Secção Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros destaca progressos na formação e valorização profissional

A Secção Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros tem orientado a sua atuação para a valorização da profissão e a melhoria contínua dos cuidados de saúde. Em 2024, foram realizadas 80 visitas de acompanhamento ao exercício profissional, 64 eventos técnico-científicos e 188 participações em eventos externos. O programa Enfermagem às Quintas, criado durante a pandemia, segue como uma  importante plataforma de formação, com média de dois mil participantes por sessão. Para o futuro, Miguel Vasconcelos, Presidente da Secção, acredita que a articulação com as Unidades Locais de Saúde e os municípios será fundamental para garantir a qualidade dos serviços prestados aos utentes.

Perspetiva Atual: Em que consiste a atividade da Secção Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros?

Miguel Vasconcelos: A nossa atividade é diversa, ampla e muito intensa, apesar de ter um objetivo único: a garantia da qualidade dos cuidados de enfermagem em segurança, para utentes e profissionais. Além de todo o trabalho administrativo prestado aos membros, pelos serviços administrativos da Secção, zelamos pela melhoria das condições de trabalho na prestação de cuidados, dinamizamos a formação através de eventos técnico-científicos, apoiamos a inovação e investigação em enfermagem, capacitamos os finalistas de enfermagem para uma transição pacífica para a vida profissional, fazemos trabalho de assessoria técnica, promovemos a cooperação institucional, realizamos uma gestão cuidadosa e rigorosa do património comum dos enfermeiros e executamos visitas de acompanhamento ao exercício profissional.

PA: Que metas ou propósitos orientam o trabalho desenvolvido pela vossa Secção? De que forma esses objetivos se traduzem em ações concretas?

MV: O nosso compromisso foi com a valorização da profissão de enfermagem, a promoção da excelência nos cuidados de saúde e o apoio a todos membros. Para isso, tomámos iniciativas de formação contínua, representatividade institucional e ações de proximidade com os enfermeiros dos 5 distritos que compõe a Secção Regional do Norte, nomeadamente Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real. Acho justo dizer que é com grande entrega, resiliência e uma equipa inexcedível. Para tornar isto mais tangível, creio que devo começar pelas Visitas de Acompanhamento ao Exercício Profissional, as VAEP. São ações sistemáticas realizadas pela OE, que têm como objetivo principal garantir a qualidade, segurança e conformidade do exercício profissional dos enfermeiros nos diferentes contextos de trabalho. Além da visita realizada, contabilizam o acompanhamento e monitorização bem como elaboração do relatório. Só no ano de 2024, realizamos 80. A representação da OE em eventos externos, técnico-científicos, que até agora ainda não deixámos de marcar presença, no ano passado exigiu 188 representações. A assessoria jurídica a membros, no mesmo período, somou 165 respostas. Concomitantemente organizámos 64 eventos, sendo que apenas um programa registou mais de 30.000 inscrições ou, para concluir, o Pelo Norte da Enfermagem que, em 2024, nos levou a unidades do setor privado e social de todos os distritos no Norte para conhecer as realidades dos enfermeiros. 

PA: A pandemia deixou-vos uma herança de realização frequente de webinares. O que nos pode contar sobre isso e qual é o segredo para a manutenção do sucesso de um programa já conta com 5 anos?

MV: Creio que a chave para o sucesso do Enfermagem às Quintas (EaQ), além de já estar interiorizado no quotidiano, é estar muito atento às necessidades de conhecimento dos enfermeiros. Primeiro, é um programa colaborativo, que aceita sugestões e procura sempre responder, mais não seja, às mais solicitadas. Além disso, nunca perdeu o cariz colaborativo. É um programa sob a tutela do Conselho Diretivo Regional, mas conta com todos os órgãos e comissões para sugerir temas e dinamizar sessões. Em resumo, se tivesse de identificar o “segredo” para o sucesso, diria que é o trabalho de equipa e o foco absoluto no “cliente”, que são os enfermeiros. Falamos de uma média de 2000 inscritos por evento, após um dia intenso de trabalho e antes de outro. Creio que é extremamente demonstrativo da vontade de evoluir e crescer profissionalmente que os enfermeiros têm e não têm vergonha de demonstrar.

PA: E no que se refere a recém licenciados, tomam medidas para apoiar a sua transição para o mercado de trabalho, assegurando que estão devidamente preparados?

MV: Quero acreditar que sim. Fazemos de tudo para que a transição seja informada e equilibrada, célere e tranquila. Importa referir que temos uma relação muito próxima e constante com a academia. Realizamos, nas Escolas, sessões de esclarecimento sobre a Ordem dos Enfermeiros, onde explicamos o papel do regulador, a ética e deontologia profissional e as condições de acesso à profissão. E por fim, mas não menos importante, organizamos um evento para todos os finalistas onde abordamos todos os temas relevantes para o início da vida profissional, indo da tipologia de contratos às carreiras existentes, passando pela liderança, a resiliência e gestão emocional e pelo desenvolvimento e valorização profissional. Acresce ainda, claro, a formação continua e constante que, salvo raras exceções, abrimos também aos alunos. Criámos uma espécie de brigada de recolha de documentos para inscrição na Ordem dos Enfermeiros que se dirige às Escolas e permite-se assim aos recém-licenciados que evitem ter de se deslocar ao Porto, em stress, com horas contadas e filas intermináveis.

PA: O que podemos esperar da SRN no futuro?

MV: Para breve, pretendemos aprofundar a articulação entre a Secção Regional do Norte, ULS´s e respetivos municípios. São os três intervenientes com maior responsabilidade da qualidade dos cuidados de saúde, cada um com a sua quota parte. Devemos, portanto, ter uma estratégia alicerçada e comum, em linha com o traçado nos Planos Municipais de Saúde, para responder às reais necessidades das populações. Além de tudo o que enunciei anteriormente que, sendo uma linha orientadora, pretendemos manter. Temos planeado também manter a aposta e reforçar as Comissões Regionais de Peritos. Esta política integradora, tem-nos permitido ter assessoria altamente técnica, com pessoas de elevada craveira intelectual e percurso profissional irrepreensível.

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