FCS-UBI como produtor de ciência e impulsionador do desenvolvimento regional

A comemorar os 25 anos de existência da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), Miguel Castelo Branco, Presidente da faculdade, revela uma impressionante jornada de investigação que vai além da produção científica. A instituição, comprometida em formar profissionais de excelência, tem desbravado caminho em diversas áreas, desde simulação médica até parcerias estratégicas.

A missão da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI) vai muito além de formar médicos, farmacêuticos, biomédicos e optometristas. Como destaca o Professor Miguel Castelo Branco, o objetivo é preparar os estudantes para desafios exigentes, onde a prestação, rigor e empatia são fundamentais. O segredo do sucesso está na abordagem inovadora, que integra a investigação diretamente no processo de ensino e avaliação.

A simulação médica é uma das vertentes exploradas, onde tem sido estudada a satisfação dos participantes, além da correção dos gestos e efetividade dos protocolos. O presidente salienta que, dentro desta área, mas no âmbito da especialização, “o treino para intervenções laparoscópicas, o uso de robôs e o desenvolvimento de modelos o mais próximo do real possível têm sido vetores importantes”.

Outra área de investigação destaca-se na compreensão da empatia e as suas variáveis. Em colaboração com a Universidade do Minho, a FCS-UBI explora fatores que influenciam positivamente a empatia, promovendo uma formação mais humanizada e conectada com a realidade clínica.

Já numa cooperação com Rio Grande do Sul, Brazil estudaram-se as perceções de bem-estar psicossocial dos estudantes de medicina ao longo da sua formação académica e num outro estudo a formação em Medicina Geral e Familiar.

A segurança do paciente também está no cerne das investigações, visando capacitar os estudantes para antecipar riscos e adotar condutas seguras. A análise de processos pedagógicos e a constante reflexão sobre “o estado da arte” e a melhoria de processos são, também, fundamentais para garantir uma progressiva elevação da qualidade educativa.

Segundo Miguel Castelo Branco, todos estes estudos são analisados pelo Gabinete de Educação e Metodologias de Avaliação das Ciências da Saúde (GEMA-CS).

Centro Académico Clínico das Beiras (CACB)

Num outro âmbito mais abrangente, a Faculdade participa ativamente no Centro Académico Clínico das Beiras (CACB), um consórcio criado em 2018 que envolve os estabelecimentos de saúde de cuidados primários e hospitalares públicos de Viseu, Guarda, Covilhã e Castelo Branco, as Escolas Superiores de Saúde de Viseu, Castelo Branco e Guarda e a Universidade da Beira Interior. “Neste contexto a estratégia tem sido capacitar os profissionais de saúde para a investigação, através de cursos de introdução à Investigação e a capacitação e promoção para o aumento de ensaios clínicos, com medicamento ou dispositivos, promovidos pela indústria”, explica Miguel Castelo Branco. O presidente da FCS-UBI destaca ainda que “estes ensaios são uma importante oportunidade para as organizações e para os doentes, ao proporcionarem novas abordagens e possíveis soluções em situações tão carentes.”

A atividade do CACB concentra-se em temas como AVC e fatores de risco vasculares, diabetes, demência, doença obstrutiva respiratória e cancro. Neste momento, com o apoio do Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, e numa perspetiva de cooperação entre os membros do consórcio e parcerias externas, nacionais e internacionais, estão a ser preparadas as candidaturas para as “calls” em fase de abertura. Além disso, está, também, a entrar em funcionamento uma plataforma eletrónica de suporte à investigação, “que permitirá alavancar e facilitar estudos da iniciativa do investigador”.

À medida que a instituição avança para o futuro, Miguel Castelo Branco revela planos ambiciosos. “A criação do Centro de Coordenação Clínico das Beiras (C2ICB), a dinamização dos núcleos de investigação das instituições de saúde, e a consolidação da rede do CACB têm sido as ações em curso, visando, num futuro próximo, um aumento da captação e efetivação de ensaios clínicos.”

Num olhar mais amplo, a Faculdade de Ciências da Saúde da UBI emerge, também, como um catalisador do desenvolvimento socioeconómico, produzindo não apenas ciência, mas também contribuindo para a criação de empresas, algumas delas sediadas no UBIMEDICAL. Para Miguel Castelo Branco a ambição é clara: contribuir significativamente para resultados de saúde superiores e impulsionar o desenvolvimento regional. Assim, é certo afirmar que o compromisso da UBI com a investigação não é apenas académico, mas um veículo para moldar um futuro mais saudável e próspero.

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