FPCEUC, uma instituição que prima pela qualidade do ensino
A Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), que conta já com 42 anos, é uma referência para quem pretende especializar-se em Psicologia, Ciências da Educação e Serviço Social. De acordo com a diretora da FPCEUC, Maria Paula Paixão, no ano letivo de 2023/2024, entre outras novidades, a instituição vai dispor de um Mestrado em Ciência Psicológica, com caraterísticas inovadoras.
Perspetiva Atual: São já 42 anos a reforçar a qualidade do ensino da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, sendo que, em 2022, foi considerada, segundo o QS World University Rankings by Subject, a melhor universidade portuguesa para tirar mestrado em psicologia. Que características diria que diferenciam a FPCE das restantes faculdades de psicologia do país?
Maria Paula Paixão: A FPCEUC é uma instituição de referência para a formação graduada e pós-graduada em Psicologia, Ciências da Educação e Serviço Social. É também uma faculdade aberta, inclusiva, dinâmica e atual, reconhecida pela sua capacidade de atração de estudantes de diversos pontos do país e do mundo, mas também pela excelência do ensino e da investigação básica e aplicada que produz e pela dimensão relacional e humanista que cultiva. Somos a única instituição de ensino da psicologia, da educação e do serviço social que integra dois docentes e/ou investigadores (Doutores Jorge Almeida e Leona Polyanskaya, respetivamente) que receberam financiamento do prestigiado European Research Council (ERC) e, ainda, muito recentemente, uma ERA Chair (o projeto CogBooster), projeto financiado
pela Comissão Europeia com o objetivo de criar e sustentar um grupo de investigação muito sólido na área da Neurociência Cognitiva, o qual tem como líder internacional o Doutor Alfonso Caramazza, Professor da Universidade de Harvard. Temos ainda uma unidade de I&D, o CINEICC, que é reconhecida pela sua excelência nos domínios da investigação básica e aplicada.
Os/as estudantes da FPCEUC encontram nesta Escola a possibilidade de uma formação de qualidade e oportunidades para uma aprendizagem integrada a nível científico, académico, pessoal e interpessoal, podendo compor um percurso formativo personalizado em que a iniciação à investigação, bem cedo no percurso académico, a creditação do envolvimento académico e em atividades da comunidade, a participação em empresas júnior e a inserção em projetos diversos em diferentes domínios é uma realidade.
PA: O ano letivo de 2023/2024 ainda não começou, mas já apresenta novidades impactantes, visto o governo português ter antecipado o calendário de candidaturas ao ensino superior. Quais são as vantagens e desvantagens que aponta nesta nova calendarização?
MPP: Vejo, sobretudo, as vantagens desta nova calendarização que pretende promover uma integração mais atempada e sustentada das/os estudantes no seu percurso de formação, permitindo uma tomada de contacto mais precoce com todas as estruturas e vetores que irão contribuir para a sua formação enquanto cidadãs/os participativas/os e conscientes da importância da sua intervenção na sociedade. Permite, ainda, que o tempo para integração das/os estudantes no novo contexto formativo (cidade, universidade, etc.) seja estendido, fornecendo uma maior segurança às/aos próprias/os e suas famílias.
PA: Este novo calendário provoca, também, a antecipação da preparação do ano letivo. As instituições de ensino devem apresentar-se aos futuros candidatos e os estudantes devem já começar a escolher as instituições que mais satisfazem os seus requisitos. Que novidades tem a FPCE para apresentar aos potenciais futuros estudantes da faculdade? A oferta formativa terá novas atualizações ou alterações?
MPP: No ano letivo de 23/24, a FPCEUC vai ter, pela primeira vez, a funcionar um mestrado com caraterísticas realmente inovadoras, o Mestrado em Ciência Psicológica, que não tem como objetivo a formação de psicólogos para o exercício profissional da psicologia, mas a preparação dos/as estudantes para a prática da investigação e para percursos de investigação (prosseguimento para estudos de doutoramento, prática de investigação em equipas, candidatura de projetos de investigação a financiamento e sua implementação, atividades de consultoria em entidades públicas, privadas e do terceiro sector). Entre outros aspetos inovadores, todos/as os/as estudantes têm um/a professor/a-tutor/a, podendo escolher a língua de ensino em que fazem o mestrado (português ou inglês).
PA: Felizmente, a área da Psicologia tem vindo, cada vez mais, a captar a atenção da população em geral. Este efeito verifica-se também nos estudantes? Existe uma maior procura pelos cursos ligados a esta área? Se sim, esse fator pode também contribuir para o desenvolvimento do país? Mais profissionais qualificados traduz-se numa maior consciencialização dos problemas associados à saúde mental?
MPP: Tem havido uma procura sustentada pelas áreas científicas dos cursos ministrados na nossa faculdade, fator que contribuirá, sem dúvida, para o desenvolvimento do país, pois a formação em psicologia, ciências da educação e serviço social, quer de forma disciplinar, quer interdisciplinar e multidisciplinar prepara para a intervenção inovadora e sustentável em questões que são centrais à sociedade do sec. XXI, nomeadamente a promoção da saúde mental, da educação e sociedade multiculturais, mas inclusivas, do trabalho digno e da sustentabilidade ambiental.
PA: Entramos no último ano deste mandato que teve início em 2021. Quais considera serem as suas realizações mais significativas enquanto diretora e que objetivos ainda faltam cumprir?
MPP: Considero que a manutenção da FPCEUC, num patamar elevado ao nível da investigação e do ensino, num contexto económico e social marcado pelos efeitos da pandemia, da guerra e das desigualdades sociais, constitui um resultado a relevar. Precisamos de renovar e reforçar o nosso quadro docente, pois enfrentamos um momento de mudança nuclear, em que muitos/as dos/as nossos/as docentes, em áreas em que nos constituímos como uma referência no ensino, investigação e transferência do conhecimento se aproximam da aposentação. Estamos a renovar, mas o ritmo precisa de ser acelerado.