Instituto Politécnico de Setúbal mantém empregabilidade próxima dos 100 por cento

Taxa de 97,4%, a segunda mais alta do ensino superior politécnico

O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) volta a registar, à semelhança do que tem verificado ao longo da última década, uma posição de liderança no ensino superior nacional no que toca à integração e sucesso dos seus diplomados no mercado de trabalho. Um feito que é resultado, não só das medidas adotadas para apoio direto à integração profissional, como também de uma aposta clara no desenvolvimento de competências transversais nos seus estudantes, cada vez mais valorizadas pelos empregadores.

Dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) referentes a 2019 dão conta de uma taxa de empregabilidade de 97,4%, a segunda mais alta entre os institutos politécnicos e a quinta no contexto global do ensino superior, incluindo o sistema universitário.

Analisando os cursos ministrados onde há registo de diplomados, as estatísticas oficiais mostram que 50% cento da oferta formativa do IPS apresenta uma taxa de desemprego inferior a 2%, sendo que quatro das suas licenciaturas se situam no patamar do desemprego zero, nomeadamente Tecnologias de Energia, Educação Básica, Tecnologias do Petróleo e Enfermagem.

Com uma taxa inferior a 1% encontram-se, por seu turno, as licenciaturas em Engenharia Informática, Gestão de Sistemas de Informação e Fisioterapia, seguindo-se, na lista dos cursos com maior atratividade no mercado de trabalho, as licenciaturas em Engenharia de Automação, Controlo e Instrumentação, Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, Desporto e Terapia da Fala, todas com valores inferiores a 2%.

Relativamente ao desempenho global das instituições de ensino superior, o IPS destaca-se com uma taxa de desemprego entre os diplomados de apenas 2,6%, abaixo do valor nacional, que se situa nos 3,3%.

O sucesso alcançado ao nível da empregabilidade torna evidente o impacto positivo de medidas de apoio à integração profissional que têm vindo a ser implementadas ao longo dos últimos anos. São disso exemplos a política de estágios, o portal de emprego, o Serviço de Promoção da Empregabilidade e a Semana da Empregabilidade do IPS, reconhecida como o maior evento de emprego do ensino superior que anualmente mobiliza mais de uma centena de organizações.

Não menos importante tem sido a aposta no desenvolvimento de competências transversais, cada vez mais valorizadas pelos empregadores, através da promoção de atividades de âmbito internacional, social, desportivo e académico, bem como nas áreas do voluntariado e da inovação e empreendedorismo.

Uma incubadora de ideias em ambiente académico

Vala Ali Rohani, fundador e CEO da DATA Corner, incubada na IPStartup

Inaugurada em fevereiro de 2015, a incubadora de ideias de negócio IPStartUp tem sido o berço de vários projetos empresariais inovadores, nascidos na própria comunidade académica ou desenvolvidos por elementos externos ao IPS.

A estrutura, cujo principal objetivo é a criação de um ecossistema de apoio aos empreendedores e a projetos assentes na inovação, tem neste momento seis empresas incubadas, a que se juntam cinco projetos em desenvolvimento, em áreas tão diversas como consultoria migratória, customização certificada de motociclos, venda online de produtos ecológicos, sustentabilidade energética ou logística. O apoio e acompanhamento prestados vão desde a fase de ideia até à criação da empresa ou organização, prolongando-se durante os primeiros anos após a entrada no mercado. São igualmente apoiados os projetos de base social, que assentem em conceitos inovadores e que se proponham criar um impacto significativo na sociedade.

A IPStartUp é também, desde 2018, uma incubadora certificada pelo programa Startup Visa, coordenado pelo IAPMEI, tendo recebido até ao momento mais de 60 candidaturas de empreendedores estrangeiros. Destas foram aceites três: uma delas, vinda da Malásia, é a consultora de análise de dados Data Corner, empresa já registada e a operar em território nacional e também membro oficial da rede europeia EEN – Enterprise Europe Network; e dois projetos de negócio que se encontram em desenvolvimento, nas áreas do e-commerce, com origem no Irão, e da biotecnologia alimentar, oriundo do Brasil.

Segundo Sandra Pinto, gestora da incubadora, a IPStartUp apresenta como traço distintivo “a integração com o ecossistema de investigação e inovação da instituição, interligando docentes, estudantes e alumni, o que proporciona uma rede de alto valor acrescentado”. A proximidade e os acordos de parceria com várias organizações da região são outras das vantagens apontadas pela responsável, “permitindo que os empreendedores acedam a atores que, de outra forma, dificilmente acederiam, em tão pouco tempo”.

Em matéria de empreendedorismo, o IPS destaca-se também pelo histórico considerável de prémios no contexto do Poliempreende, concurso nacional de ideias de negócio do ensino superior politécnico, entre eles dois primeiros lugares, nomeadamente em 2017 (projeto Ilegal) e 2010 (Smartpaint), e dois terceiros lugares, em 2018 (Be Gold) e em 2013 (Play4Edu). 

Parcerias, voluntariado e sustentabilidade

O IPS é hoje um parceiro privilegiado e reconhecido pela sua comunidade envolvente, fruto das parcerias que vem aprofundando com diversas instituições do território, nas suas áreas de formação e de intervenção e com o envolvimento de toda a comunidade académica, dos estudantes aos docentes, passando pelos trabalhadores não docentes.

A sustentabilidade, não só ambiental, mas também social e económica, é uma meta muito bem definida, traduzindo-se, não só na investigação produzida e disseminação de conhecimento na área do desenvolvimento sustentável, como em numerosas atividades com impacto interno e no território, assentes no voluntariado e promotoras da inclusão, da atividade física, da arte, da conservação do património natural e do apoio aos mais carenciados.

São disso exemplo o envolvimento em projetos de apoio a banhistas com mobilidade reduzida nas praias de Sesimbra e Setúbal, as campanhas de limpeza do estuário do Sado, como parte integrante do programa de acolhimento aos novos estudantes ou, mais recentemente, a produção de gel desinfetante e de viseiras, como contributo no combate à pandemia de COVID-19 reforçando a proteção individual dos profissionais de saúde e de segurança.

Além de permitir cumprir uma das principais missões do ensino superior politécnico – a ligação aos territórios – esta dinâmica representa igualmente uma mais-valia para os estudantes, que, através do voluntariado, crescem como pessoas e cidadãos e ganham competências transversais que os ajudarão no mercado de trabalho.

Reconhecido a nível nacional, nomeadamente através da Bandeira Verde Eco-Escolas, hasteada nas suas cinco escolas, e do Prémio de Voluntariado Universitário Santander e menção honrosa Instituição de Ensino Superior Mais Voluntária, atribuídos em 2019, o IPS tem ganho igualmente notoriedade no plano internacional. Parceiro da Aliança Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Portugal, o IPS é o único politécnico a integrar a lista das 10 instituições de ensino superior portuguesas mais sustentáveis, segundo o ranking mundial “The University Impact Rankings”, do prestigiado Times Higher Education.

Politécnico de Setúbal vai ter campus europeu

Projeto E³UDRES² propõe ser uma alavanca de inovação para as regiões

O IPS está entre as sete instituições de ensino superior nacionais que viram recentemente aprovados projetos para constituição de Universidades Europeias, alianças transnacionais financiadas pela Comissão Europeia (programas Erasmus+ e Horizonte 2020) que se propõem dar um contributo decisivo para o desenvolvimento das regiões em que se inserem.

O IPS integra o consórcio que candidatou o projeto E³UDRES² (Engaged European Entrepreneurial University as Driver for European Smart and Sustainable Regions), que engloba mais cinco instituições de ensino superior, nomeadamente da Áustria, Bélgica, Hungria, Letónia e Roménia,  e que representa um investimento global de cerca de cinco milhões de euros, a concretizar ao longo dos próximos três anos.

Baseando-se na constatação de que a maioria da população europeia se concentra em cidades de pequena e média dimensão e áreas rurais circundantes, o projeto E³UDRES², que ambiciona imprimir uma nova dinâmica no panorama do ensino superior europeu, propõe-se transformar as regiões em autênticos laboratórios vivos, onde se produzem soluções para problemas concretos e com verdadeiro impacto na sociedade, ao mesmo tempo que se qualificam jovens profissionais preparados para os desafios de um mundo em mudança. 

Para tal, o consórcio projeta criar um grande “campus” resultante da partilha de conhecimento, boas práticas, competências e recursos, com o objetivo último de atuar localmente, nas respetivas regiões de influência, mas sem perder de vista uma perspetiva globalmente europeia, como refere o lema adotado: “Da Europa – Para a Europa”.

Para o presidente do IPS, Pedro Dominguinhos, o E³UDRES² reveste-se de especial relevância na estratégia de fortalecimento da interculturalidade da instituição de ensino, sendo a sua aprovação “o resultado da excelência do projeto apresentado, da aposta na internacionalização, na investigação, na inovação pedagógica e no relacionamento com a região”.

Ao longo destes três anos de trabalho, e com um impacto que perdurará para além deles, espera-se um alargamento da dimensão geográfica das atividades de ensino e investigação, bem como um reforço do desenvolvimento de projetos em equipas internacionais e da internacionalização do currículo.

Num ano que se tem revelado marcante no que se refere à sua estratégia de internacionalização, o IPS candidatou mais 16 projetos ao programa europeu Erasmus+, 12 deles no âmbito da Ação-Chave 2 (KA2), que diz respeito à Cooperação para a Inovação e Intercâmbio de Boas Práticas, abarcando, pela primeira vez, quatro das suas tipologias numa mesma chamada. Até ao momento, além do E³UDRES², foram também aprovadas três candidaturas para ações de mobilidade de estudantes, trabalhadores docentes e não docentes, abrangendo quer o espaço europeu, quer dois países externos à Europa comunitária, designadamente a Ucrânia e o Uzbequistão.

O mundo do trabalho como matéria de estudo

O mercado de trabalho atual, em rápida transformação, está a colocar novos desafios aos politécnicos, exigindo-lhes métodos de aprendizagem cada vez mais próximos dos contextos reais das organizações. Ensinar os alunos a aprender e a desenvolver ferramentas próprias para resolver problemas concretos tem sido uma das grandes apostas do IPS ao longo dos últimos anos.

Exemplo disso é a ação de formação em Practice-Based Research – PBR (Investigação Baseada na Prática), que envolveu cerca de 40 docentes das suas cinco escolas, ao longo do ano de 2019, ministrada por especialistas em Educação da Universidade de Ciências Aplicadas de JAMK, Finlândia, que defendem um novo perfil de professor e a importância crescente de aprender fora da sala de aula.

O curso, inserido no programa de Formação e Desenvolvimento Profissional Docente do IPS, teve como grandes metas desenvolver e consolidar o recurso a metodologias pedagógicas ativas, promover a capacidade de integrar o mundo do trabalho no processo de ensino-aprendizagem, e de desenvolver e implementar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação capazes de reforçar a ligação do IPS às empresas e organizações locais, regionais e nacionais.

Neste âmbito, pelo seu carácter inovador, o presidente do IPS realça, entre vários exemplos de parcerias com o tecido empresarial, o programa BrightStart, desenvolvido com a multinacional Deloitte: “É um percurso formativo que se inicia com um CTeSP e evolui para a licenciatura em Engenharia Informática, num total de cinco anos. Assenta em metodologias pedagógicas ativas, em casos reais e numa forte interação entre docentes e quadros da empresa”.

Investigação ganha peso cada vez maior” na atividade do IPS

Número recorde de candidaturas a concurso de projetos da FCT

Um total de 30 candidaturas, nove delas enquanto instituição proponente, foram este ano submetidas pelo IPS ao Concurso para Projetos de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico (IC&DT) em Todos os Domínios Científicos, da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a mais reputada e participada call para financiamento científico a nível nacional.

Trata-se, até ao momento, do maior número de projetos candidatados pelo IPS ao concurso da FCT,  isto num período em que seria “expectável um abrandamento da capacidade de investigação”, na sequência do confinamento imposto pela pandemia e de uma urgente necessidade de adaptação do corpo docente a metodologias de ensino a distância. Por isso, considera Susana Piçarra, vice-presidente do IPS com o pelouro da Investigação, o IPS “dá provas de grande dinamismo ao conseguir submeter este número recorde de candidaturas”.

“A investigação está a ganhar um peso cada vez maior na atividade do IPS”, sublinha ainda a responsável, referindo que tal se deve, em grande medida, ao trabalho exemplar dos nove centros de investigação da instituição, vários ainda muito recentes. “Os Centros de Investigação do IPS têm feito um esforço muito grande na procura de sinergias entre os seus elementos e no desenvolvimento de novos projetos de I&D. Este elevado número de candidaturas à FCT é o resultado disso”.

Como participante ou proponente, com a responsabilidade de erguer o projeto de raiz e de reunir os respetivos parceiros, estas 30 candidaturas abarcam vários domínios científicos, das tecnologias às ciências sociais, passando pela saúde e também pelas ciências empresariais.

Entretanto, os investigadores do IPS estão também a preparar duas candidaturas, uma nacional e outra de âmbito europeu, com projetos que possam contribuir com respostas à pandemia de COVID-19, nomeadamente através da ciência dos dados e da inteligência artificial e com ênfase no apoio aos cidadãos e aos serviços de saúde.

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