Nova direção, novas metas, mas sempre a mesma dedicação
Tendo completado o primeiro ano de mandato, o diretor Efigénio Rebelo e o subdiretor Luís Coelho fazem uma retrospetiva deste período à frente da Faculdade de Economia da Universidade do Algarve e revelam as principais características da marca FEUALG.
Perspetiva Atual: Completado um ano que o Professor Efigénio Rebelo e o Professor Luís Coelho tomaram posse como diretor e subdiretor da Faculdade de Economia (FEUALG), qual é o balanço que fazem deste primeiro ano?
Efigénio Rebelo: A Faculdade de Economia sustenta o seu projeto numa forte cultura organizacional e tem beneficiado de um quadro de estabilidade na sua gestão de há já vários anos a esta parte. Assim, este primeiro ano de mandato serviu, essencialmente, para continuar a consolidar o nosso projeto pedagógico e científico, sendo o saldo bastante positivo. De facto, a Faculdade voltou a recrutar um conjunto significativo de novos estudantes de licenciatura e de pós-graduação e continuou o seu percurso de aproximação à região, tendo firmado um elevado número de novos acordos de parceria com várias empresas e instituições. Cumulativamente, o índice de produção científica também aumentou nas diferentes áreas da Faculdade. Tudo isto foi conseguido apesar do impacto significativo que a pandemia provocou sobre a nossa atividade. Em particular, desde março de 2020, a Faculdade de Economia (tal como as restantes instituições de ensino superior) teve de fazer um esforço de adaptação considerável, o qual foi transversal a todas as nossas áreas de atividade. É, pois, com natural satisfação que notamos que, apesar deste choque adverso externo relevante, a Faculdade de Economia soube reagir e continuar a assegurar a sustentabilidade do seu projeto.
PA: A FE tem uma imagem consolidada no panorama de ensino nacional e internacional. Quais são os fatores determinantes para este sucesso?
Luís Coelho: Há dois aspetos que merecem destaque neste contexto. O primeiro prende-se com a proximidade que cultivamos na Faculdade de Economia, pois acreditamos que o sucesso dos nossos estudantes depende em boa medida da existência de um corpo docente disponível e atento. Esta é uma marca muito forte da nossa cultura organizacional e que cuidamos de passar de geração em geração. O segundo aspeto é a preparação técnica e científica do nosso corpo docente. Em particular, contamos com um grupo de Professores que publica regularmente nas revistas internacionais de referência das várias áreas de interesse da Faculdade de Economia. Estes docentes participam em redes internacionais de investigadores e assistem e organizam conferências e encontros científicos, tudo ingredientes fundamentais para a afirmação internacional da Faculdade de Economia. Por outro lado, temos o prazer de contar com um grupo de docentes convidados que, sendo cientificamente bem-preparados, trazem para dentro da sala de aula a experiência do mundo profissional, algo que é muito apreciado pelos nossos estudantes. É, pois, este equilíbrio entre preparação científica e aplicação prática do conhecimento que permite à Faculdade de Economia granjear uma imagem muito positiva em termos nacionais e internacionais.
PA: A oferta formativa da FEUALG abrange os três ciclos de ensino (Licenciatura, Mestrado e Doutoramento). Quais são os cursos que constituem a vossa formação?
Efigénio Rebelo: A Faculdade de Economia é neste momento responsável pelas licenciaturas em Economia, Gestão de Empresas e Sociologia, sendo estes cursos de primeiro ciclo muito importantes para o nosso projeto educativo. No entanto, a Faculdade é já uma unidade orgânica de ensino pós-graduado. De facto, em 2021/2022, 54% dos nossos alunos estavam matriculados num dos nossos programas de mestrado ou doutoramento. A Faculdade ministra sete cursos de mestrado que são pensados para um público local, funcionando em regime pós-laboral. Fazem parte desta oferta formativa os cursos de Contabilidade, Finanças, Gestão de Marketing, Gestão, Empreendedorismo e Inovação, Gestão de Unidades de Saúde, Gestão Empresarial e Sociologia. Existem ainda três mestrados afirmados no contexto internacional. Em particular, Management, Tourism Economics and Regional Development e Tourism Organizations Management são totalmente lecionados em língua inglesa e são uma das peças do esforço de internacionalização do ensino da Faculdade de Economia. Este esforço é complementado com três programas de Doutoramento, a saber, em Economic and Management Sciences, em Tourism e em Quantitative Methods Applied to Economics and Management, que também são oferecidos em língua inglesa. Conjuntamente, os nossos programas internacionais atraem anualmente cerca de uma centena de estudantes oriundos de todas as partes do mundo, o que confere à Faculdade de Economia um carácter verdadeiramente internacional. Atualmente, 30% dos nossos estudantes são alunos estrangeiros, dos quais um terço são alunos oriundos de países de língua oficial portuguesa. A nossa oferta formativa inclui ainda o Programa de Doutoramento em Sociologia, lecionado em português, o qual é oferecido em regime de consórcio com outras Instituições de Ensino Superior. Consideramos ainda que a imersão dos estudantes, de todos os estudantes, neste ambiente multicultural explica a apetência dos nossos alunos portugueses pelos programas de intercâmbio com universidades estrangeiras com as quais mantemos acordos de mobilidade.
PA: É importante que as instituições de ensino superior mantenham uma ligação com o tecido empresarial de modo a garantir que o ensino se adequa às necessidades do mercado de trabalho. Quais são as principais preocupações para garantir que esta ligação se mantém atualizada ao longo dos anos e das várias mudanças que vão ocorrendo?
Luís Coelho: A Faculdade de Economia há muito que encetou um caminho de aproximação ao tecido empresarial regional e nacional. De facto, contamos neste momento com várias dezenas de protocolos de cooperação que permitem agilizar aspetos tão diversos como estágios, seminários ou competições. É também de destacar a dezena de empresas que patrocinam bolsas de mérito para os melhores alunos dos nossos cursos de mestrado. Esta ligação, cada vez mais forte, permite que a Faculdade de Economia continue atenta à realidade que a rodeia, algo que é útil para ajudar à reformatação que ciclicamente fazemos da nossa oferta formativa. Por outro lado, esta crescente ligação às empresas permite identificar oportunidades de investigação relevantes e, claro, acelera o processo de entrada dos nossos graduados num mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
PA: As atividades de investigação em que a FEUALG participa são muito desenvolvidas num contexto internacional. Quais são as áreas em que se centram e quem são os principais investigadores?
Efigénio Rebelo: Temos o privilégio de contar com um conjunto de Professores envolvidos em projetos de investigação e que publicam regularmente em revistas internacionais nas várias áreas de saber da Faculdade de Economia. Estas são muito diversificadas, passando pela investigação operacional, pela economia do ambiente, pela sociologia do envelhecimento ou pela análise avançada de dados, isto para dar apenas alguns exemplos. A maioria dos nossos investigadores pertence a centros de investigação financiados pela Fundação da Ciência e Tecnologia, o que atesta bem a sua capacidade individual. É, no entanto, importante destacar a área do turismo. De facto, sendo certo que a Faculdade de Economia apoia igualmente todas as suas áreas científicas, o esforço ligado ao turismo merece uma palavra especial dada a sua importância estratégica para a afirmação da Universidade do Algarve no panorama nacional e internacional, algo, aliás, bem patente nos rankings de referência (Shanghai ranking, por exemplo).
PA: Por norma, as Instituições de Ensino conseguem ter um grande impacto na região em que se localizam e a FEUALG não é exceção. Qual é a importância que dá a esta ligação entre Faculdade-Comunidade estudantil e não estudantil?
Luís Coelho: A ligação com a comunidade estudantil atual e anterior assume capital importância na vida da Faculdade de Economia. A organização da nossa atividade letiva é centrada no aluno, já que entendemos que o seu sucesso educativo depende, também, desta ligação. Naturalmente, aqueles que passam pela experiência “Faculdade de Economia” tendem a desenvolver laços fortes com a nossa instituição. Assim, é para nós motivo de orgulho ver como muitos dos nossos alumni, os quais estão espalhados pelos quatro cantos do mundo nas mais diversas áreas de atividade, assumindo lugares de muita responsabilidade, continuam a manter uma forte ligação com a Faculdade que os ajudou a formar. São vários os que regressam para partilhar a sua experiência com os mais novos. Há, também, muitos exemplos de ex-alunos que confiam primariamente na Faculdade de Economia para encontrar novo talento para reforçar as suas equipas de trabalho. É, também, assim que se cria uma rede virtuosa, centrada na Faculdade, e que em muito contribui para a afirmação do nosso projeto.
PA: Enquanto Direção da Faculdade, qual é a visão que têm para os próximos anos da Faculdade de Economia?
Efigénio Rebelo e Luís Coelho: Tal como referido anteriormente, a Faculdade de Economia tem na sua forte cultura organizacional um dos seus maiores ativos. Entendemos que devemos preservar essa cultura, assentando o nosso desenvolvimento futuro nos princípios e valores que nos caracterizam desde o primeiro momento. Dito isto, pensamos que o futuro da Faculdade encerra três desafios principais. O primeiro é na área formativa e prende-se com a transição digital. Os alunos do futuro estarão, seguramente, mais despertos para o mundo digital e, portanto, menos propensos a um ensino universitário clássico. Assim, é importante que preparemos o futuro, pensando em formas de ensino que estimulem as novas gerações e que possibilitem à Faculdade de Economia continuar o seu trajeto de crescimento sustentável. O segundo desafio passa pelo reforço do prestígio internacional da Faculdade. Neste campo é importante fortalecer as equipas de investigação, capacitando-as para competir ao mais alto nível nas áreas-chave de atuação da Faculdade de Economia. O terceiro desafio é garantir que a Faculdade de Economia é cada vez mais relevante para a Região e o País. Para isso é fundamental reforçar as ligações que já temos com as empresas e as instituições que nos rodeiam e encontrar novas formas de colaboração, nomeadamente aquelas que permitam que o conhecimento desenvolvido na Faculdade possa ser incorporado na economia real. A geração de valor e a criação de melhores condições de vida para todos aqueles que vivem nesta região são, em última instância, o nosso maior propósito.