
O primeiro Instituto no sul da Europa dedicado ao estudo das bases moleculares do envelhecimento
Lançado em janeiro de 2020, o MIA-Portugal resulta de um projeto Teaming europeu, cofinanciado pela Comissão Europeia e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC). Está sediado na Universidade de Coimbra e conta com parceiros de excelência internacionais, como o Centro Médico Universitário de Groningen, a Universidade de Newcastle, e o Instituto Pedro Nunes (Coimbra), como parceiro nacional.
O posicionamento do MIA-Portugal como um centro de referência europeu na investigação em envelhecimento assenta em quatro eixos estratégicos — investimento em talento, parcerias internacionais, ligação ao tecido produtivo e ao sistema de saúde, e infraestrutura de excelência. Atualmente, o MIA-Portugal é composto por mais de 60 investigadores, técnicos especializados e profissionais de gestão de ciência, esperando-se que cresça gradualmente até atingir 300 investigadores e técnicos. O Instituto está provisoriamente instalado no Pólo I da Universidade de Coimbra. Está previsto que mude para instalações definitivas, que estão a ser construídas no Pólo III da Universidade de Coimbra, em 2026. Esta infraestrutura moderna foi concebida de raiz para apoiar a investigação de excelência na área do envelhecimento.
A Missão – Definir o futuro do envelhecimento
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, a esperança média de vida global aumentou mais de seis anos entre 2000 e 2019 — passando de 66,8 anos para 73,1 anos. Em Portugal, a esperança média de vida à nascença é atualmente de 78,37 anos para os homens e 83,67 anos para as mulheres. No entanto, a esperança de vida saudável não acompanhou este ritmo de crescimento, registando um aumento de apenas 5,3 anos. Isto significa que estamos a viver mais tempo, mas nem sempre com qualidade de vida, devido ao aumento das doenças crónicas associadas à idade, como doenças cardiovasculares, diabetes e demência.
É neste contexto que o MIA-Portugal assume um papel determinante. O Instituto pretende acrescentar mais anos saudáveis à vida humana, não apenas prolongando a longevidade, mas assegurando que esses anos sejam vividos com qualidade. Ao adotar uma abordagem multidisciplinar e apostar no desenvolvimento de metodologias inovadoras para o estudo do envelhecimento, o MIA-Portugal procura responder a uma das questões fundamentais da biologia: Como é que envelhecemos? A resposta permitirá compreender a biologia do envelhecimento e das doenças associadas, além de desenvolver estratégias para preveni-las, aumentando assim a qualidade de vida da população idosa.

Universidade de Coimbra
O MIA-Portugal recrutou, a nível global e com base no mérito, nove grupos de investigação focados em três grandes áreas:
- Regulação molecular do envelhecimento,
- Envelhecimento celular e dos tecidos,
- Envelhecimento sistémico e do organismo.
Destacam-se estudos sobre o envelhecimento do sistema nervoso, o envelhecimento do sistema vascular e o desenvolvimento de terapias celulares direcionadas a doenças crónicas.
A equipa científica do MIA-Portugal é altamente qualificada, internacional e tem comprovada capacidade para atrair financiamento competitivo. Esta aposta no talento de excelência visa garantir uma produção científica de alto impacto, contribuindo para o reconhecimento do MIA-Portugal como um dos principais centros europeus na área da biologia do envelhecimento.
As Infraestruturas
A infraestrutura física do MIA-Portugal reflete a sua ambição de se afirmar como líder europeu na investigação em envelhecimento. O novo edifício contará com instalações e equipamentos laboratoriais de última geração, que permitirão impulsionar significativamente a investigação. A entrada em funcionamento está prevista para 2026, com a instalação da equipa científica do Instituto.
O investimento global conjunto da Comissão Europeia e da CCDRC ultrapassa os 38 milhões de euros, com expectativa de crescimento substancial nos próximos anos.
Com capacidade para acolher 300 investigadores e instalar mais de 10 plataformas tecnológicas inovadoras — como microscopia avançada, sequenciação genómica e desenvolvimento de modelos animais — o edifício contará ainda com laboratórios de excelência acessíveis às empresas e à comunidade científica em geral. Espera-se que este seja um verdadeiro ponto de referência internacional na investigação em envelhecimento.

MIA-Portugal e o ecossistema Nacional e Internacional
O MIA-Portugal está inserido no ecossistema de investigação biomédica da Universidade de Coimbra. A Universidade de Coimbra tem uma tradição de vanguarda na investigação científica em saúde, especificamente, na área do envelhecimento. Uma das parcerias nacionais cruciais que o MIA-Portugal mantém é com o consórcio Ageing@Coimbra, que é um facilitador da criação de projetos inovadores na área do envelhecimento ativo e saudável, pretendendo igualmente impulsionar a economia e o empreendedorismo jovem no setor dos serviços de saúde. As parcerias internacionais são fundamentais na criação de uma rede global de investigação sobre o envelhecimento, um dos principais objetivos do MIA-Portugal. A colaboração estreita com os seus membros fundadores internacionais — a Faculdade de Medicina e o Instituto de Biologia do Envelhecimento (ERIBA) Universidade de Groningen (Países Baixos) e a Universidade de Newcastle (Reino Unido) —, ambas instituições com um historial sólido na investigação na área do envelhecimento, permite ao MIA-Portugal beneficiar da experiência de institutos de topo, partilhar boas práticas e acelerar o seu crescimento científico e institucional.
Como parte da sua estratégia de internacionalização, o MIA-Portugal colabora também com a Alliance for Healthy Aging, um consórcio que reúne os principais centros mundiais de investigação na área do envelhecimento. O MIA-Portugal é altamente colaborativo e aberto ao exterior estando numa fase de estabelecer parcerias com outros institutos internacionais, nomeadamente com instituições de prestígio, como a Universidade de Quioto (Japão) e a Universidade Politécnica de Macau (China). Estas colaborações envolvem o desenvolvimento conjunto de projetos, intercâmbio de estudantes e partilha de conhecimentos. Outro eixo estratégico fundamental são as parcerias com o setor industrial e com o Sistema Nacional de Saúde (SNS). Estas colaborações visam garantir que a investigação produzida no MIA-Portugal tem aplicação direta na saúde da população, promovendo a transferência de conhecimento, o desenvolvimento de novas terapias e tecnologias, e a criação de soluções sustentáveis para um envelhecimento saudável.

O Impacto
Apesar de ser um instituto focado na investigação fundamental, o MIA-Portugal aposta em iniciativas de elevado impacto socioeconómico. Em particular, a identificação de fatores determinantes para o envelhecimento saudável, aliada ao desenvolvimento de novos alvos terapêuticos e testes de diagnóstico, permitirá reduzir de forma expressiva o peso das doenças relacionadas com a idade nos sistemas nacionais de saúde. O MIA-Portugal tem também um forte compromisso com a disseminação do conhecimento e a formação da próxima geração de cientistas. Nos últimos cinco anos, publicou mais de 60 artigos científicos em revistas de elevado impacto e organizou seminários e conferências que envolveram mais de 1.000 investigadores.
Em paralelo, tem contribuído de forma significativa para a formação de estudantes do ensino superior, reforçando a capacidade científica nacional. Uma das prioridades estratégicas do Instituto é a promoção da cultura científica junto do público. Desde 2020, o MIA-Portugal desenvolveu diversas ações de comunicação e sensibilização, que envolveram mais de 10.000 pessoas. Para além disso, destaca-se a divulgação de boas práticas associadas ao envelhecimento saudável, em colaboração com o consórcio Ageing@Coimbra. Estas iniciativas incluem a participação no Dia Internacional do Idoso e de palestras na Universidade Sénior Aposenior, promovidas pelos nossos investigadores. Conjuntamente, estas ações reforçam o papel da ciência na sociedade e contribuem para aumentar a visibilidade e o impacto do trabalho desenvolvido no Instituto.
O investimento em talento, a criação de parcerias internacionais estratégicas, a articulação com o setor produtivo e o SNS, bem como a aposta em infraestruturas de excelência, são elementos fundamentais para concretizar a ambição de posicionar o MIA-Portugal entre os cinco principais centros europeus dedicados à biologia do envelhecimento.
Contactos
Para saber mais sobre o MIA-Portugal, utilize o QR Code e explore as nossas redes sociais ou visite o nosso website em https://www.uc.pt/mia/ Este projeto recebeu financiamento do programa de investigação e inovação Horizon 2020 da União Europeia sob o contrato nº 857524.
