Investigação com impacto: o papel do ICI na afirmação científica da UBI
Com mais de 50 anos de aposta no ensino superior, a Universidade da Beira Interior (UBI), localizada na Covilhã, tem vindo a consolidar o seu prestígio nacional e internacional, confirmado pela presença em rankings globais. Foi considerada a melhor universidade portuguesa com menos de 50 anos no Young University Rankings 2024 (THE) e, em 2025, alcançou um marco histórico ao integrar o prestigiado Ranking de Xangai, figurando entre as 1000 melhores instituições do mundo e entre as sete universidades portuguesas incluídas nesta avaliação.
Neste contexto de afirmação científica e internacionalização, a Perspetiva Atual conversou com Cândida Tomaz, Presidente do Instituto Coordenador da Investigação (ICI), para conhecer a missão deste instituto, o seu contributo para o fortalecimento da investigação na UBI e as perspetivas de futuro num novo ciclo de desenvolvimento científico.
Perspetiva Atual – Qual é a missão do ICI na UBI?
Cândida Tomaz – O ICI tem como missão promover a investigação na UBI, estimulando a colaboração entre diferentes áreas do conhecimento e a criação de equipas multidisciplinares, reforçando a produtividade científica e a gestão eficiente dos recursos. Articula ensino e investigação, apoia a estratégia institucional e promove o debate e a divulgação da ciência, em alinhamento com o Plano Estratégico UBI 2030 e o programa reitoral 2025-2029. O ICI garante a coerência entre as linhas de investigação e as áreas prioritárias da UBI, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, as Missões do Horizonte Europa e a valorização do Interior. Sob a tutela da Vice-Reitoria para a Investigação, Inovação e Desenvolvimento, que coordena igualmente o Gabinete de Apoio à Investigação e Inovação, o ICI contribui para assegurar a articulação estratégica institucional e a qualidade da investigação produzida.
PA – Quais são as unidades de I&D que integram o ICI e qual o seu papel no desenvolvimento científico da UBI?
CT – O ICI integra 19 unidades de I&D lideradas ou com participação da UBI, 15 das quais classificadas como Muito Bom ou Excelente pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Estas unidades abrangem áreas que vão das Ciências da Saúde e Engenharias às Ciências Sociais, Humanas e Artes, assegurando uma produção científica sólida e amplamente reconhecida. O seu contributo reflete-se na presença da UBI em rankings internacionais de prestígio, como o World’s Top 2% Scientists’ List, e na participação em programas como o Horizonte Europa e o Portugal 2030, reforçando a sua projeção científica nacional e internacional.
PA – De que forma o ICI contribui para o desenvolvimento da sociedade e do tecido empresarial através da investigação científica?
CT – O ICI, através da sua ação, estimula a ligação entre a ciência e o tecido económico, incentivando a transferência de conhecimento e tecnologia. Fomenta a inovação científica e social em colaboração com empresas, autarquias e redes internacionais. Contribui assim para a afirmação da UBI como um motor de inovação e desenvolvimento, contribuindo para a valorização da Beira Interior e para a projeção de Portugal no espaço científico europeu. O ICI desempenha ainda um papel essencial na divulgação da ciência e na sua aproximação à sociedade, promovendo iniciativas como a Noite Europeia dos Investigadores e a Semana da Ciência e da Tecnologia.
PA – De que forma os estudantes participam nos projetos de investigação da UBI e que oportunidades existem para apoiar o seu desenvolvimento científico?
CT – Os estudantes são parte ativa da atividade científica da UBI, participando em projetos de investigação, estágios e teses de mestrado e doutoramento. A integração em projetos e em parcerias permite-lhes desenvolver competências avançadas e contribuir para a qualidade e diversidade da investigação. A UBI e, nomeadamente, a Vice-Reitoria para a Investigação e o ICI, têm investido em mecanismos de apoio aos estudantes e jovens investigadores, como, por exemplo, o Programa de Incentivo UBI/CGD a Jovens Investigadores, o Prémio Jovem Investigador UBI-CGD e as Bolsas de Apoio a Doutoramento UBI-CGD, que reconhecem e valorizam o trabalho científico realizado ou a desenvolver futuramente.
PA – Estando a três meses do fim do ano, quais são as perspetivas até 2026?
CT – Até 2026, o ICI pretende consolidar a internacionalização da investigação da UBI, reforçar a sua participação em redes estratégicas como a UNITA – Universitas Montium, da qual a UBI é membro fundador, e aumentar o número de projetos em áreas prioritárias da Agenda 2030 da ONU, como a saúde, a sustentabilidade e a digitalização. O objetivo é posicionar a UBI como instituição de referência na ciência e inovação a nível nacional e internacional, com forte impacto regional. As Unidades de I&D do ICI desenvolvem projetos de elevado impacto científico, social e tecnológico em áreas estratégicas como saúde, engenharia, ciências sociais e artes, gerando conhecimento de excelência e soluções inovadoras para desafios reais, reforçando a ligação da UBI ao território e ao panorama científico internacional.
“O ICI garante a coerência entre as linhas de investigação e as áreas prioritárias da UBI, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e as Missões do Horizonte Europa”
GeoBioTec@UBI

A unidade de investigação Geobiociências, Geoengenharia e Geotecnologias (GeoBioTec) foi criada em 2007, resultando da fusão de seis grupos e unidades de investigação de três universidades portuguesas: Universidade de Aveiro, Universidade da Beira Interior (UBI) e Universidade Nova de Lisboa.
Atualmente, a investigação desenvolvida na GeoBioTec@UBI está orientada para a sustentabilidade de cidades, comunidades e territórios, organizada em três linhas principais: Georrecursos, Geotecnia e Geomateriais; Gestão Integrada da Água; e Planeamento e Gestão de Territórios.
As suas atividades incluem estudos inovadores sobre a estabilidade de obras geotécnicas, comportamento de solos reforçados com geossintéticos ou resíduos, valorização de resíduos na produção de geomateriais, exploração de energia geotérmica de baixa entalpia, prospeção de recursos hídricos termais, aplicação de soluções baseadas na natureza para a gestão e reutilização da água, bem como a gestão sustentável do património, pavimentos, mobilidade e transportes.
Os projetos de investigação da GeoBioTec@UBI são financiados pelos programas Promove-LaCaixa, FCT, PRIMA-HORIZON2020, Portugal2020, UNITA e INTERREG.
A unidade viu recentemente aprovado um novo doutoramento internacional em Sustentabilidade Ambiental e Resiliência de Cidades e Territórios, cuja primeira edição teve início em setembro de 2025. Este ciclo de estudos representa uma extensão natural da experiência científica da unidade, formando investigadores capazes de conceber estratégias sustentáveis, avaliar riscos ambientais, promover a circularidade e digitalização dos serviços urbanos e adaptar cidades e territórios às mudanças climáticas.
Este programa inovador centra-se na sustentabilidade ambiental de serviços urbanos e na proteção dos recursos naturais em contextos urbanos, periurbanos e rurais. Com uma abordagem interdisciplinar e internacional, integra áreas como engenharia, informática, ciências da terra, ambiente, arquitetura e urbanismo, reforçando o papel da UBI e do GeoBioTec como polos de excelência e atração de jovens investigadores internacionais dedicados à construção de territórios mais sustentáveis e resilientes.

CISE

O CISE – Centro de Investigação em Sistemas Electromecatrónicos está a desenvolver um projeto nacional intitulado SmartEcoLighting – Promoção da proteção e preservação da biodiversidade reduzindo a poluição luminosa, que visa encontrar soluções para reduzir a poluição luminosa na região da Serra da Estrela. Este projeto é liderado pelo CISE, em parceria com a Associação Geopark Estrela e o Município da Guarda.
Através de dados recolhidos a partir de observações de satélite, constata-se que existem focos de poluição luminosa muito relevantes na região da Serra da Estrela e na sua envolvente. Tal forma de poluição contribui para a degradação da biodiversidade desta região, bem como para impactos negativos em atividades económicas de relevo ao nível regional, como o astroturismo ou a agricultura.
Para dar resposta à problemática da poluição luminosa, o projeto SmartEcoLighting visa desenvolver um sistema inteligente de iluminação pública, com funcionalidades compatíveis com a limitação da poluição luminosa, para a preservação da natureza e da biodiversidade em áreas naturais integradas no Geopark Estrela. Prevê-se a implementação de dois demonstradores: um em meio urbano e outro em contexto rural (natureza), que permitirão validar um modelo inovador e sustentável de tecnologias de iluminação pública, que poderá ser adotado por municípios, entidades públicas, organizações sem fins lucrativos e empresas do setor.
O projeto SmartEcoLighting é apoiado pelo Programa Promove da Fundação “la Caixa”, em colaboração com o BPI e com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
“Para dar resposta à problemática da poluição luminosa, o projeto SmartEcoLighting visa desenvolver
um sistema inteligente de iluminação pública, com funcionalidades compatíveis com a limitação da
poluição luminosa, para a preservação da natureza e da biodiversidade em áreas naturais integradas no Geopark Estrela”

CIDESD

O Departamento de Ciências do Desporto (DCD) da Universidade da Beira Interior (UBI) lidera dois projetos científicos que visam combater a fragilidade física (TrackFrailty) e o comprometimento cognitivo (Exercise4Brain). Os projetos de âmbito europeu estão integrados na Unidade de Investigação “Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano” (CIDESD).
O TrackFrailty, financiado pela Fundação “la Caixa”, é liderado por Mário Marques e conta com a colaboração de investigadores da UBI (Henrique Neiva, Daniel Marinho, Diogo Marques, Dulce Esteves, Nuno Fonseca, Assunção Vaz Patto, Ana Torres, Carla Fonseca e Jorge Costa) e da Universidade Pública de Navarra (Mikel Izquierdo). Os objetivos são quantificar a prevalência de fragilidade em indivíduos residentes em Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI) e analisar os efeitos crónicos do treino de força com diferentes volumes na reversão da fragilidade. Ao fornecer recursos para avaliar e tratar a fragilidade, este projeto promoverá a inclusão social num setor prioritário.
Na sequência do TrackFrailty e sob a mesma liderança, o projeto Exercise4Brain, financiado pela FCT, integra avaliações da função cognitiva e estrutura cerebral, com o objetivo de compreender como diferentes configurações de volume de treino de força afetam a saúde cognitiva de indivíduos com comprometimento cognitivo. Considerando que a deterioração progressiva da função cognitiva está entre as maiores causas de dependência em todo o mundo, é fundamental implementar estratégias eficientes para mitigar essa deterioração e preservar a autonomia dos indivíduos.
Para os investigadores do DCD-UBI, o financiamento destes projetos é o “reconhecimento do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos vinte anos e representa um incentivo para continuar a desenvolver projetos de investigação aplicada com projeção relevante no panorama internacional”.

C-MAST

do projeto ROBOTA-SUDOE na UBI
A UID C-MAST, Centro de Ciências e Tecnologias Mecânicas e Aeroespaciais (www.cmast.ubi.pt), desenvolve investigação nas áreas de Materiais e Estruturas, Energia e Fluidos e Produção Industrial. Criada em 1994, a C-MAST tornou-se uma referência nacional e internacional em áreas de interface ciência-tecnologia, através de uma abordagem multidisciplinar que abrange a Engenharia Mecânica, as Ciências Aeronáuticas e Aeroespaciais e a Engenharia de Gestão Industrial. Um exemplo disso é o projeto ROBOTA-SUDOE: Robótica, Automação e Digitalização como Motores de Competitividade e Crescimento das PME.
É um projeto europeu financiado pelo programa Interreg Sudoe (2021–2027), que reúne um consórcio com parceiros do ensino superior, empresas e clusters de Portugal (UBI, CENTIMFE: coordenador, Cerfundão), Espanha (Universidade de Santiago de Compostela, Juema e AIJU) e França (Clermont Auvergne INP, CIMES Auvergne-Rhône-Alpes). O projeto foca-se na modernização tecnológica de setores tradicionais, como o agroalimentar e o dos plásticos, privilegiando regiões menos desenvolvidas.
O objetivo consiste em impulsionar o crescimento e a competitividade das PME por via da robótica colaborativa, promovendo redes de intercâmbio entre centros de I&D, empresas e instituições públicas. Assim, é estimulada a transferência de conhecimento e a criação de soluções inovadoras de manipulação robotizada com inteligência artificial, aplicáveis em atividades como corte de carne, embalamento de frutas e montagem de brinquedos, para além da criação de três “living labs” para demonstração de tecnologias replicáveis.
Os resultados incluem redes colaborativas transnacionais, protótipos validados em ambientes reais, sistemas de visão computacional e garras auto-sensorizadas (patente submetida). A divulgação abrange comunicações em congressos internacionais (IEEE ICARSC 2025, ETFA 2025, ICINCO 2025), publicações em jornais internacionais, demonstrações (S4I, Madrid; FIRA, Toulouse), workshops e divulgação mediática.
O projeto reforça a relação entre investigação e indústria, adaptando as soluções desenvolvidas a múltiplos setores, contribuindo para a atratividade das zonas rurais, o emprego qualificado e promovendo o equilíbrio regional e o impacto societal.

NECE
Med-Tech Health Enterpreneurship na UBI

Arminda do Paço (UBI)
O NECE-UBI (Research Centre for Business Sciences) tem vindo a afirmar-se como uma referência nacional e internacional na investigação em empreendedorismo. Esta excelência estende-se ao ensino, com a introdução de disciplinas focadas na promoção de competências empreendedoras em vários ciclos de estudo, incluindo áreas STEM. Este percurso torna natural o envolvimento do centro em projetos europeus de grande dimensão, focados na promoção do empreendedorismo em múltiplas áreas do conhecimento, como é o caso da saúde.
Um exemplo é o Health2Innovation (https://www.health2innovation.eu/), projeto europeu de cerca de 1,5 milhões de euros liderado pela Universidade da Beira Interior (UBI). A iniciativa reúne 14 entidades de 12 países, numa rede diversificada de especialistas. Este projeto tem como missão inspirar, orientar, formar e capacitar estudantes e recém-graduados em Ciências Biomédicas, Medicina, Gestão, Engenharias, Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e áreas afins, reforçando competências digitais, verdes, empreendedoras e interdisciplinares. O foco está em domínios estratégicos como saúde digital, literacia de dados, inteligência artificial, cibersegurança, biotecnologia e economia circular.
Entre as ações previstas, destaca-se o desenvolvimento de uma plataforma de e-learning, que incluirá um curso avançado certificado e acreditado, bem como a criação de um hub de aprendizagem digital e de uma aplicação móvel. O projeto contempla ainda um Bootcamp de Inovação em Saúde em Lünd, com o apoio da SmiLe Incubator, e um programa de aprendizagem (Apprenticeship) em Lille, em colaboração com a Eurosanté.
Mais do que formar profissionais, o Health2Innovation pretende impactar positivamente o setor da saúde europeu e contribuir para moldar o futuro dos cuidados de saúde, prevendo inclusive o desenvolvimento de orientações para políticas públicas sobre clusters inovadores da saúde.

CMA-UBI


O Centro de Matemática e Aplicações da Universidade da Beira Interior (CMA-UBI) é uma unidade de investigação dedicada à excelência científica, internacionalização e multidisciplinaridade, com forte aposta na formação avançada e na divulgação pública da ciência.
Os seus objetivos estratégicos centram-se na investigação fundamental e aplicada em Matemática e Física Teórica, abrangendo áreas como Sistemas Dinâmicos, Álgebra e Geometria, Gravitação e Cosmologia, Probabilidade e Estatística, e Análise Numérica e Equações Diferenciais.
O CMA-UBI conta com o apoio de um Conselho Consultivo Internacional, composto por especialistas de referência nas áreas representativas do seu trabalho científico, reforçando o seu compromisso com a qualidade e o impacto global da investigação desenvolvida. O centro promove regularmente seminários científicos, com participação de investigadores nacionais e estrangeiros, e organiza cursos e conferências internacionais que consolidam a ligação entre a UBI e a comunidade científica internacional.
No domínio da formação avançada, o CMA-UBI apoia dois programas de doutoramento da UBI — Matemática e Aplicações e Física — contribuindo para a preparação de novas gerações de investigadores.
Embora o núcleo central da sua investigação seja de natureza fundamental, vários membros do CMA-UBI, especialmente na área da Estatística, desenvolvem colaborações interdisciplinares com outras unidades de investigação, nomeadamente nas Ciências da Saúde, evidenciando o potencial da matemática como linguagem transversal à inovação científica e tecnológica.
RISE-Health, UBI


O RISE-Health UBI integra o RISE-Health – Health Research and Innovation, resultante da fusão do CICS-UBI, CINTESIS, UNIC e MedIN-UP (U. Porto). Classificado com “Muito Bom”, é hoje a maior UID nacional, reunindo mais de 1.300 investigadores e promovendo investigação em saúde desde a molécula até à comunidade, reforçando a ligação ciência–academia e clínica–inovação biomédica. Na UBI, a investigação articula ciência fundamental e inovação tecnológica com impacto clínico, estruturando-se em áreas temáticas com projetos nacionais e internacionais, spin-offs e redes colaborativas.
Em Doenças Neurológicas, destacam-se projetos que prolongam linhas já patenteadas para a Doença de Parkinson: SlowPD (Ana Clara Cristovão, 249.958 €), que desenvolve um fármaco para travar a progressão da doença, e SYNERGIZE-PD (Liliana Bernardino, 249.912 €), dedicado à identificação de biomarcadores e terapias baseadas em microRNAs em colaboração com parceiros europeus. No mesmo domínio, o projeto RESCUE (Graça Baltazar, 233.280 €) explora terapias para reparar lesões cerebrais isquémicas em recém-nascidos e adultos.
Na área das Infeções, Microbioma e Saúde da Mulher, o projeto MyCoV (Joana Rolo, 49.132 €) constitui um estudo pioneiro sobre leveduras emergentes na infeção vulvovaginal, visando também o desenvolvimento de um gel terapêutico inovador.
Em Biotecnologia e Inovação Farmacêutica, o projeto M3D.printer (Ângela Sousa, 176.970 € da UBI; total 1,59 M€) aposta na impressão 3D de medicamentos personalizados para populações pediátricas e geriátricas. Já o projeto STAR Innovation (Adriana Santos, 212.499 €) desenvolve uma formulação oral de moléculas neuroprotetoras, com patente licenciada nos EUA.
Na área de Biotecnologia Avançada e Terapias de RNA, encerrou recentemente o projeto europeu Yscript (2022–2025), financiado num total de 3,4 M€ e liderado na UBI por Fani Sousa (200.826 €), que explorou o potencial das leveduras como fábricas biológicas de mRNA. O projeto miRCapt (UBI–FEUP), também liderado pela investigadora (209.854 €), recorre a nanotubos de carbono para administrar pre-miRNAs em terapias para o cancro do pulmão. Nesta área, o projeto HOPE (Carla Cruz, 211.874 €) valida um gene como alvo terapêutico no cancro do pulmão, propondo uma nova terapia baseada em conjugados de ácidos nucleicos.
Na interface entre ambiente e saúde, o projeto AquaClean (Carla Cruz, 149.781 €; Fundação “la Caixa”) monitoriza disruptores endócrinos em águas superficiais da região NUTS III, desenvolvendo tecnologias de mitigação em colaboração com APA, ADC e ICOVI.
Com este portefólio, o RISE-Health UBI afirma-se como centro de excelência científica e motor de inovação, produzindo avanços disruptivos com impacto direto na saúde e na sociedade.

Fiber Materials and Environmental Technologies
FibEnTech-UBI

A unidade Fiber Materials and Environmental Technologies (FibEnTech-UBI) da Universidade da Beira Interior (UBI) é uma unidade de investigação única que junta as valências de investigação fundamental e aplicada para o desenvolvimento de atividades com diversos propósitos em vários setores da economia.
A FibEnTech-UBI tem suporte financeiro através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e através de projetos de II&D em forte colaboração com o tecido empresarial (celulose e papel, têxtil, tecnologias ambientais).
Atenta aos desenvolvimentos tecnológicos na produção sustentável, (re)aproveitamento de recursos e criação de novos produtos de valor acrescentado, a FibEnTech-UBI alinha-se com as Agendas Mobilizadoras para o “Desenvolvimento sustentável e a inovação empresarial” e participa em consórcios no Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), destacando-se o projeto “From Fossil to Forest” (FF2F), intitulado “Sustainable packaging and products to replace fossil plastic”, com consórcio liderado pela empresa Navigator Paper Setúbal S.A. e 27 entidades nacionais dos sistemas empresarial e científico.
A FibEnTech-UBI tem um grupo de trabalho, transversalmente envolvido em todas as Work Packages deste projeto, dedicando-se aos estudos de Reciclabilidade, Biodegradabilidade, Compostabilidade e Sustentabilidade, com valorização dos novos produtos e processos, assim como na utilização de técnicas óticas específicas para estudar o envelhecimento acelerado com radiação ultravioleta, imagiologia multi/hiperespectral, e para analisar e caracterizar o estado de superfície e a interação de líquidos com papéis castanhos, papéis com maior resistência mecânica, papéis com propriedades barreira, biocompósitos, celulose moldada para embalagem rígida e pastas de alto rendimento.
O financiamento deste projeto foi alocado à realização de obras de adaptação no Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia do Papel, à aquisição de equipamentos específicos e à contratação de recursos humanos dedicados à investigação, ficando criadas as condições para que, no futuro, a FibEnTech-UBI possa continuar a desenvolver trabalhos de II&D nas áreas descritas.
“A FibEnTech-UBI tem um grupo de trabalho, transversalmente envolvido em todas as ‘Work Packages’ deste projeto, dedicando-se aos estudos de Reciclabilidade, Biodegradabilidade, Compostabilidade e Sustentabilidade, com valorização dos novos Produtos e Processos, assim como na utilização de técnicas óticas específicas para estudar o envelhecimento acelerado com radiação ultravioleta e imagiologia multi/hiperespectral”

CIAUD-UBI

O Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design da UBI (CIAUD-UBI) é uma unidade de investigação em Arquitetura e Urbanismo sediada na UBI e associada ao CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. Tem como missão promover a investigação científica, a inovação e a transferência de conhecimento, articulando investigação, ensino e prática em estreita ligação com os ciclos de Mestrado Integrado e Doutoramento em Arquitetura da UBI. A investigação desenvolvida distingue-se pela abordagem interdisciplinar e transdisciplinar, promovendo soluções sustentáveis e inclusivas que integram artes, ciências e tecnologias.
Entre os projetos em curso, destaca-se “Slum Upgrading and Incremental Housing in Practice – Learning from Le Corbusier, Álvaro Siza, towards an architecture and urbanism for climate change in Lisbon and Chandigarh’s urban margins”, coordenado por Afonso Nuno Martins (UBI), com Miguel S. Fernandes (UBI), Pedro Almeida e Ana Rita Ochoa (FAUL). O projeto, de natureza transdisciplinar, centra-se nas práticas de Arquitetura e Urbanismo Humanitário (HAUD) e Habitação Incremental (HI), e foca-se em áreas mal infraestruturadas nas periferias de grandes cidades, particularmente afetadas pelas alterações climáticas (AC) e pela pandemia de Covid-19.
O projeto examina a HAUD como uma recriação da arquitetura e do urbanismo convencionais, e a HI como resposta às necessidades habitacionais de famílias de baixos rendimentos. Assente em investigação e trabalho de campo prévios, utiliza ferramentas digitais para apoiar propostas de HI e requalificação de assentamentos, envolvendo instituições académicas, ONG e parceiros locais em Portugal, Índia e Chile.
Os resultados incluem publicações, ações de divulgação, iniciativas formativas e uma base de dados colaborativa online, promovendo a partilha de conhecimento e contribuindo para políticas de arquitetura, urbanismo, habitação e adaptação às alterações climáticas.
Project acronym: UrbClimaAdapt_old&new lessons



