Os problemas do mundo real como base do ensino do DCM
Com o novo ano letivo prestes a começar, a Diretora do Departamento de Ciências Médicas, Odete da Cruz e Silva, explica o método de ensino em vigor no DCM e revela as novidades preparadas para 2022/2023.
Ensino baseado em problemas
Criado em 2015, o Departamento de Ciências Médicas nasceu com o intuito de se destacar das demais faculdades com um método de ensino inovador na altura, e, segundo a Professora Doutora Odete da Cruz e Silva, nada mostra mais a essência do Departamento de Ciências Médicas do que a sua metodologia de aprendizagem. “Temos o ensino tradicional como o típico seminário e as aulas práticas, mas a componente mais forte no nosso ensino é baseada no método PBL, ou seja, uma aprendizagem baseada em problemas “, explica a Diretora.
Com o intuito de promover o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico e de resolução de problemas, o PBL usa situações complexas do mundo real como veículo para promover a aprendizagem de conceitos e princípios. As questões de aprendizagem são elaboradas pelas estudantes.
Estas aulas são realizadas em pequenos grupos de dez alunos e um docente, de modo a que seja mais simples atender às necessidades de cada estudante e proporcionar uma maior atenção a cada aspeto do problema apresentado.
Outras componentes práticas têm vindo a ser desenvolvidas pelo Departamento de Ciências Médicas. Segundo a Diretora, os alunos do segundo ano de mestrado têm agora a possibilidade de experienciar o que é participar num congresso, no Dia do Mestrado, onde os alunos fazem uma apresentação dos seus posters finais e partilham os resultados obtidos. No final, o melhor poster é reconhecido com um prémio oferecido pelo departamento.
O mesmo começou-se a fazer com os alunos da licenciatura. “No terceiro ano, os estudantes têm uma componente mais participativa, no que diz respeito à investigação, com uma aproximação aos laboratórios dos investigadores”, partilha Odete da Cruz e Silva. “Esses alunos fazem também um trabalho em grupo que se baseia na investigação que decorre aqui no departamento e na unidade de investigação (iBiMED), apresentam um poster, defendem os seus resultados e aprendem o que é fazer ciência.“
“A nossa preocupação é formar o estudante no contexto do mundo real, de modo que aprenda a lidar com problemas que irão encontrar no dia a dia das suas profissões”
Novidades para 2022/2023
- Mestrado em Bioinformática Clínica, segunda edição:
Divide-se em dois ramos: Decisão Clínica e Bioinformática do Genoma.
O primeiro pretende formar profissionais de saúde preparados para ajudar na tomada de decisão do ponto de vista clínico, já o ramo de Bioinformática do Genoma tem como objetivo formar mestres com conhecimentos sobre o perfil do paciente do ponto de vista genético e como isso pode contribuir para o desenvolvimento de patologias específicas.
“Nesta era de saúde digital, o Mestrado em Bioinformática Clínica pretende formar especialistas com conhecimentos em ciência de dados em saúde, que sejam capazes de usar as várias bases de dados genómicas internacionais e integrar informação relevante para a saúde.”
- Curso de especialização “Liderança e Gestão em Saúde”, lançado este ano, no segundo semestre:
Curso direcionado aos profissionais de saúde focado na gestão e na implementação de metodologias de liderança e motivação.
Estes cursos são construídos a pensar na criação de equipas “multidisciplinares”, cada vez mais necessárias no mercado de trabalho atual.
Parcerias e saídas profissionais
Apesar de alguns estudantes terem a oportunidade de trabalhar nas empresas parceiras do Departamento, onde realizam o estágio do final do curso, a maioria opta por dar continuidade à sua formação. “O nosso perfil típico de estudante é aquele que já sabe o que quer. Grande parte já entra para a licenciatura a pensar que quer seguir investigação, por isso muitos dos nossos alunos seguem para mestrado e doutoramento. Alguns, que não pretendem seguir a área de investigação, integram num curso de medicina. A oferta de mestrados contribui para definir os percursos profissionais. ”, revela a Diretora.
Relativamente às parcerias com essas empresas e hospitais, Odete da Cruz e Silva refere que “é muito importante ter esta ligação com hospitais, institutos e clínicas que conseguem identificar as lacunas que existem no campo de trabalho. Só assim é que as instituições de ensino podem tentar dar resposta às questões mais relevantes.”
O DCM no panorama nacional
Tendo uma das licenciaturas mais procuradas dentro da Universidade de Aveiro, o Departamento de Ciências Médicas mostra o seu prestígio espelhado nos resultados dos seus alunos. A Universidade de Aveiro atribuiu 310 bolsas de estudo aos melhores caloiros de 2021/2022, sendo que 45 desses alunos são da Licenciatura em Ciências Biomédicas, representando cerca de 50% dos matriculados no referido curso.
“O nosso último aluno colocado teve uma média de 18. Felizmente, não temos dificuldade em captar alunos”, comenta com orgulho.
Para concluir, a Diretora comenta ainda, “tanto a oferta formativa direcionada para o estudante, como os cursos específicos dirigidos para os profissionais de saúde contribuem para o desenvolvimento da região, tendo impacto não só a nível local, mas a nível nacional. Isso deixa-nos orgulhosos do trabalho realizado por todos os que constituem o DCM, visto ser um trabalho conjunto que envolve docentes, investigadores, apoio administrativo e estudantes.”