GreenUPorto: Na vanguarda da aposta na capacitação do setor Agroalimentar
Na sua missão de contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico e para a transferência de conhecimento no setor agroalimentar e ambiental, o GreenUPorto – Centro de Investigação em Produção Agroalimentar Sustentável e o Laboratório Associado Inov4Agro, que o centro integra, têm encetado uma intensa atividade na capacitação dirigida a vários dos intervenientes do setor, com vista a um futuro cada vez mais especializado na área.
Capacitar para um setor Agroalimentar mais Informado e Sustentável
Integrado na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, o GreenUPorto tem como parte da sua missão, enquanto Unidade de Investigação e Desenvolvimento, e como Laboratório Associado, a promoção da especialização inteligente e da sustentabilidade nos setores agronómico, alimentar e ambiental.
É, em particular, no setor da horticultura que o GreenUPorto procura capacitar as novas e atuais gerações de profissionais, disponibilizando-lhes as melhores ferramentas e know-how. Este objetivo é concretizado através da integração e transferência de resultados de investigação de elevado nível, bem como do papel ativo que desempenha na formação pós-graduada.
Tais objetivos revestem-se de particular importância no contexto dos desafios globais que os setores agronómico e alimentar enfrentam atualmente, como a fixação de massa crítica jovem no país ou a necessidade de mais formação e do rejuvenescimento dos profissionais do setor agroalimentar, e o aumento da atratividade do setor face a competências e áreas profissionais emergentes.
Desde a sua génese, o GreenUPorto/Inov4Agro compreendeu a importância do diálogo com a sociedade, por forma a estabelecer pontes entre a nossa investigação e a ação no terreno. Para o efeito, temos dinamizado diversas ações de formação dirigidas a vários atores do setor, quer integradas em projetos de investigação em curso, quer ações específicas de workshops e cursos de formação contínua com vista ao ‘reskilling’ e ‘upskilling’.

Unindo esforços nos planos regional, nacional, e além-fronteiras, em prol da proteção do Solo
A problemática da degradação do solo, em muito ligada à intensificação da agricultura, é uma questão europeia muito relevante e atual, tornando imperativo testar e implementar novos paradigmas de gestão do solo, focados na sua monitorização, restauro e proteção, e na união de esforços de vários atores: agricultores, cientistas, empresas, políticos e cidadãos. Não ficando indiferentes a estas problemáticas, desde 2024 que, no âmbito da nossa linha de investigação “Qualidade Ambiental e Avaliação de Risco”, integramos o projeto internacional LivingSoiLL: Healthy Soil to Permanent Crops Living Labs (https://livingsoill.eu/), aprovado pela Missão Solo do Horizonte Europa.
Com esta missão, a União Europeia visa criar, nas suas zonas rurais e urbanas, uma rede de 100 Living Labs (Laboratórios Vivos, LL) – ecossistemas de investigação e inovação centrados no utilizador, de base local e transdisciplinares, que envolvem múltiplos parceiros (gestores de terras, cientistas, cidadãos, empresas, autoridades locais) para, em conjunto, conceber, testar, monitorizar e avaliar soluções em contexto real para melhorar a saúde do solo.
No âmbito do LivingSoiLL, o GreenUPorto e parceiros pretendem promover a participação ativa de mais de 2000 atores locais no combate à degradação dos solos, através da cocriação e codesenvolvimento de soluções para as culturas permanentes mais relevantes da Europa, como a vinha, o olival, a maçã, a castanha e a avelã – culturas de grande valor económico, social e cultural, e atualmente ameaçadas pelas alterações climáticas.
A aposta na capacitação para práticas sustentáveis de gestão do solo e no reforço da literacia do solo é uma componente muito relevante do projeto, a par da testagem e co-criação de soluções inovadoras e ajustadas localmente.
Na nossa aposta pela capacitação de profissionais no setor no domínio da proteção dos solos, temos desenvolvido cursos como ”Capacitação para uma Gestão Sustentável do Solo” (https://edc.fc.up.pt/fc/capacitacao–para-uma-gestao-sustentavel-do-solo/) (2023 e 2024), e “Análises de Solo: Análise Comparativa de Métodos e Interpretação de Boletins” (https://edc.fc.up.pt/fc/analises-de-solo-analise-comparativa-de-metodos-e-interpretacao-de-boletins/) (2025). Este último, em colaboração com um laboratório de análise de solos, que procurou familiarizar os formandos com métodos analíticos dos parâmetros típicos em análises de rotina, efetuadas por iniciativa própria ou imposição legal.
A interpretação de resultados para melhor compreenderem e discutirem de forma crítica recomendações de fertilização e os métodos de amostragem e de recolha de amostras mais adequados à dimensão das suas propriedades, a importância da padronização dos métodos analíticos, e o conhecimento científico que justifica a interpretação de cada indicador físico, químico e biológico de saúde do solo foram alguns dos temas abordados. Por forma a se evidenciarem problemas reais, identificados por produtores, os cursos beneficiaram ainda de parcerias estratégicas com empresas do sector, que auxiliaram na preparação dos programas.
Contando já com 3 edições, estes cursos atingiram sempre o limite máximo de participantes. Novas edições estão previstas para breve. Na perspetiva de formação, o GreenUPorto também colabora na Pós-Graduação em Sistemas Alimentares Sustentáveis (https://portal.uab.pt/alv/cursos_alv/pos–graduacao-em-sistemas-alimentares-sustentaveis/), oferecida em regime de e-learning pela Universidade Aberta, universidade pública de ensino a distância, que apresenta elevada projeção junto dos países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

Capacitar para uma “Agricultura do Futuro”
Outro exemplo da nossa aposta na capacitação de profissionais é demonstrado pela nossa participação no projeto AgriFood4Future (ERASMUS+) (https://agrifood4future.com/), cujo objetivo passa pelo desenvolvimento de programas de formação profissional e educacional para a “agricultura do futuro”, que atendam às necessidades dos vários intervenientes do setor da Agroprodução.
Juntando os esforços de 23 organizações europeias e clusters dos setores da agroprodução e digital, o projeto pretende contribuir para a transformação do setor agroalimentar rumo à digitalização, à descarbonização e à sustentabilidade, apoiando a implementação em larga escala de práticas agrícolas novas e emergentes (como a agricultura climaticamente inteligente, a agricultura de precisão e as práticas regenerativas e orgânicas), e fornecendo competências técnicas e interpessoais necessárias a jovens e trabalhadores do setor agroalimentar, sensibilizando e cultivando uma mentalidade empreendedora para a “agricultura do futuro”.
Neste projeto, a equipa do GreenUPorto está a trabalhar na constituição de um Center of Vocational Excellence (COVE) nacional, juntamente com vários parceiros relevantes do setor, como o Laboratório Colaborativo Food4Sustainability, ISQ (Centro de Interface e Tecnologia), e BGI (Building Global Innovators), com vista ao levantamento das necessidades de formação e planeamento de conteúdos educativos.
Adicionalmente, o GreenUPorto aposta também fortemente em workshops, ações mais curtas no tempo, tipicamente gratuitas e abertas à comunidade, em tópicos específicos. É o caso do recente Workshop “Tecnologias de Vanguarda para Promoção da Resiliência das Culturas”. Promovido pela Alltech Crop Science e GreenUPorto, o evento reuniu académicos, técnicos e profissionais do setor agrícola para debater soluções tecnológicas e sustentáveis que respondam aos desafios crescentes da agricultura moderna. Com temas diversificados, como aplicação de bioestimulantes, uso de fitohormonas na proteção das culturas, radiação UV para controlo de doenças fúngicas e o papel da agricultura de precisão na gestão agrícola eficiente, tratou-se de um exemplo das nossas iniciativas de aproximação à sociedade realizadas no âmbito dos nossos projetos de I&D – neste caso, no âmbito do projeto “Botrytis-XTalk” (Fundação para a Ciência e a Tecnologia).
Este projeto visa reforçar a ligação entre ciência, inovação e prática agrícola, a par de compreender os mecanismos inerentes à podridão cinzenta e contribuir para o desenvolvimento de alternativas sustentáveis aos fungicidas químicos de síntese para o seu controlo.
Outras temáticas estão previstas, nomeadamente no campo da avaliação de risco de produtos fitofarmacêuticos, tema que tanto preocupa os produtores, muitas vezes pressionados com a necessidade de limitar a utilização destes compostos. Ainda na vertente da proteção das culturas, está em marcha o nosso projeto BFree (PRR-IFAP), que tem à data 10 ensaios a decorrer por todo o país, em organizações de produtores e produtores, nas culturas de tomate, pepino e pequenos frutos (morango, framboesa, mirtilo e amora).
De cariz bastante aplicado, visa explorar o papel de formulações de microrganismos benéficos como potenciais Agentes de Biocontrolo (ABCs). O seu objetivo principal é reduzir a aplicação de pesticidas sintéticos para o controlo de doenças fúngicas em hortícolas, contando com vários parceiros nacionais (para além de produtores, também a empresa de biotecnologia Proenol, e os parceiros Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN), Associação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP) e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV)).
No âmbito deste projeto, foram organizadas várias sessões de demonstração e workshops para capacitar os produtores e técnicos nestes temas. Destacam-se ainda outras iniciativas como o workshop Soil Health Solutions and Monitoring: the Bio(technological) Contributions, ou ainda cursos em temáticas específicas como ”Análise Bibliométrica com Recurso ao Biblioshiny e R” ou “Introdução ao R e Análise de Metabarcoding”, particularmente dedicados a capacitar os jovens investigadores, nomeadamente estudantes de mestrado e doutoramento, para o uso de ferramentas que lhes permitam analisar grandes volumes de dados e, assim, tirarem conclusões científicas mais robustas, que possam ser transferidas com confiança para o setor.

e técnicos no âmbito do projeto BFree (GreenUPorto)
Para além da aposta na capacitação: uma contínua atividade em projetos de I&D de âmbito nacional e internacional
No intuito de contribuir de forma positiva e eficaz na transição para uma agricultura mais sustentável, a par do ênfase dado à capacitação do setor Agroalimentar, outra nossa grande aposta passa pela integração e liderança da equipa GreenUPorto em consórcios de numerosos projetos de I&D nacionais, europeus ou internacionais.
A par de uma extensa lista de projetos de I&D concluídos com sucesso, o GreenUPorto tem vindo, continuamente, a ter financiamento atribuído a novos projetos de investigação, focados em responder aos desafios emergentes do setor. Com início para breve, o projeto AgroCIRN: Agroecossistemas Circulares: Uma Nova Abordagem para a Saúde do Solo no Contexto da Região Norte (CCDR-N), procura dar continuidade a uma temática que temos considerado de elevada importância: a reutilização de forma segura de substratos de culturas sem solo após a sua utilização em ciclos de produção. Este projeto focará em alternativas que vão desde a incorporação segura de carbono orgânico no solo até à sua reciclagem na produção de novos substratos, sendo que ambas serão testadas no seu decorrer, com um grande enfoque na formação e contratação de jovens investigadores.
Na linha “Biologia das Plantas, Produção e Pós-colheita”, conta-se o projeto MicroHealthChest (COMPETE2030–FEDER-02304200), desenvolvido em co-promoção com a Deifil, e com o objetivo de desenvolver formulações microbianas com efeito bioestimulante para melhoramento da fitossanidade e resiliência climática do castanheiro. A validação em condições reais de campo, aliada à liderança industrial, garante uma transferência eficaz de conhecimento para o setor agroalimentar.
Ainda no domínio dos bioestimulantes, o projeto endoLEGUME (Fundação “la Caixa”/BPI & FCT), com coordenação GreenUPorto, iniciará em 2026, visando desenvolver bioinoculantes capazes de aumentar a tolerância de diferentes variedades nacionais de grão-de-bico à escassez hídrica, valorizando a biodiversidade existente desta cultura com elevado potencial biológico e comercial. Já o projeto epiAGRO_2.0 (FCT) foca-se na caracterização de efeitos transgeracionais da exposição de culturas a glifosato, pretendendo aprimorar a análise de risco ambiental em agroecossistemas ao incorporar modulações epigenéticas na mesma.
Também a participação na Ação COST PrimSeedPower (CA24156), com arranque no final de 2025, permitirá ao GreenUPorto integrar redes internacionais dedicadas ao avanço das tecnologias de seed priming, fortalecendo as ligações com stakeholders europeus e promovendo a aplicação prática e a disseminação dos resultados científicos alcançados. Na linha temática “Valorização, Consumo e Nutrição Humana”, mais focada no consumidor, elemento último da cadeia agroalimentar, destaca-se a procura de novas metodologias para sua avaliação, com o desenvolvimento do novo sistema de Realidade Virtual de elevada definição: SenseVirtual – desenvolvido em parceria com a empresa Sense Test, no âmbito da Agenda Mobilizadora VIIAFOOD (02-C05-i01.01-2022.PC644929456-00000040).
Este sistema, recentemente submetido a registo de patente, permite avaliar o impacto do contexto na avaliação dos produtos alimentares, permitindo uma elaborada fusão do participante e do alimento em prova com o ambiente virtual envolvente. Procurando a valorização dos recursos, o projeto OLIVE4CEREAL (Fundação La Caixa/BPI & FCT) aposta na valorização de subprodutos da indústria oleícola para criar uma nova classe de bioestimulantes, em colaboração com empresas do setor.
Na mesma linha, o projeto INTECH+ – Inovações tecnológicas integradas para a valorização do fracionamento de Tenebrio molitor (COMPETE2030-FEDER-01475700) será liderado pela SFP (Sustainable Food Products, Lda), empresa pioneira em Portugal na comercialização de alimentos com incorporação de insetos comestíveis, contando com a nossa participação/FCUP, a empresa TecmaFoods, FFUP e UCP. Quanto à capacitação de profissionais, no domínio da inovação alimentar, são exemplo os cursos “Insetos na Alimentação Humana: da Produção ao Prato” (https://edc.fc.up.pt/fc/insetos-na-alimentacao-humana-da-producao-ao-prato/), com primeira edição no 1º semestre de 2025, em parceria com empresas parceiras do projeto Intech+ e com a Arcádia Internacional, e o curso “Perceção do consumidor: avanços nas metodologias de avaliação” (https://edc.fc.up.pt/fc/percecao-do-consumidor-avancos-nas-metodologias-de-avaliacao/), a iniciar em novembro de 2025.
Destaca-se ainda a participação do GreenUPorto no curso internacional Blended Intensive Programme FOOD INNOVATION AND THE CONSUMER (Erasmus+), em abril de 2025, desenvolvido em parceria com FCUP, Universitat Politècnica de València, National and Kapodistrian University of Athens, e Universidade Aberta, o qual contou com a participação de estudantes de 7 países que, em regime de b-learning, adquiriram competências ao nível da inovação alimentar centrada no consumidor. Procurando alargar as suas relações com outras Instituições Internacionais, o GreenUPorto foi convidado a participar no evento Talent Exchange Featured Session organizado pela South China University of Technology, no âmbito das celebrações do “50.º aniversário das relações diplomáticas entre a China e a União Europeia”, em maio passado, Cantão, China.

Alimentação Humana)
Uma visão de futuro para o setor Agroalimentar e Ambiental cimentada num percurso marcado pela Excelência, agora renovada. Recentemente, no âmbito do último processo de avaliação nas Unidades de Investigação nacionais, levado a cabo pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o GreenUPorto – Centro de Investigação em Produção Agroalimentar Sustentável – viu renovado o seu estatuto de excelência, que tem vindo a manter desde a sua fundação, em 2020.
Com o cimentar deste estatuto, o GreenUPorto vê reforçada e renovada a confiança em alcançar a sua missão, e é em particular através da continuidade da nossa aposta na capacitação e formação de profissionais e no reforço das nossas colaborações, a par da contínua e profícua atividade em I&D e captação de projetos de investigação, que estamos confiantes de que continuaremos a deixar a nossa marca de excelência no setor agroalimentar. É também crucial para o GreenUPorto continuar a manter portas abertas, e fazer chegar as nossas questões e resultados de investigação à comunidade, com vista ao envolvimento de todos na promoção da sustentabilidade no setor agroalimentar.
Também destacar a importância de continuarmos a nossa colaboração com o CITAB – Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (UTAD), através da implementação da missão do Laboratório Associado Inov4Agro – Instituto de Inovação, Capacitação e Sustentabilidade da Produção Agroalimentar (https://Inov4Agro.pt). Fundado em 2021, pelo GreenUPorto e CITAB, assenta no objetivo comum de assumir um papel interventivo na região Norte, suavizando desigualdades regionais entre o litoral e os territórios de baixa densidade do interior, e potencializando a nossa missão de estabelecer uma forte interação com stakeholders e autoridades públicas regionais, nacionais e europeias.
Saiba mais sobre o GreenUPorto seguindo-nos nas redes sociais (LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/green-uporto/, Instagram: https://www.instagram.com/green_uporto/, e através do nosso website: https://www.fc.up.pt/GreenUPorto/pt/), onde poderá ficar a par dos nossos projetos e iniciativas ou eventos em curso, ficando desde já o nosso convite, a stakeholders e público geral, para se envolverem e tomarem parte ativa nos mesmos.


O GreenUPorto é financiado por fundos nacionais pela FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) através do Projeto Estratégico com referência UID/05748/2025
