
Avançar para o futuro: DAO forma estudantes para a sustentabilidade e conhecimento global
Há quatro décadas, a Universidade de Aveiro tornava-se pioneira, em Portugal, ao incluir as questões ambientais na sua oferta educativa. Preparados para “propor soluções sustentáveis, inovadoras e eficazes”, para o próximo ano letivo, a Diretora do DAO, Fátima Lopes Alves, prevê o reforço dos conteúdos relativos à adaptação climática e à transição energética, assim como o aumento das disciplinas lecionadas em inglês e das oportunidades de mobilidade académica.
Perspetiva Atual: Quando o ecossistema ainda não estava entre as prioridades do país, a Universidade de Aveiro passou a integrar uma abordagem educativa que enfrenta os desafios ambientais de forma global. Como descreve a evolução do departamento desde a sua fundação até à atualidade?
Fátima Lopes Alves: Há cerca de 40 anos, a Universidade de Aveiro foi pioneira em Portugal ao adotar uma abordagem integrada para os problemas ambientais, numa altura em que o tema não era prioritário no país. Desde a sua fundação, o Departamento de Ambiente e Ordenamento cresceu de forma consistente, alargando a sua oferta formativa com licenciaturas, mestrados e doutoramentos, e investindo em investigação de qualidade. Consolidou ainda parcerias nacionais e internacionais, modernizando os currículos para responder a temas como alterações climáticas, sustentabilidade e economia circular. Hoje é reconhecido pela qualidade do ensino, pela inovação e pelo compromisso com os objetivos do desenvolvimento sustentável.
PA: Já perante os desafios globais como as alterações climáticas, a gestão de recursos e a transição energética, a formação de profissionais altamente qualificados torna-se urgente. Que competências e conhecimentos os jovens podem esperar adquirir? Existem novidades que possa partilhar?
FLA: A formação do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro está focada em preparar profissionais completos, capazes de propor soluções sustentáveis, inovadoras e eficazes para os desafios ambientais do presente e do futuro. As competências e conhecimentos principais incluem a análise integrada de sistemas ambientais, a gestão sustentável de recursos, a avaliação de impacto e mitigação, além de tecnologias limpas e inovadoras. Também são importantes as competências transversais.
Novidades recentes:
- Fortalecimento de conteúdos nas unidades curriculares focados em adaptação climática, valorização dos recursos, transição energética justa e planeamento ambiental e governança.
- Reforço da internacionalização, com programas conjuntos e oportunidades de mobilidade em universidades estrangeiras.
- Investimento em equipamentos laboratoriais e em salas promovendo a utilização de metodologias de ensino-aprendizagem mais criativas, dinâmicas e centradas no desenvolvimento de competências do aluno.
PA: Tendo em conta o caráter multidisciplinar e internacional do DAO, torna-se essencial proporcionar aos estudantes conhecimentos além-fronteiras. Que oportunidades de mobilidade académica, a nível nacional e internacional, são disponibilizadas por este departamento?
FLA: O DAO aposta fortemente na internacionalização e na mobilidade como parte integrante da sua estratégia de ensino, proporcionando aos estudantes experiências que alargam horizontes, enriquecem o percurso académico e os preparam para atuar num mercado de trabalho globalizado e interligado. São exemplo de oportunidades para os estudantes de Engenharia do Ambiente: o Programa Erasmus+: permite estudar ou estagiar em universidades e instituições de toda a Europa, com acordos específicos em áreas como engenharia do ambiente, planeamento ambiental e ciências do ambiente; as Parcerias fora da Europa: acordos bilaterais com universidades na América Latina e África, proporcionando experiências em contextos ambientais variados; e os Projetos conjuntos: nos cursos de mestrado e doutoramento do DAO as unidades curriculares lecionadas em inglês, possibilitando oportunidades de parcerias com projetos de investigação ou teses em coorientação internacional.
PA: Relativamente à concretização prática da teoria, o DAO promove estágios, voluntariados e projetos ambientais. Estas oportunidades permitem aos estudantes aplicar conhecimentos científicos em contextos reais e participar ativamente na resolução dos desafios ambientais?
FLA: Promovemos diversas oportunidades que permitem aos estudantes aplicar os seus conhecimentos em contextos reais. Através dos estágios curriculares e extracurriculares, o departamento colabora com autarquias, empresas, ONGs e centros de investigação para oferecer estágios onde os estudantes podem participar em projetos de gestão ambiental, monitorização da qualidade da água e do ar, sustentabilidade, energia e ambiente, valorização dos resíduos, planeamento territorial ou implementação de tecnologias sustentáveis. Nas ligações aos centros de investigação e transferência de tecnologia, os estudantes têm ainda a possibilidade de integrar equipas de investigação das unidades de investigação como o CESAM, TEMA, GOVCOPP ou o GeoBioTec, contribuindo para projetos financiados sobre as temáticas do ambiente e sustentabilidade, em geral.
PA: Considera que a atualização constante do corpo docente é uma das principais valências do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro?
FLA: É essencial que os docentes estejam sempre alinhados com os avanços científicos, tecnológicos e legislativos, obtendo essa atualização através da sua participação em redes internacionais de mobilidade no âmbito dos programas internacionais dedicados a docentes, mas também através da sua participação em projetos de investigação internacional e em parcerias nacionais com o setor empresarial. Os professores do DAO participam regularmente em conferências internacionais, projetos de investigação colaborativos e redes de ensino globais. Além disso, muitos docentes estão envolvidos em consultoria e transferência de tecnologia para empresas e entidades públicas, o que lhes permite trazer para as aulas exemplos reais e atuais. Esta ligação constante à investigação e à prática profissional garante que os conteúdos lecionados são relevantes e atualizados, preparando os estudantes para enfrentar os desafios ambientais complexos de hoje e do futuro.