Politécnico de Portalegre: inovação e empreendedorismo de mãos dadas no Ensino Superior
Empenhado em garantir uma formação plena aos seus estudantes, através de um modelo de ensino integrado, o Politécnico de Portalegre não esquece a importância que o meio envolvente tem para a formação da sua comunidade. Para além dos investimentos para garantir excelentes serviços educacionais, com processos de ensino-aprendizagem inovadores e pedagogicamente ativos, incluindo as vertentes de investigação e empreendedorismo, o Politécnico de Portalegre assume como missão ajudar a desenvolver a região onde se insere, bem como a contribuir para um ambiente saudável para todos. Em entrevista à Perspetiva Atual, o Presidente do Politécnico de Portalegre, Luís Loures, aborda diversos assuntos, como a oferta formativa diversificada, a forma como o Politécnico apoia os seus estudantes na criação das suas próprias empresas e, especialmente, o facto da instituição seguir uma linha de sustentabilidade energética e ambiental que pode ser tomada como exemplo.
Composto por quatro escolas – a Escola Superior de Educação (ESECS), a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), a Escola Superior de Saúde (ESS) e a Escola Superior Agrária de Elvas (ESAE) – o Politécnico de Portalegre é uma instituição pública de ensino superior com um olhar voltado para a formação integral dos estudantes. Além disso, a instituição conta ainda com diversas estruturas de apoio aos estudantes, como a BioBIP – uma incubadora de negócios de base tecnológica -, a C.BIP uma incubadora para empresas culturais e criativas, o Gabinete de Investigação e Inovação (GII), o Gabinete de Empreendedorismo e Emprego (GEE), o Centro de Línguas e Culturas (CLIC) e o Gabinete de Relações Internacionais (GRI). Recursos esses que são considerados fundamentais para garantir o sucesso dos estudantes no decorrer do curso e após a conclusão da formação, e que se juntam a outras estruturas de I&D coordenadas pelo Politécnico de Portalegre, como sejam o Laboratório Circular do Alentejo, o Laboratório de Inovação Social do Alentejo e/ou o Centro de Competência InovTechAgro.
Oferta formativa e Empreendedorismo
Com este conjunto de infraestruturas, o Politécnico de Portalegre orgulha-se do seu modelo de ensino integrado e da sua dinâmica na criação de novos projetos e iniciativas. Dentro da sua oferta formativa, a instituição oferece cursos de licenciatura e mestrado, além de cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP) e pós-graduações, abrangendo áreas como educação/formação, ação social, turismo, jornalismo/comunicação, gestão, engenharia, informática, design, marketing, agricultura, equinicultura, enfermagem e tecnologias da saúde.
Para o Politécnico Portalegre, estas são as áreas de base para a formação, investigação e intervenção cívica, tecnológica e cultural do Politécnico e das suas escolas, contribuindo, para o desenvolvimento da região e do país.
Para complementar esta oferta, o Politécnico de Portalegre está, também, a preparar-novos programas de doutoramento, alguns deles em associação como são disso exemplo os programas de doutoramento em Energias Renováveis e Mobilidade Verde e em Economia Circular e Produção Sustentável. Apesar da nova lei permitir, agora, que os Institutos Politécnicos confiram o grau de Doutor, Luís Loures, Presidente do Politécnico de Portalegre, revela que, ao nível da formação avançada considera que a possibilidade de “juntar competências” constitui a melhor forma de garantir as melhores condições e recursos aos estudantes, permitindo a criação de doutoramentos de excelência, competitivos a nível internacional.
Relativamente ao modelo utilizado nos cursos abrangidos pelo Politécnico, Luís Loures afirma que a instituição se esforça por investir num modelo que funciona como um “circuito fechado” que liga o processo de ensino-aprendizagem à investigação aplicada e, depois, à criação de ideias de negócios, com o apoio da BioBIP e da C.BIP.
Passando do ensino para a vertente da investigação, os estudantes e docentes do Politécnico de Portalegre contam com o apoio da sua própria unidade de investigação multidisciplinar – o VALORIZA. Com uma abordagem inovadora e criativa, essa unidade de investigação desenvolve projetos de pesquisa em diversas áreas do conhecimento, procurando soluções inovadoras e eficazes para os desafios da sociedade. “O politécnico tem um conjunto muito alargado de projetos de Investigação em quase todos os domínios onde tem atividade letiva, o que permite que os alunos integrem e participem nesses projetos de forma ativa, garantindo-lhes, para além de condições específicas de aquisição de competências ao nível experimental e de instigação, uma capacidade ímpar de gestão do seu tempo e dos seus recursos”, partilha Luís Loures.
Na parte final do “ciclo de formação”, ou seja, no processo de criação de ideias de negócio, a BioBIP é a incubadora de negócios de base tecnológica própria do IPP responsável por conferir aos alunos o acesso a apoios e serviços que normalmente, numa fase inicial das empresas, não são tão simples de conseguir. De acordo com o Presidente do Politécnico, estes alunos ou antigos alunos recebem apoio desde o desenvolvimento dos planos de negócio, até às questões logísticas e às questões burocráticas de criação de uma startup. “Ou seja, nós criamos aqui um ecossistema produtivo e criativo que acaba por ter um impacto positivo na atratividade de Empresas, mas também no seu desenvolvimento de raiz por parte dos nossos alunos”, declara. De modo a fomentar este espírito empreendedor, todos os cursos do Politécnico de Portalegre contêm uma disciplina de Empreendedorismo, como forma de todos os estudantes terem contacto com esta vertente.
Impacto no desenvolvimento regional
O Politécnico de Portalegre tem como uma das suas grandes preocupações o desenvolvimento regional, tendo uma forte relação com a comunidade envolvente. Neste sentido, em fevereiro deste ano, o politécnico acolheu uma conferência promovida pelo jornal Expresso intitulada de “Inovação e Sustentabilidade – Juntos por um Território com Futuro”, que recusa a ideia de que as regiões do interior estão a “desaparecer do mapa”. O objetivo desta conferência consistiu em negar a ideia pública de que nada de bom existe nas regiões mais interiores do nosso país, demonstrando a excelente qualidade de vida dos seus habitantes. “Somos efetivamente das regiões com melhor qualidade de vida, melhor qualidade ambiental, com mais capacidade de acolher os jovens e de proporcionar uma experiência única do ponto de vista ambiental, mas também do ponto de vista social e cultural, porque fugimos àquela pressão das grandes cidades, onde a habitação é um problema enorme e as pessoas não tem tempo e não conseguem conviver com a natureza, nem ter relações sociais”, declara o Presidente. “Precisamos mostrar que estes são os territórios do futuro, porque nós não podemos continuar a viver mais num país a duas velocidades, onde se concentra tudo em duas grandes áreas metropolitanas.”
A preocupação com a preservação do ambiente
Com uma notória preocupação relativamente ao ambiente e à sustentabilidade, o Politécnico de Portalegre viu, recentemente, aprovados os quatro projetos destinados à melhoria energética que submeteu para financiamento no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o que resultou num apoio de mais de 2,4 milhões de euros.
Pelas palavras do Presidente do Politécnico, estes quatro projetos estão “perfeitamente alinhados com a política institucional”, visto seguirem a sua lógica de sustentabilidade energética. Com estes projetos, o Politécnico pretende garantir uma independência energética total, ou seja, que a energia utilizada seja 100% renovável. “Um dos passos para podemos fazer isso, efetivamente, é melhorando as condições de habitabilidade dos edifícios e melhorar a sua eficiência energética”, começa por explicar. “Sendo assim, apresentámos candidaturas que promovem as alterações necessárias numa lógica de sustentabilidade ambiental em todos os edifícios, como, por exemplo, a instalação de painéis solares e o melhoramento do isolamento térmico dos edifícios.”
Ainda seguindo esta linha, o Politécnico de Portalegre promoveu no mês de abril mais uma conferência integrada no Projeto Guardiões, cujo enfoque cai no problema das alterações climáticas, nomeadamente no facto de estas serem um dos maiores desafios que o Planeta enfrenta atualmente. Uma das componentes do projeto é a sensibilização da sociedade civil para a temática das alterações climáticas, e a consciencialização pública da importância de todos, neste que é um dos maiores desafios da nossa sociedade.
O futuro do Politécnico de Portalegre
Quando questionado sobre os objetivos da atual presidência para os próximos anos do Politécnico de Portalegre, Luís Loures revela que o plano é manter a linha de afirmação regional e nacional do politécnico enquanto instituição de ensino superior de excelência. No entanto, existe também uma concentração na alteração legal da sua designação para “universidade politécnica”, pois acredita que este pode ser uma mais-valia para a conquista de reconhecimento, bem como para a eliminação do estigma que infelizmente, apesar de não fazer qualquer sentido, ainda hoje existe relativamente ao ensino superior politécnico.
Ainda além disso, Luís Loures afirma que o Politécnico de Portalegre continuará a investir no seu modelo de sustentabilidade, procurando servir a região e o país, contribuindo para a prossecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e pugnando pela criação de uma sociedade mais justa e socialmente responsável.