89 Anos de Educação Bilingue que Honra a História e Tradição da Aliança Luso-Britânica

A Queen Elizabeth’s School é uma escola com 89 anos de existência, que ministra o ensino bilingue da língua portuguesa e inglesa, desde a Creche até ao 1.º Ciclo do Ensino Básico. A sua ação educativa centra-se nos princípios de uma formação humanista, holística e inclusiva, adaptada à realidade de cada criança, visando o seu desenvolvimento integral, realização pessoal e aproveitamento escolar. Num ambiente educativo acolhedor, seguro e dinamizador de aprendizagens, tem em vista a construção articulada e globalizante do saber.

A fundadora Margaret Denise Eillen Lester, O.B.E., súbdita britânica, criou no dia 3 de novembro de 1935 a Queen Elizabeth’s School (Q.E.S.) como uma Escola bilingue para crianças portuguesas, nativas da língua inglesa ou de outras nacionalidades residentes em Portugal. Os ideais que Denise Lester preconizou prendem-se com a promoção de uma educação bilingue desde tenra idade, de forma a que os alunos estudem estas duas línguas, assim como, sejam introduzidos à Cultura e História de Portugal e do Reino Unido, de uma forma natural em ambiente escolar. Faz parte da cultura de escola da Queen Elizabeth’s School a preservação dos laços históricos e culturais entre estes dois países, constituindo esta escola um elo na aliança diplomática mais antiga do mundo, que conta 650 anos.

A Fundadora da Q.E.S. pretendia que as celebrações culturais do Reino Unido não se perdessem, nomeadamente a celebração do Halloween (comemoração anual anglófona que tem origem nas tradições celtas), Guy Fawkes, Remembrance Day e participação dos alunos finalistas no Remembrance Sunday Service na Igreja Anglicana de St George’s (à Estrela), os Christmas Carols Concerts na quadra natalícia, a apresentação do Nativity Play escrito pela Fundadora, a alusão ao dia de St.George’s, o Sports Day e a realização da viagem de finalistas do 4.º ano ao Reino Unido.

Desde o ano letivo de 2013/2014, que esta escola segue um modelo integrado de ensino bilingue, em todas as valências, recorrendo a uma metodologia aplicada em alguns países da União Europeia no domínio da Aprendizagem Integrada de Línguas e Conteúdos, denominada Content Language Integrated Learning. Além das orientações pedagógicas recomendadas para a valência da Creche, segue também as orientações curriculares do Jardim de Infância e o currículo oficial do 1.º Ciclo do Ensino Básico Português, sendo lecionadas as disciplinas da Cambridge Primary Programme: Cambridge Primary English as a Second Language, Mathematics, Science e Digital Literacy.

A dimensão internacional da Queen Elizabeth’s School é patente enquanto Cambridge International School e Cambridge Primary School da Cambridge Assessement International Education. Na Educação Pré-Escolar e Creche é adotado um modelo de imersão parcial no ensino do Inglês, sendo as expressões dramática e musical usadas como instrumentos de excelência na aprendizagem precoce do Inglês como segunda língua. Além dos Clubes de Inglês e do Clube de Férias em julho (programa praia/campo), a instituição proporciona aos alunos como atividades extras, aulas de piano e canto, neste caso em particular, quando tal é solicitado pelos encarregados de educação, e várias modalidades desportivas, designadamente: ténis, futebol, karaté, natação, patinagem e ballet (método da Royal Academy of Dance).

Os alunos que frequentam as aulas de piano podem realizar um exame de Música, adequado às suas faixas etárias, que vai do nível preparatório até ao nível 2 da Associated Board of the Royal Schools of Music, líder mundial na área de avaliações e exames de Música de quatro dos mais prestigiados conservatórios do Reino Unido: Royal Academy of Music e Royal College of Music, ambos em Londres; Royal Northern College of Music, em Manchester e Royal Scottish Academy of Music and Drama, em Glasgow. A Escola é ainda Centro de Exames da Cambridge English, preparando os alunos para a realização dos Young Learners English Tests (Pre A1 Starters, A1 Movers e A2 Flyers), B1 Preliminary for Schools, B2 First for Schools, C1 Advanced e C2 Proficiency; do Trinity College London – Trinity Stars Young Performers in English Award. Os níveis acima do Flyers destinam-se aos antigos alunos que frequentam os Clubes de Inglês, em horário extralectivo.

Nesta instituição é dada especial relevância tanto à educação para os valores, como ao exercício de uma cidadania ativa, que prepare as crianças para a riqueza da diversidade cultural e religiosa. É também promovida a dignidade da pessoa humana e dos seus direitos, em especial os das crianças, o apelo à solidariedade social, à paz e ao voluntariado na construção de um mundo melhor e mais fraterno. A convivência das crianças com outras culturas e religiões é de primordial importância porque se alargam horizontes e novas experiências que as ajudam a compreender melhor o que se passa no mundo decorrente da globalização da economia e do aumento da imigração. É de realçar a importância da literacia financeira no exercício de uma cidadania responsável de sustentabilidade ambiental, de poupança e eficiência dos recursos naturais, tecnológicos e humanos para apoio a causas de cariz social e humanitário.

Certamente, a Educação Moral e Religiosa Católica é intrínseca à formação de carácter que acompanha o crescimento das crianças. Os alunos são preparados para receber os sacramentos da iniciação cristã pelo Prior da Paróquia de S. João de Brito, Reverendo Padre João Valente. Apesar de a Queen Elizabeth’s School se identificar como uma escola católica, reconhece e valoriza outras confissões religiosas como fonte de crescimento interior e diálogo ecuménico. Esta Escola valoriza a educação visual e tecnológica enquanto forma de expressão da liberdade de pensamento, do pensamento crítico, da inovação e da criatividade na era digital e da sociedade da informação.

A Q.E.S. tem vindo a participar em parcerias no âmbito de programas de intercâmbio educativo e cultural, a nível internacional e nacional, tendo coordenado duas parcerias multilaterais entre escolas europeias no programa setorial COMENIUS. Os seus 89 anos ao serviço da educação têm sido reconhecidos nos bons resultados escolares alcançados pelos alunos quer a nível do Currículo Nacional Português, quer a nível dos resultados obtidos em Exames Internacionais, o que é motivo de regozijo para toda a comunidade educativa.

Este painel coletivo de azulejos visa sensibilizar as gerações mais novas para a importância da preservação do património cultural, explorando a criatividade artística como uma forma de Liberdade de Expressão e como um Direito fundamental de importância primordial num Estado de Direito Democrático. O Direito à Liberdade de Expressão está consagrado na Constituição da República Portuguesa, na Convenção dos Direitos Humanos, na Convenção dos Direitos das Crianças e na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia. Este trabalho foi realizado por crianças portuguesas e também de outras nacionalidades, expressando por isso a riqueza da diversidade cultural, como um meio para descobrir Rotas, Redes e Conexões, que estão na origem da história e identidade cultural comum de uma Europa que se pretende unida na proteção de um património material e imaterial da humanidade que promova a paz, o respeito pela dignidade humana, a liberdade de pensamento e de expressão, a democracia e a cidadania ativa.

O projeto foi premiado no concurso European Heritage Makers, onde se encontra a iniciativa The Expression of Freedom.

 Ao longo da História de Portugal, somos contemplados com painéis deslumbrantes de azulejos com vários padrões decorativos, de formas geométricas, flores, plantas, animais, figuras humanas; ou narrativos, fazendo alusão a costumes sociais, motivos históricos, religiosos e paisagens do nosso país, datando da herança recebida dos tempos dos mouros e da arte islâmica. Durante séculos, os azulejos foram utilizados como meio de expressão das tradições e do modo de vida português, através da apresentação de diversos estilos consoante a época figurada. Até hoje o azulejo português continua a impressionar com a sua beleza intemporal e única, resultante da fusão de influências diversas, que floresceram no tempo dos descobrimentos marítimos portugueses.

Cada vez mais, os painéis de azulejos são vistos como uma forma de expressão de liberdade artística para transmitir mensagens políticas ou cívicas, sendo em muitos casos um trabalho coletivo, de mais de um criador, tendo assim vários autores, como é o caso deste painel denominado como Expressão da Liberdade, em que cada pássaro, desenhado e pintado, tem a assinatura de um dos 36 alunos do 3.º ano de escolaridade do 1.º Ciclo do Ensino Básico, da Queen Elizabeth’s School, que participaram na realização desta obra, no ano letivo de 2024-2025, com o apoio do Serviço Educativo do Museu Nacional do Azulejo, onde se encontra exposto.

Este projeto foi coordenado pelo Arquivo Digital e Imaterial da Comenda, no Alto Alentejo e candidatou-se à competição Young European Heritage Makers 2025 inserida no Programa das Jornadas Europeias do Património, este ano subordinada ao tema “Rotas, Redes e Conexões”, uma ação pan-europeia conjunta do Conselho da Europa e da Comissão Europeia.

http://www.qes.pt/

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