Internacionalização, investigação e tecnologia marcam o próximo ano letivo da FCS

Um ano depois da última entrevista dada à Perspetiva Atual, a Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da Universidade da Beira Interior celebra avanços significativos. Segundo o Presidente Miguel Castelo-Branco, entre iniciativas, desafios e conquistas, “o último ano tem sido pautado por um percurso de crescimento sustentado”, que agora se projeta em novas parcerias internacionais, investigação transdisciplinar e inovações tecnológicas.

Perspetiva Atual: Passado um ano desde a última entrevista, gostaríamos que fizesse um balanço sobre a evolução e os resultados que têm sido alcançados. Quais foram os principais avanços conseguidos pela Faculdade desde a última entrevista?

Miguel Castelo-Branco: O último ano tem sido pautado por um percurso de crescimento sustentado. Desde a última entrevista, a Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) tem alcançado progressos significativos em várias áreas. Destaca-se, em primeiro lugar, o reforço da cooperação internacional, traduzido no estabelecimento e consolidação de parcerias estratégicas com instituições académicas e científicas de referência. Estas colaborações têm dado origem a projetos de investigação inovadores, programas de mobilidade e iniciativas de intercâmbio científico que enriquecem a formação oferecida e potenciam a visibilidade da FCS no espaço europeu e global.
Em paralelo, registaram-se melhorias consideráveis ao nível das infraestruturas. Foram criados novos espaços laboratoriais e atualizados diversos equipamentos, incorporando tecnologia de ponta e promovendo um ambiente pedagógico e científico mais avançado.

PA: A FCS dispõe de um laboratório de treino de competências cirúrgicas que tem sido atualizado regularmente, incluindo a integração de cirurgia robótica e inteligência artificial. Considera que a integração destas tecnologias num laboratório experimental complementa a formação dos estudantes e promove a inovação na área da saúde? Que outras oportunidades esta Faculdade oferece?

MCB: A integração de tecnologias emergentes permite uma aprendizagem experiencial mais segura e eficiente, favorecendo o desenvolvimento de competências técnicas e cognitivas num ambiente controlado, mas tecnologicamente realista.

Para além deste laboratório, a FCS oferece uma ampla diversidade de oportunidades formativas e científicas. Os estudantes beneficiam de estágios clínicos em diferentes Unidades Locais de Saúde, entre as quais, Viseu Dão-Lafões, Guarda, Cova da Beira e Castelo-Branco, o que enriquece significativamente o seu percurso académico e pessoal. Adicionalmente, beneficiam de programas de intercâmbio internacional que alargam horizontes, promovem a multiculturalidade e fortalecem competências globais.

A investigação constitui um dos pilares estruturantes da nossa abordagem pedagógica. Incentivamos a participação dos estudantes em projetos científicos desde os primeiros anos do curso, fomentando uma cultura de curiosidade intelectual, rigor metodológico e inovação contínua.

A Faculdade disponibiliza ainda acesso gratuito a bases de dados científicas de referência, bem como a programas pedagógicos orientados para a literacia científica e para a autonomia na produção de conhecimento.

PA: Sabemos que, este ano, os estudantes de Medicina da UBI alcançaram o 3º lugar numa competição nacional de simulação médica, demonstrando o seu elevado nível de preparação. O que significa este reconhecimento para a Faculdade?

MCB: Este reconhecimento constitui uma prova da qualidade e do rigor da formação ministrada na FCS. O 3.º lugar numa competição nacional de simulação médica, que envolve cenários clínicos altamente exigentes e realistas, reflete o excelente nível de preparação técnica, científica e emocional dos nossos estudantes. Trata-se de um resultado que nos orgulha profundamente, não apenas pelo lugar alcançado, mas sobretudo pela demonstração da competência, do espírito de equipa e da capacidade de resposta dos nossos futuros profissionais de saúde.

PA: A taxa de empregabilidade dos graduados constitui um indicador fundamental da excelência e eficácia da formação académica das instituições. Como são preparados os estudantes para responder às exigências do mercado de trabalho?

MCB: A empregabilidade dos nossos graduados é uma prioridade estratégica e um reflexo direto do modelo formativo adotado pela UBI e particularmente pela FCS. Trabalhamos com um currículo abrangente e atualizado, alinhado com os padrões nacionais e internacionais de qualidade. Este currículo articula os conhecimentos teóricos com uma forte componente prática, através de estágios, práticas clínicas supervisionadas e atividades laboratoriais aplicadas.

Complementamos esta formação técnica com um conjunto de iniciativas orientadas para o desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes: comunicação em saúde, formação em liderança e trabalho em equipa, ética e sigilo profissional, sessões de orientação vocacional e apoio à integração no mercado de trabalho, pacientes simulados, entre outras.

PA: Atualmente, são disponibilizados mais de 25 cursos não conferentes de grau na área da saúde. Qual é a importância destes cursos para a Faculdade?

MCB: Os cursos não conferentes de grau desempenham um papel fundamental na missão da FCS enquanto promotora de formação ao longo da vida. Estes programas formativos destinam-se sobretudo a profissionais de saúde que procuram atualizar ou aprofundar os seus conhecimentos numa área específica, bem como a indivíduos que pretendem adquirir competências técnicas emergentes.

Através destes cursos, a FCS responde às necessidades formativas do setor da saúde, contribuindo para a valorização profissional e para a qualidade dos cuidados prestados.

PA: No final de cada ano letivo, a reflexão sobre o futuro académico dos estudantes torna-se essencial. Que objetivos a Faculdade de Ciências da Saúde se propõe cumprir no próximo ano letivo?

MCB: Em primeiro lugar, pretendemos consolidar e expandir as parcerias internacionais, criando novas oportunidades de mobilidade e investigação colaborativa. Em segundo lugar, iremos reforçar a aposta na investigação científica, nomeadamente através da criação de novos núcleos como o Value-Based Health Care e linhas de investigação transdisciplinares, com forte componente de inovação tecnológica e impacto social. A nível infraestrutural, estão previstas novas intervenções para melhorar a qualidade dos espaços letivos e laboratoriais, bem como a implementação de soluções digitais para uma gestão académica mais eficiente.

Por fim, estamos empenhados no desenvolvimento de novos programas de estudo, tanto conferentes como não conferentes de grau, que respondam às necessidades emergentes do setor da saúde, com especial enfoque nas áreas da saúde digital, envelhecimento ativo, saúde mental e gestão em saúde.

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