O desejo de fazer diferente nas distintas áreas da sustentabilidade

No coração da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, ergue-se o Laboratório de Fitoquímicos, um espaço onde a ciência encontra a sustentabilidade em cada experiência realizada. Sob a liderança inspiradora de Ana Novo Barros, este laboratório não é feito apenas de investigação, mas sim de um espírito de motivação, união e companheirismo.

Ana Novo Barros

O Laboratório de Fitoquímicos da Universidade de Trás- -os-Montes e Alto Douro, sob a liderança calorosa de Ana Novo Barros, continua a ser um farol de excelência científica, onde a paixão pela investigação se une ao compromisso com um futuro mais sustentável.

 No Laboratório, o espírito de equipa é a espinha dorsal de todas as atividades. A confiança mútua entre os investigadores, combinada com um dinamismo contagiante e uma boa disposição constante, cria um ambiente propício para a colaboração e a inovação. Todos são encorajados a contribuir com as suas ideias e capacidades únicas, enquanto trabalham juntos em projetos que visam promover a saúde e o bem-estar, sempre com um olhar atento para a preservação do meio ambiente.

Ana Novo Barros: um percurso com sonhos e reconhecimentos

Ana Novo Barros é minhota, natural de Viana do Castelo, e embarcou na emocionante jornada de lecionar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro aos 23 anos, revendo-se rapidamente no espírito desta Academia. Apaixonada pelo que faz, é uma fonte de inspiração para as gerações mais jovens.

Cria pontes de afeto com estudantes de Licenciatura, mestrado, Doutoramento e pós-doutoramento, bem como com bolseiros de investigação. Não orienta apenas conhecimentos, mas também nutre os seus corações, incentivando-os a explorar o mundo da fitoquímica com paixão e dedicação.

O seu trabalho está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), particularmente aqueles relacionados à produção e consumo responsáveis, inovação industrial e ação climática. Realiza não só investigação de ponta, mas também atua como uma catalisadora de mudanças, inspirando outros a adotarem abordagens mais sustentáveis nas suas próprias áreas de atuação.

A sua necessidade incessante de evolução e conhecimento levou-a a explorar novos horizontes. Durante um ano, Ana Novo Barros integrou a equipa de investigação e desenvolvimento de uma empresa de cosmética e dispositivos médicos, realizando um sonho que acalentava desde os tempos de jovem aventureira. Essa experiência não só ampliou os seus conhecimentos, mas também estreitou as suas relações com a indústria cosmética e farmacêutica.

Reconhecida tanto a nível nacional quanto internacional, Ana Barros destaca-se especialmente pela sua investigação inovadora na valorização de subprodutos da indústria vitivinícola. Seguindo os princípios da economia circular e da simbiose industrial, desenvolve abordagens criativas para transformar resíduos da produção de vinho em recursos valiosos, promovendo a sustentabilidade e a eficiência no setor.

No Laboratório de Fitoquímicos, o crescimento científico e pessoal dos investigadores é uma prioridade constante. Como reconhecimento do seu trabalho incansável nesta área, Ana Barros foi honrada com o prêmio de Investigadora do Ano de 2022 pela UTAD.

“Este grupo está comprometido em fazer uma diferença tangível na sociedade, abordando questões importantes, como a valorização de subprodutos e o combate ao desperdício alimentar”

Além disso, como um marco significativo na sua carreira, a investigadora começou a liderar um projeto europeu de combate ao desperdício alimentar intitulado “Wasteless”. Este projeto, com a participação de diversos parceiros europeus, representa um investimento total de cinco milhões e meio de euros. O objetivo do projeto é encontrar soluções inovadoras para reduzir o desperdício alimentar, promovendo práticas mais sustentáveis em toda a cadeia de produção e consumo de alimentos.

Uma equipa comprometida em impactar a sociedade

O trabalho desenvolvido no Laboratório de Fitoquímicos vai além da pesquisa académica convencional. Este grupo está comprometido em fazer uma diferença tangível na sociedade, abordando questões importantes, como a valorização de subprodutos e o combate ao desperdício alimentar. Este laboratório é um exemplo inspirador de como a ciência pode ser utilizada como uma ferramenta poderosa para promover mudanças positivas e sustentáveis no mundo.

O sucesso desta equipa é o resultado da sua multidisciplinaridade. Composta por jovens de diferentes formações académicas e experiências distintas, esta equipa trabalha em harmonia para alcançar os seus objetivos comuns. Cada membro contribui com perspetivas únicas e habilidades diversas, enriquecendo assim o trabalho desenvolvido diariamente:


Irene Gouvinhas, Investigadora Auxiliar contratada pelo programa do Estímulo ao Emprego Científico da FCT, tem vindo a desenvolver estudos que permitam recuperar compostos de valor acrescentado de subprodutos da indústria vitivinícola, para desenvolver e caracterizar uma nova formulação tópica, facilitando assim a cicatrização de feridas.


Joana Campos, investigadora e gestora do projeto Europeu WASTELESS (HORIZON-CL6-2022-FARM2FORK-01, G.A.: 101084222), dedica-se à valorização de compostos naturais e subprodutos para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos inovadores, ingredientes alimentares funcionais ou cosméticos com benefícios para a saúde, estudando o seu potencial para atividades biológicas, nomeadamente atividade antimicrobiana.


Ana Abraão, detentora de doutoramento em Cadeias de Produção Agrícola, desempenha o papel de técnica superior no âmbito do projeto VIIAFOOD, uma colaboração entre diversas instituições de ensino superior nacionais e a empresa SUMOL+COMPAL. Este projeto tem como desígnio incrementar o rendimento na extração de sumo de fruta, incrementar os seus componentes benéficos, destacadamente o teor de fibra solúvel, e simultaneamente reduzir o desperdício alimentar associado a esta atividade.


Rui Dias Costa, aluno de Doutoramento em Ciências Químicas e Biológicas, foca a sua investigação na valorização de subprodutos com aplicações para a indústria cosmética e farmacêutica.


Raquel Fernandes, aluna de doutoramento em Ciências Químicas e Biológicas, foca-se no desenvolvimento de terapias seletivas direcionadas para o cancro da próstata. Num conceito de economia circular, a Raquel está focada na valorização de compostos bioativos extraídos de subprodutos naturais para aplicação em Nanotecnologia.


Jorge Barros, aluno do Programa Doutoral Internacional em Cadeias de Produção Agrícola – da mesa ao campo (Agrichains), tem trabalhado com os extratos de folhas subaproveitadas de plantas tropicais naturalizadas na região autónoma dos Açores. O objetivo é a extração e encapsulação de compostos bioativos com propriedade antioxidante, anti-inflamatória e anti-obesidade, para a produção de um hidrogel não latente como uma medida alternativa à utilização de fármacos para pessoas obesas e/ou com sobrepeso.

“Não orienta apenas conhecimentos, mas também nutre os seus corações, incentivando-os a explorar o mundo da fitoquímica com paixão e dedicação.


Jessica Paié Ribeiro é médica veterinária e aluna de doutoramento em Ciência Animal. A sua investigação nos efeitos da inclusão de diferentes bagaços de azeitona na alimentação de porcos Bísaros, investigando o seu impacto no crescimento, digestibilidade e qualidade da carne. Este estudo também envolveu análises detalhadas dos compostos bioativos presentes nos bagaços de azeitona, realizadas no Laboratório de Fitoquímicos. O objetivo é valorizar o subproduto da indústria do azeite, desempenhando um papel crucial na maximização de seu potencial.


Cátia Costa realizou todo o seu percurso académico na UTAD, encontra-se a frequentar o Doutoramento em Ciências Agronômicas e Florestais. Está neste momento integrada num projeto PROMOVE, financiado pela Fundação “La Caixa”, no âmbito da sua tese de doutoramento, ligado à utilização de águas residuais tratadas para irrigação de vinhas. Esta técnica está a ser implementada na Região Demarcada do Douro, o qual se enquadra nos princípios de economia circular, sustentabilidade e objetivos de desenvolvimento sustentável.


Sofia Vieira, estudante de mestrado em Engenharia Alimentar, tem a oportunidade de desenvolver, a partir do bagaço, parte sólida dos subprodutos dos sumos, de maçã e pera, ingredientes funcionais, para aplicação num produto de alimentação infantil. Este trabalho tem parceria direta com a empresa Sumol+Compal.


Filipa Baptista é mestre em Engenharia Zootécnica e a sua investigação de mestrado focou-se na análise de compostos bioativos e atividade antimicrobiana de substratos utilizados na produção de cogumelos shiitake, com o objetivo de estes serem implementados em dietas animais. Neste momento. desenvolve atividades de investigação no laboratório de Fitoquímicos.


Zélia Branco, estudante de Mestrado em Engenharia Alimentar, está focada na análise de vinhos monocasta Touriga Nacional da região Demarcada do Douro, com o intuito de certificação e traçabilidade dos mesmos.

Um dos nossos segredos para o sucesso desta equipa de investigadores é a paixão pelo trabalho que desenvolvemos.

This work is supported by National Funds by FCT – Portuguese Foundation for Science and Technology, under the project UIDB/04033/2020
DOI 10.54499/UIDB/04033/2020

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