico relevante e na prestação de serviços à comunidade, promovendo uma cultura de responsabilidade e envolvimento social.

PA: Recentemente, o curso de Medicina da FCS foi avaliado com acreditação máxima e incondicional pela agência que certifica a qualidade da oferta formativa em Portugal, A3ES. Qual é a importância desta distinção?

MCB: A acreditação máxima atribuída pela A3ES ao curso de Medicina é um reconhecimento do elevado padrão de qualidade da nossa formação e do percurso que se tem vindo a fazer. Esta distinção reflete a excelência do nosso corpo docente, a modernidade das nossas infraestruturas e a eficácia das nossas metodologias pedagógicas. Além disso, reforça a confiança dos estudantes, das suas famílias e dos empregadores na qualidade da educação que oferecemos. Esta acreditação também fortalece a nossa posição competitiva no panorama do ensino superior, atraindo estudantes de todo o país e estabelecendo parcerias estratégicas com outras instituições de renome.

Para além disso, o Mestrado Integrado em Medicina destacou-se no ranking da U-Multirank, refletindo o compromisso da FCS com a aprendizagem ativa e inovação na educação médica

PA: Porém, a oferta formativa da FCS não se resume a Medicina, havendo, entre licenciaturas, mestrados e doutoramentos, muitas outras opções. Desta forma, quais são os restantes cursos disponíveis e como é que contribuem para a formação de profissionais competentes em diversas áreas da saúde?

MCB: Além do mestrado integrado em Medicina, a FCS oferece um vasto leque de programas de licenciatura, mestrado e doutoramento bem como cursos não conferentes de grau. Destacam-se o mestrado integrado em medicina, em Ciências Farmacêuticas e as licenciaturas e mestrados em Optometria e Ciências da Visão e também em Ciências Biomédicas. A nível de doutoramento, temos as áreas da Medicina, Biomedicina e Ciências Farmacêuticas.

Atualmente temos mais de 25 cursos não conferentes de grau na área da saúde. Cada um destes cursos é desenhado para fornecer uma formação sólida, combinando conhecimentos teóricos com experiência prática, preparando os nossos estudantes para enfrentar os desafios profissionais com competência e inovação.

PA: Integrado na FCS está o Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS), que tem como missão realizar investigação biomédica e oferecer oportunidades de formação avançada, enquanto promove a educação da comunidade académica e a transferência de conhecimentos. Assim, qual é a importância desta unidade de investigação para o tecido empresarial e, também, para a sociedade civil? Poderia destacar alguns dos principais projetos de investigação do CICS, ressalvando as suas aplicações práticas?

MCB: O CICS desempenha um papel crucial na ponte entre a investigação académica e a aplicação prática no tecido empresarial e na sociedade civil. Através do desenvolvimento de projetos inovadores, o CICS contribui para o avanço científico e tecnológico, oferecendo soluções para problemas relacionados com a saúde. Integrado no RISE-Health, uma rede que procura que os seus polos sejam constituintes no domínio de um centro único, permite que haja uma descentralização em termos dos polos, do funcionamento do próprio centro, mas sobretudo mais solidez, porque aumenta o número de investigadores e o número de áreas em volta dos pontos de investigação.

O Centro de investigação serve para apoiar a investigação nas mais variadas áreas da saúde: Bio-Farmacêutica, Biomateriais, descoberta de drogas, hormonas e metabolismo, produtos naturais e investigação microbiológica, doenças neurológicas e neuro vasculares e, ainda, as doenças respiratórias e alérgicas. Estes foram os principais focos de atenção que se desenvolveram nos últimos anos. Fazemos ciência com laboratórios muito bem apetrechados e com investigadores de elevada qualidade, o que resultou em muitos trabalhos científicos, na criação de algumas empresas e na transferência para a indústria dos desenvolvimentos feitos no Centro de Investigação e Ciências da Saúde.

Nesta perspetiva, a intensificação da pesquisa na área da saúde é vista como uma alavanca para levar o nível da pesquisa científica na área da saúde em Portugal a patamares que, até então, ainda não foram alcançados. O RISE-Health é uma excelente iniciativa para a investigação na área da saúde, inclusive na expansão das áreas de pesquisa envolvidas.

PA: Além da atividade de investigação, o CICS também realiza eventos, como seminários, concursos de ciência e simpósios. Qual é a importância da existência destas iniciativas para o enriquecimento intelectual da comunidade académica da FCS? Consideram que os estudantes se envolvem e participam ativamente nestes projetos?

MCB: Os eventos organizados pelo CICS, como seminários, concursos de ciência e simpósios são fundamentais para o enriquecimento intelectual da nossa comunidade académica. Estas iniciativas promovem a troca de conhecimentos, o desenvolvimento de competências de comunicação científica e a inspiração para a inovação. Os estudantes da FCS participam ativamente nestes eventos, beneficiando da oportunidade de interagir com especialistas de renome, apresentar os seus próprios trabalhos de investigação e desenvolver uma rede de contactos profissionais. Este envolvimento enriquece a formação dos estudantes, preparando-os para carreiras de sucesso tanto na academia como no setor empresarial.

PA: Em altura de candidaturas ao Ensino Superior, porquê a Beira Interior? O que distingue a FCS das de- mais instituições e porque deve ser uma escolha?

MCB: Escolher a Universidade da Beira Interior e a FCS é optar por uma educação de excelência num ambiente acolhedor e inspirador. A FCS distingue-se pelo seu compromisso com a qualidade do ensino, pela proximidade entre docentes e alunos e pelo forte enfoque na prática clínica e na investigação. As nossas modernas instalações, aliadas a um corpo docente altamente qualificado e dedicado, garantem uma formação robusta e abrangente. Adicionalmente, a região da Beira Interior oferece uma qualidade de vida excecional, com um ambiente natural preservado e um custo de vida acessível. Esta combinação única de fatores faz da FCS a escolha ideal para aqueles que desejam uma formação de alto nível em ciências da saúde, num contexto que promove tanto o desenvolvimento académico quanto o bem-estar pessoal.

Para além disso, uma das áreas que foi identificada há algum tempo foi o desenvolvimento de competências na área cirúrgica. Há já alguns anos que dispomos de um laboratório de treino de competências cirúrgicas que se mantém atual e essencial. Numa perspetiva ligada à tecnologia mais avançada, como é o caso da cirurgia robótica feita por apoio tecnológico, incluindo a Inteligência Artificial, criámos uma nova versão do centro de desenvolvimento e competências cirúrgicas, com a designação de CUBI – “Cirurgia na Universidade Da Beira Interior”, e uma das áreas em que estamos a apostar é a da cirurgia robótica. Estamos atualmente a organizar o 1.º Robotic Surgery Summit a decorrer entre 01 e 03 de outubro na FCS. Para além disso, a recente aprovação da candidatura ao PRR Digital + irá permitir-nos melhorar em diferentes domínios, nomeadamente, na modernização tecnológica e digital da formação e na prática da medicina nas diferentes áreas de atuação.

Nesta perspetiva, escolher a FCS da UBI é abrir as por- tas para um futuro promissor na área da saúde, integrando projetos inovadores e contribuindo para uma comunidade mais saudável e feliz.

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