Crise nas Urgências: Ministro da Saúde Admite Precisar de Mais Tempo para Reorganização dos Serviços
Durante visita ao Hospital da Prelada, no Porto, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, reconheceu, nesta segunda-feira, a necessidade de mais tempo para reorganizar os serviços de Urgência do país.
Com os hospitais a viver uma “situação de contingência”, o ministro afirma que é imperativo repensar a dependência “crónica” do Serviço Nacional de Saúde (SNS) nas horas extraordinárias dos médicos. “Os médicos têm direito a não fazer mais do que aquelas horas extraordinárias na urgência”, afirma Pizarro.
No âmbito das medidas para enfrentar esta crise, a Direção Executiva do SNS divulgou um novo plano de reorganização das urgências. Este plano indica que 36 pontos estarão operacionais com algumas restrições em determinadas especialidades entre os dias 26 de novembro e 2 de dezembro.
Manuel Pizarro assegurou que essas medidas são de “contingência para garantir o funcionamento em rede do serviço”. Apesar de reconhecer o incómodo que a situação causa, o ministro afirmou que tem sido dada uma resposta completa, especialmente nas zonas urbanas, enquanto as zonas do interior, devido às maiores distâncias, são motivo de maior preocupação.
Quanto à reestruturação da rede de urgências proposta pelo presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Manuel Pizarro recusa “fazer uma associação entre as negociações sindicais dos médicos e o exercício individual de cada médico do direito de não fazer mais horas extra”.
Sobre as vagas ao concurso de especialidade, o ministro admitiu a diminuição de adesão na Medicina Interna – a especialidade central no funcionamento dos hospitais. Pizarro aponta a criação da especialidade de Medicina Intensiva como possível explicação e destaca a necessidade de um estudo mais rigoroso sobre o tema.