AEOP como player importante no desenvolvimento e inovação da Oncologia em Portugal

A Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa (AEOP) tem sido um pilar no progresso da Oncologia em Portugal. Além de promover parcerias multidisciplinares, já representa 60% dos enfermeiros oncologistas nacionais, na zona da Madeira, dos Açores e de Chaves a Portimão. Nos últimos anos, a AEOP destaca três avanços: a Medicina de precisão, as Terapias-alvo e o aparecimento da Imunoterapia.

AEOP: O desenvolvimento da Oncologia tem sido um caminho fascinante e cheio de avanços significativos, ao longo dos anos. A história da Oncologia evoluiu para uma área altamente especializada e tecnológica.

Nos últimos anos, surgiram três grandes avanços, graças ao desenvolvimento de tecnologias e novos tratamentos, incluindo: Medicina de precisão – com o sequenciamento do genoma humano e a descoberta de mutações genéticas, surgiram tratamentos personalizados, com base nas características genéticas de cada doente e do tumor. A terapia genómica é um exemplo disso, permitindo o tratamento de cancros com medicamentos específicos para mutações específicas. As Terapias-alvo, ao invés de “atacar” indiscriminadamente células cancerígenas como a quimioterapia, são construídas para interferir diretamente nos mecanismos moleculares que impulsionam o crescimento do tumor. O terceiro avanço corresponde ao aparecimento da Imunoterapia, nomeadamente os chamados de Checkpoint Inhibitors que ajudam o sistema imunológico a identificar e a combater as células tumorais. Estas novas áreas de desenvolvimento em conjunto com o avanço da Radioterapia e da capacidade radiológica e de novas tecnologias, permite ver o tratamento oncológico, com diferentes opções e melhores resultados.

A AEOP esteve e está neste caminho de desenvolvimento, permitindo desenvolver com os enfermeiros oncologistas programas educacionais, promover áreas de atualização e de formação, fazer investigação em áreas importantes de impacto para o doente e para as organizações. Inúmeros documentos foram discutidos e organizados disponibilizando ferramentas de intervenção profissional no contexto de Boas Práticas. Muitos são os Enfermeiros oncologistas que têm abraçado este projeto. A eles se deve muita da produção científica da enfermagem Oncológica, divulgada e publicada nos meios digitais da associação e da comunidade científica.

Temos feito um caminho sustentado, entrámos este ano para a Sexta presidência, estamos organizados por grupos de trabalhos em diferentes áreas estratégicas da Oncologia, representamos os enfermeiros oncologistas nacionais, de Chaves a Portimão, Madeira e Açores, dos Hospitais do SNS e Privados, mais de 60 % dos enfermeiros oncologistas são nossos membros. Apoiamos anualmente 4 Investigadores com Bolsas de participação nos congressos Europeus, criámos valor e inovação nas Conferências anuais de Maio (este ano estamos a organizar a 18ª).  Este tem sido o nosso caminho. Começámos com poucos profissionais e caminhamos atualmente com muitos. Somos e seremos um grupo mais forte, mais empenhado no desenvolvimento da enfermagem oncológica, mais capacitados em resolver problemas e delinear soluções.

“Começámos com poucos profissionais e caminhamos atualmente com muitos. Somos e seremos um grupo mais forte, mais empenhado no desenvolvimento da enfermagem oncológica, mais capacitados em resolver problemas e delinear soluções”.

A aposta nas parcerias multidisciplinares

AEOP: As parcerias multidisciplinares em oncologia são essenciais para um tratamento eficaz e integrado do doente oncológico. Essas parcerias envolvem a colaboração de profissionais de diversas áreas da saúde, trabalhando de forma coordenada para fornecer o melhor cuidado possível aos pacientes doentes/cuidadores. A integração de conhecimentos e habilidades de diferentes especialidades resulta numa abordagem centrada no doente. Alguns exemplos de profissionais e áreas envolvidas em parcerias multidisciplinares em oncologia incluem a oncologia médica e enfermeiros oncologistas, radiologistas e radioncologistas, patologistas, farmacêuticos, psicólogos, técnicos de diagnóstico e tratamento e, claro, um dos nossos grandes parceiros, as Associações de doentes.

A AEOP tem desenvolvido atividade com estes diferentes stakeholders, nomeadamente com a SPO, a SPS, com os Grupo Mieloma Múltiplo e de Cancro de Pulmão, com diferentes associações de doentes, permitindo a discussão de temas atuais na área da Oncologia, participar em projetos educacionais e em estudos multicêntricos com resultados para o doente. A capacidade de aumentar o recrutamento e a amostra de doentes, em estudos multicêntricos e multidisciplinares, é uma das nossas novas áreas de desenvolvimento investigacional, permitindo potenciar a escala dos resultados. Este é o nosso futuro na área de investigação da enfermagem Oncológica.

Somos parceiros de várias organizações nacionais e internacionais e, com isto, temos acesso aos melhores programas europeus de investimento e de desenvolvimento. Contamos com colegas desta associação em grupos de trabalho europeus alavancando a representatividade portuguesa e o nosso papel nas políticas orientadores europeias. Estamos onde somos necessários, também no plano externo.

O futuro da Enfermagem Oncológica, o caminho a seguir

AEOP: O campo da Oncologia está em constante evolução, com muitas promessas para o futuro. Algumas das áreas mais promissoras incluem:

Inteligência Artificial, que pode ajudar a detetar tumores mais precocemente e melhorar os tratamentos personalizados. As Terapias com Car-T-Cells que oferecem potencial para tratar cancros por meio da modificação das células do doente, combatendo a doença de forma mais eficaz. As vacinas contra o tumor: Ainda em fase experimental, vacinas terapêuticas, como as baseadas em células dendríticas, têm como objetivo ensinar o sistema imunitário a reconhecer e a destruir células tumorais específicas.

O aparecimento das competências acrescidas em enfermagem Oncológica, reconhecida pela Ordem dos Enfermeiros em 2023, área proposta e trabalhada por esta associação, permite termos, ao dia de hoje, aproximadamente 300 enfermeiros com esta competência. O desenvolvimento da formação Pós-graduada em Oncologia, permitirá aumentar o número de profissionais peritos nesta área. Este desenvolvimento de competência será, para nós, enfermeiros oncologistas, uma oportunidade de crescimento e de afirmação.

Temos uma revista científica (de nome Onco.news) de referência e única em termos de indexantes e reconhecimento internacional, onde publicamos artigos científicos, produtos das diferentes e melhores investigações. Publicamos em língua Portuguesa e Inglesa, de acesso livre e publicação aberta assim que validada pela equipa de revisores. Um esforço financeiro na promoção da divulgação do conhecimento científica mais recente, aberto a toda a comunidade e gratuito. A vantagem desta opção de publicação aberta traduz-se numa maior visibilidade para os investigadores, maior impacto para os artigos publicados e facilidade no acesso ao conhecimento. Este foi e continuará a ser o nosso desafio.

Continuaremos a inovar, a crescer com os colegas que se têm agregado ao projeto, somos e seremos uma referência da Enfermagem Oncológica Portuguesa, estamos com os parceiros mais representativos da oncologia nacional. As melhores escolhas dos nossos parceiros e as melhores opções estratégicas serão o nosso foco para manter a nossa atividade de desenvolvimento desta especialidade, tendo como foco os melhores cuidados ao doente oncológico/cuidador .

Para quem nos quiser conhecer melhor, estamos em www.aeop.pt 

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