LS Hospital otimiza cuidados multidisciplinares e garante mais e melhor acessibilidade a doentes nacionais e internacionais

O LS Hospital Medical Center & Research destaca-se como uma referência na saúde privada da região Centro de Portugal. A instituição tem apostado na colaboração com o SNS e com a celebração de acordos internacionais, melhorando a acessibilidade de cuidados médicos nas áreas da Gastroenterologia, Oftalmologia e Oncologia, entre outras especialidades. Vasco Jorge, CEO, acredita que, nos próximos dez anos, a expansão para outras regiões nacionais, a proximidade ao doente e o aumento de unidades hospitalares a nível nacional e internacional serão as próximas conquistas deste novo grupo de saúde a operar em Portugal.

Perspetiva Atual: Fundado em 2017, o LS Hospital Medical Center & Research, é já uma das maiores referências da saúde privada  na região centro de Portugal. O que motivou a decisão de investimento na região centro? Este investimento irá estender-se a outras regiões do país?

Vasco Jorge: A decisão de investimento na região Centro prende-se, essencialmente, pela posição geo-estratégica de uma unidade hospitalar já existente e que se encontrava desativada.

A região Centro é a terceira maior região em termos populacionais de Portugal, pelo que conta com 2 252 648 habitantes, representa 21,6 % da população em Portugal e é a segunda região que mais cresce em termos populacionais com um crescimento de 0,58 %. À parte deste fator, acresce que a nossa primeira unidade hospitalar está situada a 30 km de Aveiro, a 38 km de Coimbra e apenas 88 km da grande área metropolitana do Norte e, por conseguinte, a 100 km do Aeroporto do Porto, o que é para nós importante, pelo nosso posicionamento, em termos do International Patient e mesmo de pacientes nacionais que se encontram deslocados de Portugal, mas que nos procuram por razões económicas e de disponibilidade.

A região Centro tem sofrido uma forte erosão de profissionais de saúde no setor público, o que manifestamente tem colocado o SNS sob pressão, na sua capacidade de resposta. Contudo, e apesar da grande concentração de prestadores privados nesta região, tem-se verificado um significativo decréscimo na qualidade do serviço prestado pelos privados que, por sua vez, têm incrementado um crescimento na insatisfação por parte dos prestadores de serviços, particularmente de médicos, que esgrimam, por exemplo, por disponibilidade de sala cirúrgica bem equipada, com as mais recentes soluções tecnológicas e de equipamentos, para que possam fazer as suas cirurgias com tempo e segurança.

Porém, outros fatores existem, nomeadamente o atraso na realização de exames complementares de diagnóstico, seja no setor privado, como no público; é comum hoje um doente esperar mais de 4 meses por uma ecografia e mais de 8 meses por um exame de gastroenterologia.

Foi, sobretudo, por estes aspetos que a nossa primeira unidade hospitalar nasceu na região Centro, estando já previsto, para 2026, a abertura de unidades clínicas de proximidade (LS Medical Center) para a comunidade médica e os seus pacientes, igualmente na região Centro, estarem mais próximos. Este investimento tem como objetivo dotar-nos de mais capacidade de resposta e encurtar tempos para a realização de uma consulta ou exame.

Encontra-se já em plano de desenvolvimento estratégico o alargamento de novas unidades hospitalares (LS Hospital), nas regiões mais interiores, bem como a norte e a sul do país, porque consideramos que a saúde é um estado e não uma filosofia económica e política.

O nosso plano de investimento tem por objetivo simples garantir mais e melhores condições de acesso à saúde, e é por essa razão que temos parcerias com o Estado, por via das ULS ou por vias de programas como o SIGIC, entre outros.
É também pela mesma razão, de política de proximidade e relação custo-benefício, que temos uma forte impressão digital no International Patient, dado que estes doentes nos procuram de outras geografias, por assimetria de preço, de acesso ou de qualidade de serviço — cuidados de saúde rápidos e de qualidade.

PA: Este Hospital pretende oferecer o melhor atendimento de saúde a pacientes nacionais e internacionais. De que forma é garantida a qualidade do atendimento a pacientes internacionais, considerando as diferentes necessidades culturais e de saúde que podem ser exigidas?

VJ: Efetivamente, não fazemos diferenças na prestação de serviço aos nossos pacientes, sejam eles portugueses ou de outras nacionalidades. A nossa preocupação é prestar um serviço clínico de qualidade, de forma rápida, prática, com uma forte componente humana e desburocratizada. Para isso, investimos em equipamentos de última geração, num corpo clínico misto em termos de gerações, que se complementam e criam sinergias em função de um denominador comum: o doente. À parte destes fatores, temos ainda a componente humana, que vai desde o front office, às auxiliares de apoio médico e à nossa equipa de enfermagem, que no dia a dia desenvolvem um contacto de proximidade e holístico, para compreender mais e melhor o nosso utente, com o propósito de poder garantir o maior conforto e segurança para o doente. A nossa diretora de enfermagem tem sido o cimento que une os diversos bricks, que sustentam essa diferenciação de qualidade, que nos tem vindo a ser reconhecida de forma natural e espontânea, seja por clínicos, doentes ou parceiros. No que concerne ao doente internacional, contamos com uma equipa dedicada, que está a desenvolver um esforço hercúleo para mitigar as diferenças culturais, mas, em particular, garantir uma ligação muito estreita entre o LS Hospital, o doente e o médico do país de origem que assiste o doente. Consideramos que todo e qualquer doente — mas, em particular, o doente internacional — deva ter um acompanhamento integrado e em rede, a fim de mitigar e não onerar ainda mais a dor, a preocupação ou o valor económico da sua condição.

PA: O LS Hospital Medical Center & Research centra-se nas áreas multidisciplinares da Oncologia e Cirurgia. É assegurada a continuidade dos tratamentos e o acompanhamento, a longo prazo, dos pacientes internacionais? E nos utentes nacionais, esse processo é efetuado da mesma forma?

VJ: O LS Hospital Medical Center & Research tem uma área de abrangência de mais de 25 especialidades, cirúrgicas e não cirúrgicas. Procuramos ver o doente como um todo e não por uma parte. Inclusivamente, temos programas de check-up com equipas multidisciplinares que estão disponíveis para o doente nacional e internacional. O estudo do doente é o elemento primordial para a abordagem clínica e para o sucesso do processo clínico e, por isso, temos desde sempre várias áreas de abrangência, como a gastroenterologia, a oftalmologia, endocrinologia, urologia e ginecologia, entre outras. A cirurgia e a oncologia no nosso hospital são especialidades que assumem maior destaque, pois as populações têm mais preocupações, conhecimentos, diagnósticos e urgência nestas áreas, o que, naturalmente, gera uma maior procura no nosso hospital. O facto de termos parcerias com entidades estrangeiras e de estarmos a desenvolver parcerias com universidades, médicos e hospitais na área internacional tem-nos dado maior visibilidade nestas duas áreas. Porém, temos outras que se têm vindo a desenvolver, como, por exemplo, a urologia, fertilidade e oftalmologia.

“Humanizar cuidados significa para nós reconhecer e respeitar a individualidade, direitos, valores, culturas e emoções e a história de cada um dos nossos utentes”

O acompanhamento integrado e em rede ao doente é, para nós, a matriz essencial. Por isso, temos desenvolvido parcerias nacionais e internacionais que garantam, por exemplo, o acesso ao tratamento farmacológico continuado ao doente. É comum a rutura na cadeia de abastecimento de fármacos em Portugal, o que tem sido um drama, particularmente para o doente oncológico internacional. Estes doentes confrontam-se com a inacessibilidade de tratamento nos seus países de origem, começam por iniciar um tratamento e ficam obrigados à interrupção, porque a cadeia de abastecimento dos fármacos está comprometida por diversas vicissitudes, ou porque, pura e simplesmente, não existe. A fim de mitigarmos estes problemas diários, temos procurado, em fornecedores externos, nas terapêuticas alternativas por substituição de princípios ativos ou nos processos de aquisição por AUE, a forma de tentar mitigar o problema, apenas e só com o objetivo de garantir que o doente possa prosseguir com o tratamento no seu país de origem ou mesmo em Portugal. Porém, estes processos são sempre morosos, burocráticos e são um fator de preocupação para os médicos, doentes e para o LS Hospital, que está a investir e a trabalhar diariamente a fim de encontrar soluções, que passam, sobretudo, pela recorrência a parcerias com outras entidades estrangeiras, pela incapacidade de oferta e de vontade de algumas entidades em Portugal. É também por estas razões que o nosso plano de desenvolvimento e expansão passa pela área internacional, nomeadamente por virmos a ter unidades hospitalares nos países de origem dos doentes, em particular unidades de hospital de dia, a fim de garantir mais proximidade e acessibilidade a terapêuticas e a cuidados de saúde, por via de exames e cirurgias.

PA: É a primeira unidade hospitalar no país que incorpora Research. Existem alguns projetos de desenvolvimento no LS Hospital Medical Center & Research?

VJ: A razão pela qual a nossa primeira unidade se chama LS Hospital Medical Center & Research é precisamente porque, desde o início, desenvolvemos no nosso pensamento estratégico que a unidade teria duas vocações: a prestação de serviços e cuidados médicos a todas as populações que nos procurassem e uma outra, mais ambiciosa, de sermos um hub de encontros entre pacientes e a comunidade médica, científica e de investigação. Factualmente, não temos a pretensão de ser “super” especialistas em mais de 25 áreas clínicas, mas é em unidades como as nossas que os doentes têm os seus cuidados primários. Sabemos que não vamos conseguir tratar todos os doentes, por exemplo, ao nível da oncologia — mas isso não nos dá o direito de reter o doente e gerir falsas expectativas. Desde finais de 2024, que estamos em conversações com hospitais especialistas em determinadas doenças ou áreas, universidades e centros de investigação nos Estados Unidos da América, no Reino Unido e em outras partes do mundo, para podermos direcionar esses doentes ou para podermos acompanhar em Portugal doentes que necessitam de alternativas terapêuticas. Estas parcerias procuram encontrar soluções para os doentes que nos procuram e dos quais não somos a solução final, mas somos certamente um veículo facilitador e desentorpecedor para o doente obter a melhor abordagem clínica e ser acompanhado de forma íntegra. Desta forma, o que desenvolvemos são pontes para os nossos médicos e doentes terem acesso a tratamentos, cirurgias e segundas opiniões clínicas com base no know-how internacional de última geração, ao mesmo tempo que a comunidade científica fica mais enriquecida com substratos clínicos, por mais amostragem de casos clínicos, para posteriores casuísticas, estudos e desenvolvimentos científicos.

PA: O LS Hospital Medical Center & Research é pioneiro no «programa de Check-up». Poderia explicar no que consiste este serviço?

 VJ: Restabelecendo pontos e ordem de verdade à questão: não somos pioneiros no programa de Check-Up, quanto muito, somos pioneiros na forma como o fazemos em Portugal e, em particular, para os doentes internacionais, pela novidade do conceito. A abordagem por Check-Up e da medicina preventiva é um conceito em vias de desenvolvimento; em Portugal encontra-se bastante atrasada, particularmente comparando com as práticas existentes em alguns países, como Estados Unidos da América, Canadá, Dinamarca, Reino Unido, Holanda e Alemanha.

Nestes países, o Check-Up tem duas vertentes. A primeira, numa ótica de medicina preventiva, permite ao doente realizar um conjunto de consultas, exames e análises a fim de detetar precocemente doenças, com ou sem comorbilidade. É uma perspetiva que temos de incorporar em Portugal, pelos benefícios óbvios, entre os quais:

  • Diagnóstico de doenças em estádios menos avançados.
  • Evitar uma medicina mais agressiva e traumática.
  • Diminuir os custos em diagnósticos, consultas subsequentes e tratamentos.
  • Aumentar a esperança, a qualidade de vida e o conforto do doente (por exemplo, através da alteração de estilos e comportamentos de vida, que atrasem a progressão da doença ou a sua eventual manifestação).

Numa segunda perspetiva, o Check-Up aplica-se, em casos de doenças em estado mais avançado e com comorbilidades, ao estudo dos doentes por uma equipa multidisciplinar, que aborda o doente como um todo e não apenas pelo sintoma, por uma só doença ou tratamento isolado. Uma abordagem global e partilhada entre especialistas permite, por exemplo, que o doente possa ter alterações no seu programa terapêutico, levando a melhores adesões ao tratamento, à redução de efeitos colaterais, bem como à diminuição dos custos associados. Principalmente por estas razões, desenvolvemos o programa de Check-Up nas nossas unidades, que, apesar de não ser uma inovação, não deixa de ser uma novidade à qual as pessoas hoje estão mais predispostas a considerar. Sentimo-nos obrigados e comprometidos, no LS Hospital, a desenvolver cada vez mais novos programas de Check-Up, alguns dos quais em parcerias com laboratórios farmacêuticos, associações de doentes e instituições internacionais, que nos têm feito transferência de práticas e know-how, que pretendemos colocar à disposição de doentes e corpo clínico.

PA: Por outro lado, a Telemedicina é parte integrante deste Hospital, nos tempos modernos e das contingências pós-pandemia. Considera que a Telemedicina facilita a acessibilidade dos utentes a serviços que não conseguiriam tão facilmente em regime presencial?

VJ: Hoje em dia, não só pelos tempos pós-pandémicos, a telemedicina e a cirurgia robótica fazem parte do léxico de doentes e clínicos. As pessoas estão mais informadas e estão, sobretudo, “mais móveis”. A tecnologia desatualiza-nos o quotidiano porque avança com novos construtos ao nanossegundo. Naturalmente, a telemedicina não é imune a isso e, hoje, com os terminais e as redes existentes, é possível melhorar a conectividade e a interação entre médico e paciente. No nosso caso, para além de um serviço complementar ao tradicional, a telemedicina é, para nós, um instrumento e uma forma essencial de praticar medicina, particularmente no tempo de resposta, acessibilidade e diminuição de custos. Hoje, através da telemedicina, conseguimos que os nossos médicos recebam exames e relatórios de diagnóstico de doentes de diversas partes do mundo. Apenas e se necessário, os doentes deslocam-se à nossa unidade para exames complementares ou para atos médicos mais práticos, como uma cirurgia ou tratamento em hospital de dia.

“A nosso ver, não representa um custo, mas um investimento em saúde com retorno em qualidade do atendimento, robustez da confiança entre pacientes e profissionais, e até redução de custos a longo prazo”

PA: O LS Hospital Medical Center & Research afirma que o «LS CARE» é um Plano de Saúde completo. É por esta razão que esta instituição dispõe dos melhores cuidados médicos privados da região centro do país?

VJ: O LS Care é um plano de saúde direcionado para os pacientes que nos procuram na nossa unidade, para que possam obter descontos nas consultas, ou usufruir de uma “via verde” na marcação de consultas, cirurgias e exames de urgência. Para além disso, os subscritores do plano LS Care podem usufruir de descontos e outras vantagens numa rede de parceiros que continua a crescer e a acrescentar valor ao plano LS Care. Acreditamos que o LS Care tem sido um complemento a essa perceção de que prestamos os melhores cuidados médicos na região Centro do país. Mas estamos convictos de que esse reconhecimento advém da forma como os doentes são tratados todos os dias no nosso hospital de forma humanizada, e não como uma estatística. Assim como dos médicos e enfermeiros, que têm a liberdade para poder exercer a sua profissão sem as pressões da gestão.

Para nós, a estatística é importante para medir o nível de perceção dos nossos serviços de cuidados prestados no dia a dia e para a obtenção de KPI’s de qualidade. Temos sentido isso ao nível de algumas especialidades e, destaco, por exemplo, a Gastroenterologia, na qual os resultados de um inquérito de satisfação foram para nós surpreendentes e motivadores para continuarmos a fazer o que fazemos — porque os doentes e os médicos assim o valorizam. A título de exemplo, e nesta área em específico, os doentes valorizaram o acompanhamento da nossa equipa de enfermagem, valorizaram o tempo que investimos no exame, no estudo do doente. Estes fatores não se encontram em nenhum plano de saúde, mas sim na entidade que os promove e se compromete a implementar.

PA: No que toca à fundação do Hospital, qual era a principal lacuna dos serviços de saúde privados, em Portugal, por preencher, nas áreas da Oncologia e Cirurgia?

VJ: Existem várias lacunas a este nível, desde a falta de profissionais de saúde, escassez de salas cirúrgicas e rutura constante de fármacos, particularmente na área oncológica. A decisão de começarmos a nossa atividade num antigo hospital de misericórdia foi precisamente para reabilitar um espaço que já estava dotado de infraestruturas com sala cirúrgica, que obviamente teve de ser adaptado às necessidades e legislação em vigor, cada vez mais restrita, burocrática e que assenta numa diferenciação de requisitos em função da natureza do hospital. Isto é, a legislação é diferenciadora caso estejamos a falar de um hospital público, social ou privado. A burocracia, como por exemplo, acordos com o SNS, em determinadas áreas, não são abertos ao público há vários anos, o que dificulta que alguns doentes tenham acesso aos cuidados prestados pelos privados ao mesmo valor que teriam nos cuidados públicos, mas de forma mais célere.

É necessária uma maior cooperação e compreensão das sinergias que o setor público e privado podem e têm de desenvolver. O setor privado tem obrigação e pode ajudar o setor público a diminuir listas de espera para consultas, exames e cirurgias, numa relação de troca e ganho mútuo que ambas as partes possam ter, ou seja, numa relação win-win. No LS Hospital, estamos já a implementar algumas parcerias e programas como o SIGIC, entre outros, para diminuir os tempos de espera de uma consulta, exames ou cirurgias. Temos-nos diferenciado por praticar valores que permitam ao Serviço Nacional de Saúde e às ULS baixar os seus custos operacionais, tendo em consideração que, por vezes, em desespero de causa, adjudicam em regime de outsourcing serviços a valores bastante elevados, por falta de capacidade de resposta e pelo aproveitamento de alguns grupos de saúde que têm uma posição que excede as práticas comerciais e o bom senso. De forma natural, a nossa parceria e colaboração com o SNS têm aumentado gradualmente, por nos diferenciarmos dessas práticas. Continuamos a acreditar que é possível encontrar um ponto de equilíbrio entre a relação preço-qualidade nos serviços prestados, independentemente da origem do doente, seja ela geográfica, seja ela de uma esfera privada ou pública.

PA: Quais são os principais planos de expansão do LS Hospital Medical Center & Research para o futuro?

VJ: O nosso plano estratégico e de investimento está delineado para dez anos, assente num aumento de unidades hospitalares com a insígnia LS Hospital ou LS Centro Médico (unidades clínicas de proximidade para exames e consultas) em outras regiões do país, por investimento direto, aquisição, fusão ou parceria com outras entidades que deixaram de ter vocação ou interesse na prestação de cuidados médicos de forma regional, de âmbito privado e social. Consideramos que a expansão da nossa presença e know-how em outras geografias é um futuro já muito próximo, assim como a extensão e aumento das redes de parceiros, como fator de continuidade de uma prestação de serviços clínicos mais próxima e humanizada.

Perspetiva Atual: Quando falam numa prestação do cuidado médico e de saúde mais humanizada, em que consiste em concreto?

Rosário Lopes: No LS Hospital procuramos olhar para a pessoa e avaliá-la como um todo, muito para além do tratamento da doença. Humanizar cuidados significa para nós reconhecer e respeitar a individualidade, direitos, valores, culturas e emoções e a história de cada um dos nossos utentes. Incentivamos no LS Hospital a prática de uma escuta ativa, que inclua uma comunicação empática sem julgamentos e permita fornecer todos os esclarecimentos sobre o diagnóstico e procedimentos preconizados, de forma a que o utente os compreenda. Procuramos, na nossa prática diária, receber os utentes de forma calorosa e acolhedora, criando um ambiente mais confortável e menos hostil, encorajando-os a ter uma participação ativa e esclarecida em todo o seu processo de tratamento, bem como nas decisões que lhe digam respeito. Entendemos que a humanização se aplica também à relação com e entre os profissionais no LS Hospital. Consideramos fundamental que os profissionais se sintam valorizados e apoiados, pois de outra forma não será possível garantir a excelência dos cuidados. Neste sentido, encaramos a humanização não apenas como uma responsabilidade dos cuidadores, mas como um compromisso coletivo que envolve toda a instituição. Esta prática melhora a experiência dos utentes, como também potencia melhores resultados em saúde e um ambiente de trabalho mais positivo na organização.

PA: Considera que num momento como o que vivemos, de pressão e instabilidade económica, é sustentável uma medicina mais humanizada? Tendo em consideração que a tendência, particularmente do sector privado, tem sido de atendimento em massa pela sobrecarga do sector público, esta estratégia não tem um custo elevado?

RL: Essa é uma pergunta extremamente pertinente — especialmente no cenário atual, em que as tensões económicas e estruturais colocam diariamente à prova a capacidade de resposta dos sistemas de saúde, tanto públicos como privados. Ainda assim, cremos que a humanização de cuidados é essencial, mesmo em tempos de sobrecarga das instituições de saúde. A ideia de cuidados humanizados não pode confundir-se com a ideia ultrapassada do médico que tem tempo ilimitado para conversar com cada utente. A humanização de cuidados pode e deve ser adaptada à realidade, inclusivamente tirando partido de ferramentas tecnológicas e modelos inovadores de cuidado. No LS Hospital, acreditamos que humanizar pode ser uma forma de otimizar. A contrario, a desumanização pode levar a custos elevados, decorrentes de diagnósticos imprecisos por uma deficiente auscultação do utente, do abandono de tratamentos e do uso desnecessário de recursos (múltiplas consultas, recurso aos serviços de urgência, entre outros). Cremos que a prestação de cuidados de saúde humanizados não só é possível em tempos de crise, como é absolutamente necessária. A nosso ver, não representa um custo, mas um investimento em saúde com retorno em qualidade do atendimento, robustez da confiança entre pacientes e profissionais, e até redução de custos a longo prazo. Embora saibamos que a sua implementação configura um verdadeiro desafio, temos consciência que a desumanização dos cuidados é indubitavelmente muito menos eficiente e muito mais onerosa.

É e será sempre nosso objetivo não descurar a qualidade do serviço prestado aos nossos utentes, independentemente do volume de trabalho em cada momento.

PA: Uma das principais prioridades do LS Hospital Medical Center & Research é o conforto e a saúde dos pacientes. Acreditam que é a excelência do corpo clínico que oferece os melhores cuidados de conforto, privacidade e segurança aos utentes?

RL: A excelência dos cuidados não pode ser alcançada sem um corpo clínico de excelência, preparado e motivado para os prestar. No entanto, o conforto, a saúde e o bem-estar, a privacidade e segurança de quem nos procura, não resultam apenas da excelência do corpo clínico, mas de um conjunto de ações e preocupações partilhadas por toda a equipa pluridisciplinar do LS Hospital. Consideramos que só através de elevados níveis de comprometimento e qualificação de todos os profissionais conseguimos oferecer cuidados de excelência ao longo de todo o processo de diagnóstico e terapêutica. Esta é a nossa prioridade: garantir, em todos os momentos, além da qualidade dos cuidados, a privacidade, o conforto e a segurança dos utentes. Acreditamos que o conhecimento técnico, aliado à empatia e à ética, é essencial para um atendimento verdadeiramente humanizado e de qualidade — algo que só se concretiza com a inclusão ativa de todos os elementos da equipa.

PA: No dia das cirurgias, tratamentos e consultas, as famílias têm acesso a informação em tempo real do quadro e evolução clínica, seja por via presencial ou digital. Quais são os benefícios da utilização da tecnologia na Medicina?

RL: A utilização da tecnologia na saúde traz inúmeros benefícios, tanto para os profissionais de saúde, como para os utentes. Efetivamente, a tecnologia tem permitido grandes desenvolvimentos na área da saúde, como sejam a obtenção de diagnósticos mais rápidos e precisos, através da utilização de equipamentos de imagem avançados, a redução do risco em procedimentos cirúrgicos, e, desde logo, a facilitação do acesso à saúde para os utentes que residam em locais mais remotos, com recurso à telemedicina. O LS Hospital está fortemente empenhado em utilizar a tecnologia para facilitar o acesso do utente quer ao diagnóstico, quer ao tratamento, o que, naturalmente, se estende aos respetivos acompanhantes, sempre que aplicável, tendo em conta que a humanização envolve uma estreita relação com a família. No LS Hospital, encaramos a tecnologia na saúde como uma verdadeira aliada e acreditamos que a utilização informada da mesma contribui para o nosso ideal – que todos os nossos utentes possam ter acesso à saúde de uma forma célere, confortável e segura.

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