“Aprender, fazendo!” com a Escola Superior Agrária
A Escola Superior Agrária (ESA) do Instituto Politécnico de Beja foi fundada na década de 80, com o objetivo de promover a investigação em agricultura, ambiente, produção alimentar e o desenvolvimento regional, articulando o conhecimento científico com as necessidades do território. Com licenciaturas, mestrados e microcredenciais, direcionadas para a população profissional do setor agrícola, Maria João Carvalho, Diretora da ESA, assegura que a sua missão continua a ser “contribuir para a modernização do setor agroalimentar e ambiental, com o desenvolvimento de novas tecnologias que possam mudar o paradigma das agroindústrias e torná-las mais atrativas para os jovens”.
Perspetiva Atual: A Escola Superior Agrária, pertencente ao Instituto Politécnico de Beja, é uma instituição dedicada à formação em agricultura, ambiente e produção alimentar. Qual é a missão desta Escola e que projetos evidenciam os seus valores e princípios?

Maria João Carvalho: A Escola Superior Agrária (ESA) tem uma missão com muita responsabilidade no compromisso que detém naturalmente com a região onde está inserida desde a sua génese no séc. XX. A evolução das três dimensões técnico-científicas e pedagógicas da ESA — a produção agrícola, a transformação agroalimentar e a engenharia do ambiente — está imbricada entre si e é transversal nos mais diversos ecossistemas, pois dificilmente se define uma estratégia de produção sem assegurar o escoamento final do processamento agroindustrial e sem acautelar a circularidade de todos os outputs, perante a constante preocupação ambiental.
A ESA tem sempre vários projetos nacionais e internacionais, sendo alguns no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), como sejam: +AgroDigiTech@Sul — modernização tecnológica e digital das ciências agrárias; AdaptforGrazing — com o objetivo de adaptar a gestão da vegetação para melhorar a resiliência dos agro-sistemas às alterações climáticas; Pegada 4.0 — com foco na sustentabilidade da atividade agrícola suportada por processos e tecnologias inteligentes; Caseus — Combined use of renewAble energy sources to improve energy efficiency in cheeSE indUStry; o projeto da agenda mobilizadora InsectERA — Novo Setor Bioindustrial; HORIZON EUROPE – GRACE — “Growing Climate Resilience in Remote Rural Areas through Community Empowerment”, com 25 parceiros internacionais além do IPBeja; o projeto ClimACTION, que surge do Pathways2Resilience, Programa-Referência da UE para apoiar a Missão de Adaptação às Alterações Climáticas, pretendendo estabelecer caminhos de resiliência e adaptação às alterações climáticas, com a liderança da AMCAL, em parceria com o IPBeja e a Make it Better; e ainda outros projetos multidisciplinares e transversais às diferentes áreas científicas da ESA, como sejam: INCOME — Inputs para uma região mais sustentável, SOLVO — soluções baseadas em cobertura do solo com resíduos do lagar para reverter processos de desertificação nos olivais do Mediterrâneo; QI 4.0 — Queijo Serpa DOP — A Inteligência Artificial na Produção Artesanal; e PhytoMPs — Phytoremediation of microplastics of treated urban wastewater: removal, dynamics and fate.
Todos estes projetos, nacionais ou internacionais, têm como denominador comum os princípios dos Sustainable Development Goals (SDGs), em particular em relação à transição digital na sustentabilidade e inovação na agroindústria (SDG 9), fontes energéticas limpas e sustentáveis (SDG 7) e consciencialização da ação climática (SDG 13).
PA: No âmbito dos Mestrados e Licenciaturas, a instituição oferece formação nas áreas da Agronomia, Engenharia Alimentar e Engenharia do Ambiente. De que forma esta oferta formativa responde às necessidades atuais do setor agroalimentar e ambiental?
MJC: A qualificação dos jovens é um ato de imensa responsabilidade por parte de uma instituição de ensino superior. No século XX, uma licenciatura era uma meta bastante ambiciosa na vida de um jovem e de sua família. Hoje, volvido 1/4 do século XXI, Portugal está à porta da Europa, e um diplomado em Portugal é um diplomado europeu, podendo integrar equipas pluridisciplinares e multiculturais em qualquer país do mundo. É importante que a sua qualificação seja o mais robusta possível.
Os mestrados da ESA foram concebidos meticulosamente com esta visão de futuro de um técnico agroalimentar, com forte estrutura agroindustrial e ambiental para melhorar suas competências. Os mestrados em Agronomia, Engenharia Alimentar e Engenharia do Ambiente têm crescente procura pelo tecido empresarial nacional e internacional, que busca reforçar o seu know-how nos nossos 2.º ciclos de estudo.
PA: Por outro lado, as Pós-Graduações da ESA abrangem a Gestão Sustentável do Setor Olivícola e Sustentabilidade e Inovação em Frutos Secos. Qual é o papel destas formações especializadas na modernização e inovação do setor?
MJC: A ESA tem uma dinâmica de oferta de pós-graduações (PG) em função da demanda da região e das orientações nacionais e europeias definidas para as Instituições de Ensino Superior (IES). As PG surgiram para reforçar e diversificar a participação de adultos em processos de atualização e reconversão de competências de âmbito superior, designadamente através de formações de curta duração, potenciando a aprendizagem ao longo da vida.
Estas formações, direcionadas para adultos/profissionais, foram pensadas em parceria com empresas e implementadas pelas IES. A PG Gestão Sustentável do Setor Olivícola foi delineada para formar profissionais em um setor cada vez mais relevante econômica e socialmente na região Alentejo e na Península Ibérica, com enorme adesão nas três edições realizadas entre 2022 e 2024, contribuindo para a atualização de conhecimentos e aquisição de novas competências, promovendo a qualificação e fixação de ativos na região. Esta PG foi criada em parceria com a Associação de Olivicultores do Sul — OLIVUM, a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva S.A. (EDIA) e a ML — Consultoria Agrícola, contando com a participação de convidados nacionais e internacionais.

A PG Sustentabilidade e Inovação em Frutos Secos resultou de parceria entre o IPBeja, PortugalNuts e a consultora ML AGRO, direcionada para profissionais que desejam liderar com responsabilidade ambiental e inovação no setor, com abordagem prática e interdisciplinar, preparando os ativos para enfrentar desafios e oportunidades deste mercado em crescimento, e contribuindo para aquisição de competências técnicas, nomeadamente na digitalização aplicada ao setor.
No ano letivo 2025/2026, surge nova oferta de PG em “Tecnologias Digitais e Ambientais nas Ciências Agrárias”, advinda do projeto PRR +AgroDigiTech@Sul, para responder às necessidades de formação tecnológica e digital das ciências agrárias, conjugada com sustentabilidade agrícola. O programa abordará Transição Digital, Transição Verde e Tecnologias Produtivas, com disciplinas obrigatórias e optativas, como: “Sensoriamento Remoto e Geotecnologias Aplicadas à Agricultura”, “Big Data e Análise de Dados Agrícolas”, “IoT em Agricultura”, “Gestão Sustentável dos Fatores de Produção” e “Gestão de Resíduos Agrícolas e Sustentabilidade”. As UC’s optativas permitem aos estudantes escolher nos ciclos de estudo das 5 IES do consórcio: UÉvora — Inteligência Artificial e Ciência de Dados, Engenharia Agronómica, Engenharia Zootécnica; UAlg — Hortofruticultura, Gestão Sustentável de Espaços Rurais, Biotecnologia; IPPortalegre — Agricultura Sustentável; IPBeja — Agronomia; UNOVA — Tecnologias em Agricultura de Precisão, Tecnologias de Produção e Transformação Agroindustrial, Biologia de Plantas para uma Agricultura Sustentável. O kick-off desta PG do consórcio +AgroDigiTech@Sul está previsto para 2026, tendo como resultado final uma maior oferta formativa integrada e concertada pelas 5 IES, para que possamos alcançar um maior número de jovens e adultos formados e qualificados na era digital das Ciências Agrárias.

PA: Com a digitalização do ensino, a aposta em plataformas online tornou-se cada vez mais essencial. O que distingue esta nova plataforma de e-learning e que mais-valias traz ao ensino agrícola e ambiental? Como são lecionadas as aulas práticas?
MJC: Existem no Ensino Superior novas ferramentas, quiçá consequência do período pandémico, mas que se conquistou pela enorme versatilidade, as quais têm perdurado no pós-pandemia, e que são seguramente uma hábil ferramenta a manter no ensino superior, em particular, podendo ser vastamente exploradas nos níveis de formações ao longo da vida, sendo que estas metodologias se coadunam com a actividade profissional. Contudo, em termos pedagógicos, ao nível das formações superiores dos jovens estudantes deverá ser o menos possível usada como um recurso, pois os jovens necessitam de contacto, de interação, de sociabilização, muito em particular os jovens dedicados ao estudo das ciências agrárias na nossa ESA, onde praticam o nosso lema: “Aprender fazendo”!
PA: Portugal mantém uma forte ligação ao setor primário. Que contributo espera a instituição dar para a valorização da agricultura nacional?
MJC: Portugal é um país dominantemente do sector primário, e com produtos únicos neste canto da Europa! Temos condições edafo-climáticas únicas, conciliadas com terroirs incomparáveis, banhados pelo Atlântico, com influência da costa Mediterrânica, e com uma insolação anual privilegiada, então, com tão grandiosos recursos naturais endógenos, só se pode gerar matérias-primas e produtos finais com uma qualidade ímpar, e que nós portugueses, profissionais ou não das ciências agrárias, devemos engrandecer, valorar e preservar sua continuidade nas gerações vindouras. A minha instituição nasce no seio de uma região ancestralmente mestra em agricultura, e só se poderá “alimentar” e viver da agricultura, e para a agricultura da região, do País e da Europa.
PA: Setores ligados à agricultura, à produção alimentar e ao ambiente têm um impacto direto no nosso dia a dia, muitas vezes sem darmos conta. Qual é a importância destes engenheiros em setores que passam muitas vezes despercebidos?
MJC: Nem me façam esta provocação! Eu sou engenheira Agro-Industrial (ISA-UL), sendo que hoje designam-nos por engenheiros alimentares, e aquando optei por esta licenciatura, nem tinha noção da dimensão, e do compromisso que iria assumir com a sociedade como futura diplomada, e o quão as ações podem ser determinantemente impactantes no bem-estar de uma população… reavive em sua memória quando todo o planeta teve que parar durante a pandemia… mas ninguém pôde parar de se nutrir, de subsistir, correto?! E, como foi tal possível se não tivessem sido os engenheiros agro-alimentares a alimentar o planeta?! O passar despercebido é um sinal positivo: é porque o que fazemos está bem feito; é porque o bem-estar é assegurado, e nem precisam de reclamar! Então, é porque os engenheiros cumpriram sua missão!
PA: A colaboração com outras entidades torna-se cada vez mais determinante no ensino e na investigação. Quais são os consórcios e parceiros da Escola Superior Agrária?
MJC: Indubitavelmente verdadeira e imprescindível essa colaboração, e aliás, é cada vez mais impensável não trabalharmos em networking! A roda da evolução do progresso depende das divergências nas relações sinergéticas entre parceiros/entidades. De acordo com o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, Portugal teve que alocar 20% da sua dotação à promoção da transição digital, e eis que em Dezembro de 2023 nasce um importante Consórcio entre 5 IES: Universidade de Évora, Instituto Politécnico de Portalegre, Universidade Nova de Lisboa, Universidade do Algarve e o Instituto Politécnico de Beja, e cujo acrónimo surge de nossa candidatura a este PRR do Impulso Mais Digital: +AGRODIGITECH@SUL — Reforma e Modernização das Ciências Agrárias — Modernização tecnológica e digital das ciências agrárias. O plano de ação deste nosso consórcio enquadra-se nos objetivos e prioridades do investimento “Impulso Mais Digital”: aumentar a atratividade das ciências agrárias para as gerações futuras, alargar a capacidade de formação em competências digitais e promover a inovação e a modernização pedagógicas, sendo que estes focos, apesar de delineados em conjunto pelas 5 IES para 2 anos de conceção e implementação, serão impactantes e, como eu digo, em expressão do meio agroindustrial, serão “marcha-em-frente” no salto digital e tecnológico do ensino agrícola. Estes objetivos têm sido cumpridos por via da oferta de novos e atualizados conteúdos formativos de unidades curriculares (UC’s) nos vários ciclos de estudos — Licenciaturas e Mestrados para os jovens estudantes, e de uma nova tipologia de oferta formativa — as microcredenciais (MC), direcionadas para a população profissional do setor agrícola.

Outra ação do consórcio foi a promoção de ações de divulgação junto da população estudantil, e em particular com a oferta de uma semana de ações programadas anualmente, cujas atividades se enquadraram no “DigitAgro Challenge”, o qual já decorreu em 24/25, promovendo interação entre estudantes de diferentes regiões, no sentido de aumentar a atratividade das formações nas Ciências Agrárias perante potenciais candidatos. Em paralelo com este desafio, também nos concertamos com associações de produtores, como é o caso da Associação de Agricultores do Sul (ACOS), com quem temos um histórico simbiótico, para divulgação das novas ações de formação de MC destinadas a profissionais, visando a sua requalificação em novas áreas, como a tecnologia e a digitalização, contribuindo para a modernização e aumento de competitividade das empresas do setor.
Ao completarmos os 2 anos deste consórcio no termo do ano letivo vigente (25/26), o IPBeja enriqueceu o seu património agrícola, ao reabilitar parte de um dos centros de formação por excelência da ESA, que é o Centro Hortofrutícola (CHF), quer ao nível de pomares, de salas de aulas, quer com a constituição do Centro de Hidroponia, quer com a génese de uma Smart Farm! Esta unidade pedagógica e técnico-científica será um recurso da ESA/IPBeja, bem como das outras IES do +AgroDigiTech@Sul, ambicionando abraçar projetos nacionais e internacionais agroalimentares que necessitem de replicar temáticas que incidirão sobre tecnologias relacionadas com a sustentabilidade ambiental e a transição climática, visando a melhor racionalização e utilização dos recursos naturais, de modo a assegurar a transição para fileiras agrícolas mais ecológicas e sustentáveis, contribuindo para uma progressiva autonomia alimentar do país.
Outro consórcio relevante a nível internacional é o projeto HORIZON EUROPE — GRACE, surgido de um convite endereçado pelo CIMBAL — Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, projetando-nos para uma missão europeia de grande compromisso e responsabilidade nesta década, e potencialmente nas vindouras. Outro consórcio é o projeto InsectERA, em parceria com outros stakeholders empresariais (AUCHAN, ENTOGREEN, THUNDER FOODS, The CRICKET Farming Co, NUTRIFARMS, Agromais, Agrotejo, entre outros) e IES (Health & Sciences School — Universidade Egas Moniz, Universidade de Aveiro, UNOVA, Universidade Católica de Lisboa, IST-UL, Faculdade de Ciências — UP), em diversos eixos, nomeadamente no INFEED, onde a ação é o recurso à utilização de insetos como fonte nutricional numa alimentação animal mais sustentável, ou no INFOOD, onde inovamos para potenciar a utilização de insetos como fonte nutricional alternativa saudável e sustentável de produtos para alimentação humana, ou ainda no IN-2MARKET, onde o objetivo é assegurar a passagem dos novos produtos para o mercado, nomeadamente a nível legal, ao nível do consumidor, do life cycle assessment, atendendo a que este eixo é o culminar do projeto, sendo não somente focado no mercado e internacionalização, como na preparação do futuro!

PA: A investigação científica é um dos pilares fundamentais do desenvolvimento institucional. Quais são as áreas prioritárias de investigação e de que forma se articulam com o ensino e o setor produtivo? Como participam os estudantes nos trabalhos de investigação?
MJC: Na sequência da questão anterior, onde tentei resumir o projeto da agenda mobilizadora InsectERA — Novo Setor Bioindustrial, a conceção deste mega-projeto é um study-case exemplar para lhe responder, sendo que, aquando do desenho deste projeto de investigação, todo o ecossistema foi priorizado, isto é, todas as áreas que o projeto abrangeria teriam que ser contempladas no seu design, pois era impossível segmentar a importância do solo, da flora, da fauna e do papel do homem para se conceberem os eixos de atuação e subsequentemente se definirem os objetivos deste projeto de investigação.
A harmonização de atuação deste projeto é absolutamente exemplar, pois todos os serviços se articularam nas missões/workpackages definidos, ou seja, a investigação não é isoladamente atribuída às instituições de ensino superior (IES), mas também são envolvidos COLab’s, associações empresariais, 19 empresas, 2 entidades oficiais (INIAV e DGAV). Este exemplo revela que o caminho da investigação é a articulação das partes interessadas para o objetivo, até diria, o bem comum — a sobrevivência inteligente do Homem no respeito pela Vida do planeta Terra.
Os estudantes são fundamentais em toda a fileira da investigação, nas mais diversas fases, quer sejam, em primeira instância integrados no networking das IES, quer posteriormente, e numa fase já de graduados, numa entidade/organização externa nacional ou internacional, sendo que nesse percurso do estudante, a motivação e o despertar para a investigação é um processo que depende muito da apetência de cada indivíduo, mas também da função basilar e genuína de seus professores em expandir os horizontes para esse percurso.

PA: Apesar da importância destes setores, muitos jovens ainda não se mostram interessados em segui-los. O que falta para os atrair e que estratégias estão a desenvolver para cativar esta nova geração?
MJC: Projeta-se transformar os nossos “laboratórios vivos”, património do IPBeja, em centros de desenvolvimento do saber de interesse nacional e internacional através da criação na nossa Herdade do Outeiro de um Centro de Agricultura do Futuro, que potenciará muita projeção e atração de talentos ao IPBeja e à região. Vivemos numa das maiores regiões do país, temos de honrar a sua grandiosidade através da valorização das suas potencialidades e acrescentando pilares de desenvolvimento capazes de atrair jovens, cientistas e empresários.
Queremos também contribuir para a modernização do setor agroalimentar e ambiental, com o desenvolvimento de novas tecnologias que possam mudar o paradigma das agroindústrias e torná-las mais atrativas para os jovens. A título de exemplo, participamos na agenda mobilizadora InsectERA, e queremos tornar-nos pioneiros no desenvolvimento de tecnologias analíticas através do uso de imagens hiperespetrais com a criação de um laboratório de imagem hiperespectral no IPBeja.
Também iniciamos o desenvolvimento de novas metodologias de tratamento de águas com utilização de insetos, contribuindo para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis capazes de tornar águas residuais em fontes de produção de proteína e, por isso, atribuir-lhes valor ao invés de serem um problema com impactos ambientais negativos.





